[d] devaneios de daigo.

Voltar a fazer missões depois do longo tempo que havia separado para si mesmo era complicado. Abandonou a cabana abandonada que havia encontrado e se estabilizado pelas matas do país do fogo para voltar a prestar seu serviço para Konoha. Não sabia se estava pronto para aquilo e nem mesmo se estava pronto para prestar o melhor do que poderia fazer, mas era o certo a se fazer. O tempo lamentando e se adaptando com a vida sem seus progenitores era uma ferida que ele não saberia se curaria sozinha, entre as faixas escuras e pobres daquela cabana, então era mais fácil para ele voltar ao que gostava: Do barulho e movimentação de Konoha.

Havia sido alertado antes mesmo de ser posto em sua missão sobre os ataques ao redor de Konoha. Era óbvio que as coisas chegariam ao seu ouvido, depois do ocorrido parecia que as pessoas tinham uma grande afinidade de lembrar que outras pessoas estavam passando pelo mesmo. O senso de empatia de Daigo era grande o suficiente para que ele aceitasse a posição de ajudar os outros que estariam por passar pela perda de entes queridos. Seus olhos vasculharam pela cidade, se apegando a cada um dos detalhes, talvez para que de certa forma sua mente se mantivesse ocupada. Não era difícil para Daigo se manter ocupado, mas agora depois de tudo, parecia que tinha que se focar para conseguir chegar nisso. Preocupante.

Ele aceitou a missão sem nenhuma pergunta, o seu semblante sério pareceu causar um certo incômodo nos jounin que o conheciam como o alegre Daigo que fazia contraste com outras pessoas de seu time, mas nada havia sido dito. Parecia que todos sabiam. E Daigo tinha noção daquilo. E ele odiava.

Enquanto caminhava em direção ao vilarejo, lia o papel com as informações e se lembrava dos membros do vilarejo com que ja havia interagido com. Um lhe via a cabeça, mas fazia anos que não o via, imaginava que seria até mesmo estranho o mesmo o encontrar agora. Ajeitou o chapéu em sua cabeça antes de passar pelo horizonte onde finalmente poderia enxergar o caos causado pelos Jashinistas. Havia gado mortos por toda uma área e dava para ver as pegadas ainda por toda a area. Parecia uma área abandonada. De imediato lembranças vieram a sua cabeça, mas tentou ao máximo se manter concentrado. Um sorriso forçado apareceu em seu rosto, era uma missão e seu dever como ninja era trazer tranquilidade.

Correu, dessa vez o mais rapido que podia para chegar ao local. Se manteve ao lado de uma criança que se assustou pulando para o lado ao ver o ninja ao seu lado.

“O que houve por aqui, criança?” Ele perguntou e a mesma tentou se fingir corajosa, mesmo quase tendo saltado para o lado, ajeitou seu vestido e manteve sua cabeça erguida. Daigo sorriu, sinceramente naquele momento. País do fogo e seus habitantes.

Ela explicou da forma mais simples o que tinha acontecido: Seus pais agora estavam cuidando dos animais que haviam fugido e ela só estava se preocupando para a chegada do ninja que haviam contratado. Tudo parecia conforme ao que Daigo imaginaria até ela mencionar um boi.

“Um boi?” Daigo disse, jogando o peso do seu corpo para o outro lado.
“Sim, o Mooni. Ele antes era uma criatura super inofensiva, brincava com todos nós e agora… Ele tem um olhar vermelho e ataca qualquer um que tenta falar com ele. Todos estão preocupados já que ele é um animal bem querido por todos e não queremos matá-los.”

Observação:

Então essa era a missão. Daigo concordou com a cabeça. Cuidar do animal sem ter que matá-lo. Seria facil. Já havia lidado com animais antes então acreditava que seria bem facil.

A criança o levou para perto da onde estava o animal.

“Logo depois daquela cerca, ele se comporta se não ver nenhum humano. Aparentemente não ataca nenhum animal.”

Daigo balançou a cabeça, levantou o seu dedão e confirmou. “Vai dar tudo certo, pode falar para todo mundo que vai ter festa no vilarejo!” Ele disse antes de saltar para uma árvore perto para que pudesse ter uma melhor visualização do que estava ocorrendo.

Era um campo vasto e havia algumas vacas que pareciam ter noção do perigo de Mooni se manter longe do mesmo, é claro que tinha alguns gansos que passavam por ele sem nenhum medo, cabeça erguida e pronto para atacar caso Mooni faça alguma gracinha.

Havia uma aura estranha em volta do boi que parecia bufar a cada dez segundos, seus olhos estavam avermelhados porém quase fechados. Parecia cansado. E depois de analisar por um tempo, Daigo pode ver um selo branco em suas costas, parecia pequeno, mas ele sentia uma energia emanando dele. Era dali que estava vindo.

Daigo sabia que era rapido o suficiente para se aproximar e subir no animal mas tinha medo que o mesmo em furia acabasse machucando os outros animais. Então teve uma ideia. Observou os cantos do local e uma pequena abertura ja quebrada.

Pousou perto dos outros animais e acenou para o animal que mesmo surpreso parecia que como uma maquina começou a correr em sua direção. E Daigo não esperava aquela velocidade. Não era o esperado de um boi de carga. “Calma!” Ele gritou algumas vezes antes de se recompor e correr pelos lugares. Não esperava que ele fosse tão rapido para chegar perto de si.

“Calma, bicho! Meu deus!” Ele gritou, se segurando em sua cabeça quando quase recebeu uma investida, usando o impulso para pular atrás dele. “Eu ja vou cuidar de você!” Daigo gritou enquanto aterrissou, não tendo tempo de mais nada além de correr para a cerca quebrada, pulando entre os espaços das arvores tendo certo de olhar para trás para ver o bichano correndo em alta velocidade em sua direção. Parecia ter dificuldade de correr por entre os galhos e esse era parte do objetivo. Não queria machucar ele, mas sabendo que ele corria daquele jeito, quando parasse talvez o pouso pudesse causar algo sério contra ele.

Deixou que o mesmo o seguisse por um tempo até achar o local que queria pulando para cima usando seu kekkei genkai, deixando o boi tonto antes de perceber que ele ja estava em suas costas.

“Agora vamos!” Daigo disse segurando no mesmo com um dos braços, o animal grunhia e corria de um lado para o outro tentando se escapar, e Daigo tentava o máximo que podia para não cair e achar o selo.

“Amigão! Você vai machucar nós dois!” Ele disse quando o boi começou a bater contra as arvores e seus olhos se arregalaram quando o animal se manteve em direção a uma grande pedra. Aquilo causaria dano nos dois e a missão daria errado com toda certeza.

A adrenalina em achar o selo no desespero fez com que ele o achasse e tirasse, e foi quase de imediato que o animal parou jogando Daigo para trás o fazendo cair por entre um arbusto segurando o selo entre as mãos.

“Pronto!” Ele gritou sentindo a lambida do boi em seu rosto segundos depois.

Observação:

Havia problemas por todo os arredores de Konoha e como Daigo levava para o pessoal problemas como aquele, era óbvio que aceitaria as missões. Muitos genins haviam pego a missão e alguns se queixavam à sua volta de como um dos porcos pareciam quase que impossíveis de pegar. Bem, ainda era um porco, então Daigo não imaginava que teria problema com isso, mas aparentemente tinha algo a mais nele. As memórias da missão anterior pairava por sua mente quando pegava o papel com as informações da missão.

Daigo conhecia o fazendeiro, sua avó costurava as roupas para ele as vezes, então quando o mesmo o encarou teve todo o momento do homem se lembrar do mesmo e falar como havia crescido. Daigo sorria e agia com naturalidade, querendo trazer pelo menos um conforto pelo homem que passava por uma situação constrangedora como aquela. Imaginava que não fosse sua culpa, mas mesmo assim. Ao terminar de ouvir as simpatias do moço, Daigo confirmou com a cabeça mostrando o papel da missão.

“Ah, você veio pelo Tucky ou…” O velho novamente parecia um pouco envergonhado, mas ao mesmo preocupado com o nivel que aquilo havia chegado.

“Tucky?”

“Os porcos já foram pegos, pelo menos a maioria deles, apenas um ainda está a solta e estou um pouco preocupado com ele…” O senhor disse e Daigo sentiu um pouco impaciente com a conversa. Algo dentro dele o fazia querer se isolar ainda depois de tudo, então fingir que estava tudo bem e se comunicar normalmente com as pessoas ainda demoraria um pouco para acontecer, mas nada disse, confirmando com a cabeça esperando o homem continuar. “Ele esta com olhos avermelhados e… Eu não sei explicar, ele esta diferente dos outros. Parecia que os outros porcos estavam fugindo dele…”

A história parecia se repetir da última missão. Daigo imaginava que deveria ser obra de Jashinista novamente, estalando seus dedos ja pronto para buscar pelo animal.

“Por favor, não machuque ele…” O Senhor disse antes de ver Daigo correr pela distância em busca do animal.

Havia destroços de pequenas lojas e vasos de flores pelos cantos de Konoha e ele seguia-os para ver se conseguia arranjar qualquer tipo de rastro de onde o porco poderia estar. Estava no topo de um dos prédios quando conseguiu enxergar: O rastro de lama subindo as escadas e parando exausto, caído pelo chão, se contorcia, como se lutasse contra o que estava acontecendo. Ao mesmo tempo que Daigo se preocupava com a sua missão, não poderia não se preocupar com a dor que ele deveria estar sofrendo.Porém sabia que se tentasse a mesma estratégia de antes, o porco seria mais rapido que o boi, não conseguiria alcançá-lo.

Observou aos seus lados até reparar um sino na distância. Aquilo deveria funcionar. Se posicionou lentamente no terraço próximo do animal e retirou seu sapato. “Ai, eu não posso cair!” Ele disse para si mesmo, quase mandando calar a própria boca em seguida. O porco não percebeu. Ele suspirou. Ele só tinha duas chances, só estava com dois sapatos.

Jogou o contra o sino e ao barulho atordoar o animal, ele usou sua kekken genkai para se aproximar por trás e de imediato tirar o simbolo.

“Ok, ok, calma, ta bom!” Daigo reclamava enquanto sofria lambidos de Tucky.

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