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Prólogo — Ascensão Shinobi
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Prólogo
Shinobi Ascension
Konohagakure no Sato — Ano 15
Os arredores repletos de árvores de Konohagakure no Sato eram dominados por sangue e entulhos que tomaram o lugar dos arbustos, plantas e flores, assim como os trajes shinobis que se desgarraram dos usuários e ninjas feridos por todo o lado. Palco de uma trágica guerra, os exércitos de Konoha e Kiri batalhavam devido a uma diferença de interesses políticos dos seus líderes. Konoha lutava brutalmente, descarregando toda a fúria de poder reunido ao seu lado como uma impiedosa força da natureza, terrível e interminável, enquanto Kiri, em sua tamanha arrogância, tinham a certeza de que eram os mais fortes naquele campo de batalha, que ninguém seria capaz de vencê-los, afinal de contas, possuíam as Espadas da Névoa.
Foi neste campo repleto de mortes que ambos se encontraram pela primeira vez. Enquanto a espada de Ryuzaki penetrava e rasgava a pele de seus inimigos, banhando-se no sangue destes, os seus olhos encontraram os olhos dela. A "Olhos Cor de Sangue", ainda jovem, na posição de assistente do Shodaime Mizukage, Christa Yūrei alinhava-se corajosamente contra o Shodaime Hokage.
Os olhos marejados em sangue do Shodaime enviavam as incessáveis chamas negras do Amaterasu que queimavam a carne dos mortos e trazia agonia aos que ainda tinham algum resquício de vida. Tudo para que pudesse finalmente atingir a mulher a sua frente. O Uchiha ardia em ódio, como uma maldição que consumia a alma, fazendo com que as lágrimas escarlate secassem e manchassem os olhos. Trazendo a morte em suas lâminas, avançou tão veloz que os olhos da Kunoichi mal puderam o acompanhar. As lâminas cortavam o ar nas perfeitas angulações, anulando com os olhos quaisquer possibilidades de erro. Ricocheteando seus golpes, ele a acertou por todos os ângulos em um piscar de olhos, cortando a carne, rompendo ligações e reduzindo ossos a estilhaços, trazendo tamanha dor que ela berrou sentindo suas costelas sendo esmagadas pelos punhos e cortes da maior autoridade da folha. Com um suspiro desesperado, os olhos da Kunoichi correspondiam a cor avermelhada de seu inimigo. O Ketsuryūgan brilhou com a intensidade de um vulcão, agarrando o braço armado do Uchiha, que tremia ao sentir a força que tentava jogá-lo para longe, mas sem sucesso. Compreendendo as habilidades adversárias com o seu poderoso Sharingan, as lâminas finalmente descansaram em suas respectivas bainhas e as mãos do líder da folha envolviam o pescoço de Christa que sufocava sem forças para reagir.
Em sua vasta experiência de batalha, o Shodaime havia reunido uma quantia imensurável de poder com o seu Sharingan, potencial ainda que aquela jovem Kunoichi poderia alcançar se a sua vida não fosse findada naquele momento. — Escutem todos. Eu aprecio que todos estejam dispostos a morrer pela decisão de homens que se odeiam, mas vocês não sabem nada sobre morrer por uma decisão como essa. Eu, Uchiha Ryuzaki, declaro por parte de Konohagakure no Sato que a guerra está terminada. — Discursava em um tom audível para todos os participantes daquela batalha, assegurando que todos o vissem com o pescoço da sua adversária ainda em mãos. Os guerreiros de Kiri, por sua vez, esboçavam suas últimas energias ante a posição de vulnerabilidade apresentado pelo lado adversário quando... — Larguem as armas. A batalha chegou ao seu fim. Recolham os corpos sem vida e atendam os feridos. — Aquela era a ordem de Sangeki Hōzuki, o Shodaime Mizukage no outro extremo da batalha.
Mais tarde naquele dia, um aperto de mãos no centro do campo entre ambos os Shodaimes selou aquele que seria o primeiro acordo de paz em muito tempo. — Estarei me retirando do cargo, Ryuzaki, espero que o entenda. A guerra foi o meu último ato enquanto Mizukage, não esperava sair com vida do campo de batalha, era o cenário mais honrável para um homem na minha posição que precisou recorrer a um atalho desumano como esse. A partir de amanhã Christa Yūrei será a Nidaime Mizukage, comigo apenas ajudando na transição e conselhos que ela necessite. Conto com a sua colaboração. — Para a surpresa do Shodaime Hokage, a jovem que acabara de enforcar horas atrás era agora de mesma hierarquia que a sua.
Konohagakure no Sato — Ano 20.
O nome da grande Aldeia Oculta da Folha percorria os lábios de todos os líderes das nações shinobis, os interesses políticos e econômicos superavam todas as histórias do surgimento de Konohagakure no Sato, mas a origem de seu atual Hokage geravam dúvidas sobre a índole do vilarejo, sendo impossível negar os inúmeros conflitos travados pelos grandes polos deste nascimento, ambos clãs conhecidos pelos poderosos ninjas que nasciam em suas linhagens. Estes eram o clã Uchiha e o clã Senju. Diferente do esperado, a nobreza e sabedoria do clã Senju não foi levada para o topo da hierarquia de Konoha, está era governada pelo líder dos Uchiha, Ryuzaki. Diferente dos amantes da guerra, Ryuzaki negou as maldições que abalavam a história de seu clã, tornando-se um líder conhecido por sua bondade e compaixão, amado por seu povo que observou todo o crescimento exponencial do vilarejo, econômico e social. Não havia fome ou doenças, havia empregos, educação e a segurança garantida pelos olhos escarlates.
No auge do governo do Shodaime, a necessidade de ser substituído por conta da idade avançada começava a transparecer. Com uma única ordem, os ninjas de elite selecionaram a dedo algumas crianças, estas eram destaques da academia, prodígios como nunca antes foi visto. Nara Saori, Hyuuga Endo, Senju Masanobu e Satoru Kyoma foram levados imediatamente a sala do Shodaime Hokage. Fascinado pelos resultados individuais de cada um, eram incrivelmente parecidos, mesmo que a particularidade de cada clã se fizesse presente na demonstração inata de suas técnicas secretas. Contudo, o Shodaime não se deixava levar pela força do chakra, mas sim pela força da mente, e Satoru Kyoma era claramente o mais apto aos fardos do título de Hokage. Foram meses de treinamentos e adaptações para que o Shodaime finalmente escolhesse seu aprendiz dentre os Shinobis postos à prova, recebendo Kyoma como aprendiz mesmo com a reprovação dos demais clãs. O futuro de cada um ali se desvinculou, separados por uma curva da vida e das responsabilidades de cada clã, alimentada pelo passar dos anos que levou cada um a uma posição de excelência. Nara Saori, Hyuuga Endo e Senju Masanobu eram líderes de seus clãs, enquanto o jovem Kyoma permanecia oculto atrás de seu mestre.
O crescimento exponencial de Konoha mascarava a ausência do Hokage em suas responsabilidades, entregando todo seu foco nos ensinamentos e ideais que deveria passar para seu aluno. Contudo, Kyoma não era um grande adorador da filosofia, expressando uma adoração cada vez maior pela ciência, química, medicina e biologia. Em muitos momentos a dúvida cercava o Uchiha, em muitas noites de sono em claro repensava a decisão de tornar Kyoma seu sucessor. A postura rígida do jovem em determinados assuntos era preocupante, levando o Uchiha a intensificar cada um dos treinamentos, incluindo os de padrão militar e bélico, assim, pela primeira vez em muitos anos, os olhos escarlates do Shodaime surgiam novamente.
Kirigakure no Sato — Ano 20.
Construída sobre os erros e os tempos mais sombrios de seu passado, a Vila Oculta da Névoa sob a liderança de Christa Yūrei caminhava para figurar entre as mais liberais em seu canto do mundo, trazendo comodidade aos seus moradores. Alguns dos principais clãs do vilarejo como os Hoshigaki, Hõzuki e Yuki não se opuseram contra a liderança, permitindo que ela pudesse governar em paz. Também haviam sido restituídos os Sete Espadachins da Névoa, pois três membros originários falecerem na última batalha. Com novos espadachins altamente qualificados para as empunharem, o grupo estava completo novamente, tornando o seu militarismo um dos mais temidos ao redor do mundo.
No entanto, nem tudo eram flores dentro de Kiri e um proeminente clã como o Kaguya se levantou contra a liderança de Christa. A justificativa empregada pelo clã era a de que ela era ainda muito jovem e dentro da liderança do clã estava Kazushi Kaguya, considerado amplamente o ninja mais experiente do vilarejo após o Shodaime Mizukage e aquele que verdadeiramente deveria ter sido nomeado para o cargo. Kazushi era um visionário e o seu clã o acompanha cegamente.
O que aconteceria, por exemplo, se uma técnica secreta fosse roubada de um clã específico de um vilarejo? Permitiria que um vilarejo estrangeiro ou mesmo um grupo ou única pessoa má intencionada entendesse potencialmente como os talentos do clã funcionavam, o que era preocupante. Kazushi, com uma forte ligação com o vilarejo de Amegakure, conseguiu o acesso a um corpo morto descartado do clã Hōzuki em meio à última batalha travada e um vivo, sequestrado pelos seus capachos do clã Kaguya e entregou nas mãos das autoridades de Ame para que estudassem ambos os corpos e extraíssem algo daquele movimento. Porém, a divisão de inteligência de Kirigakure descobriu que Kazushi, aliado com Amegakure, estavam realizando um procedimento teste com foco na descoberta do Suika no Jutsu, e aquilo simplesmente não poderia ser permitido sob nenhuma circunstância. Em resposta ao clã Kaguya e Amegakure, foram enviados em uma missão atribuída como Rank-S, os Setes Espadachins da Névoa por uma ordem direta da Nidaime Mizukage.
O grupo em ação era extremamente organizado e agressivo. Meros civis que tentavam sair da mira das lâminas se tornavam apenas mais mortes em vão. Ame havia sido infestada pelo grupo em sua totalidade, onde mesmo os seus ninjas mais experientes não conseguiam fazer nada para ajudar ninguém. Eram todos friamente assassinados. Kazushi mesmo que fizesse valer o título de uma das pessoas mais fortes de Kiri nada poderia fazer contra outros setes igualmente fortes e o seu fim veio ainda no laboratório utilizado para os testes. O último espadachim que testemunhou mais tarde para a Nidaime disse que as maçãs do rosto haviam afundado e a escuridão inundado seus olhos. Após matá-lo, os espadachins da névoa levaram a cabeça para provar que o fizeram e exterminaram o restante do corpo com uma técnica de destruição.
A Nidaime Mizukage recebeu a notícia do sucesso da missão com muita felicidade, apresentando a história para os moradores do vilarejo que compareceram à cerimônia em frente ao gabinete, erguendo a cabeça de Kazushi como um troféu ao final do seu discurso, sem nenhuma sensibilidade pelos membros do clã Kaguya que assistiram o ato. Aliás, o clã Kaguya passou a receber um tratamento diferencial a partir daquele momento. Eles passaram a ser doutrinados, mesmo o novo líder, escolhido a dedo por um seleto grupo de autoridades do vilarejo, era obrigado a enfrentar testes semanais obrigatórios, onde um relatório contendo todas as informações era entregue para análise. Amegakure, por sua vez, foi submetida a um pacto de não agressão e, com o seu líder anterior deposto e silenciada perante a força de Kiri, ainda guardavam mágoas pela invasão dos Espadachins da Névoa. Foi nesse momento que Enmei Hanzō passou a ganhar cada vez mais força nos bastidores pelo perfil ambicioso e a mentalidade de elevar seu país e a si mesmo ao nível dos grandes nomes dessa Era.
Com o problema interno resolvido e com a união dos demais clãs, Kirigakure no Sato poderia agora prosseguir confiantes sob a liderança de Christa Yūrei.
Konohagakure no Sato — Ano 40.
Kyoma se tornou um adulto, moldado pelo próprio Shodaime para seguir com seus ideais e levar Konoha para o topo, visando o crescimento da aldeia a qualquer custo. O frio intenso dominava Konoha naquele inverno, os encontros de mestre e aprendiz se tornaram menos frequentes enquanto o Uchiha fazia seus pedidos para a ascensão de seu aprendiz como Nidaime Hokage. O dia tão temido pelos clãs Nara, Hyuuga e Senju chegou avisado pela repentina morte do Shodaime Hokage. Um pronunciamento no topo do gabinete enquanto um novo rosto começava a ser construído no rochedo. A tristeza dominava as palavras, um pesar intenso no tom de quem havia perdido um familiar. Muitos se reuniam, enquanto o homem segurava seu pranto. Kyoma se revelava ao erguer o rosto. — Konohagakure no Sato, hoje todos estamos em luto. Hoje perdemos aquele que transformou nossas vidas no que conhecemos hoje. Trabalho e comida em abundância, uma segurança impecável. Somos a Grande Nação do Fogo, fogo este que nosso querido Shodaime nunca deixou se apagar. Por decisão dele, não foi revelado a vocês o real estado de sua saúde. Uma doença consumiu nosso querido mestre. Suas últimas palavras me passaram o fardo da liderança. Não quero que pensem que fomos negligentes em esconder essa doença, o Shodaime queria, acima de tudo, proteger os culpados... Sua bondade era invejável. Como muitos sabem, nossos medicamentos são, em sua maioria, fornecidos pelo nobre clã Nara, que, em um ato criminoso NEGOU ajuda ao nosso líder. Pergunto-me como um clã tão nobre pode fazer isso, e acredito que vocês também devem questionar. Sozinhos? Quem dera. As provas apontam para uma organização composta pelos clãs mais nobres de Konoha, os ricos e poderosos que se acham superior a nós, meros plebeus para os olhos requintados deles.
O tom de Kyoma claramente mudava enquanto sua fala se estendia a um pronunciamento de protesto. A cada minuto falando, seu flanco era dominado por seres encapuzados, destacados pelo escarlate que defendia a região dos olhos. Vestia um chapéu com detalhes vermelhos, erguendo ambos os braços para os céus. — Os criminosos aqui citados são culpados pela queda do nosso querido Shodaime. Eu, o Nidaime Hokage, declaro que todas as suas riquezas serão transferidas para o governo de Konoha, como uma multa por negar ajuda ao nosso falecido líder. Aqueles que desejam prestar seus pêsames estão livres. Declaro hoje o Dia do Luto, onde os verdadeiros culpados se lembrarão do que aconteceu aqui. — O Dia do Luto se iniciava e com ele se iniciava o repudio aos clãs.
Como Nidaime Hokage, Kyoma decidiu adotar a política de dominar vilarejos de menor expressão. Em uma dessas expedições foram bater na porta de Otogakure no Sato, um vilarejo que tinha como sua principal característica o experimento com ninjas, em sua maioria renegados, possuindo assim um forte departamento de inteligência e tecnologia. Ali, por receberem os ninjas mais perigosos que sequer tinham medo da morte, Konoha encontrou uma forte resistência em sua invasão, ganhando-a com uma vantagem mínima. Este fato chamou a atenção de Kyoma, que decidiu manter a independência deles contanto que fornecessem o laboratório e os profissionais capacitados para experimentos científicos. Seus planos eram grandiosos e ter um lugarejo que não fosse a sua própria vila, distante do alcance da sua oposição, era uma carta na manga importante para se ter.
Kirigakure no Sato — Ano 40
Kirigakure no Sato assistia com atenção o surgimento de uma nova era se iniciando em Konoha. Sua atual líder, Christa Yūrei, portadora do poderoso Dōjutsu Ketsuryūgan e origem de sua alcunha "Olhos Cor de Sangue" carregava consigo a experiência de uma transição de sucesso pela qual o recém-empossado Satoru Kyoma agora enfrentaria.
Dentro de Konoha a presença de um espião já inserido no âmbito da folha há anos deixava Kiri em uma posição confortável, descobrindo o momento político instável instaurado dentro do vilarejo com uma oposição ferrenha ao Nidaime Hokage. A Nidaime Mizukage enfrentou o Shodaime Hokage em muitas frentes, mesmo quando ainda era uma mera conselheira do Shodaime Mizukage e ambos duelavam no campo de batalha, mas nenhuma das batalhas travadas tinha mais peso e sentimento de fracasso do que a economicamente falando. A Nidaime Mizukage em sua posição como líder nunca havia conseguido colocar seu vilarejo acima ou mesmo em questões de igualdade com Konoha e esse ressentimento ela trazia para os dias atuais nutrindo um forte sentimento de inveja.
Hoje, porém, com a ascensão de um novo líder em um vilarejo dividido, ela enxergava um futuro promissor para Kiri e um tempo a frente de sua administração.
Os arredores repletos de árvores de Konohagakure no Sato eram dominados por sangue e entulhos que tomaram o lugar dos arbustos, plantas e flores, assim como os trajes shinobis que se desgarraram dos usuários e ninjas feridos por todo o lado. Palco de uma trágica guerra, os exércitos de Konoha e Kiri batalhavam devido a uma diferença de interesses políticos dos seus líderes. Konoha lutava brutalmente, descarregando toda a fúria de poder reunido ao seu lado como uma impiedosa força da natureza, terrível e interminável, enquanto Kiri, em sua tamanha arrogância, tinham a certeza de que eram os mais fortes naquele campo de batalha, que ninguém seria capaz de vencê-los, afinal de contas, possuíam as Espadas da Névoa.
Foi neste campo repleto de mortes que ambos se encontraram pela primeira vez. Enquanto a espada de Ryuzaki penetrava e rasgava a pele de seus inimigos, banhando-se no sangue destes, os seus olhos encontraram os olhos dela. A "Olhos Cor de Sangue", ainda jovem, na posição de assistente do Shodaime Mizukage, Christa Yūrei alinhava-se corajosamente contra o Shodaime Hokage.
Os olhos marejados em sangue do Shodaime enviavam as incessáveis chamas negras do Amaterasu que queimavam a carne dos mortos e trazia agonia aos que ainda tinham algum resquício de vida. Tudo para que pudesse finalmente atingir a mulher a sua frente. O Uchiha ardia em ódio, como uma maldição que consumia a alma, fazendo com que as lágrimas escarlate secassem e manchassem os olhos. Trazendo a morte em suas lâminas, avançou tão veloz que os olhos da Kunoichi mal puderam o acompanhar. As lâminas cortavam o ar nas perfeitas angulações, anulando com os olhos quaisquer possibilidades de erro. Ricocheteando seus golpes, ele a acertou por todos os ângulos em um piscar de olhos, cortando a carne, rompendo ligações e reduzindo ossos a estilhaços, trazendo tamanha dor que ela berrou sentindo suas costelas sendo esmagadas pelos punhos e cortes da maior autoridade da folha. Com um suspiro desesperado, os olhos da Kunoichi correspondiam a cor avermelhada de seu inimigo. O Ketsuryūgan brilhou com a intensidade de um vulcão, agarrando o braço armado do Uchiha, que tremia ao sentir a força que tentava jogá-lo para longe, mas sem sucesso. Compreendendo as habilidades adversárias com o seu poderoso Sharingan, as lâminas finalmente descansaram em suas respectivas bainhas e as mãos do líder da folha envolviam o pescoço de Christa que sufocava sem forças para reagir.
Em sua vasta experiência de batalha, o Shodaime havia reunido uma quantia imensurável de poder com o seu Sharingan, potencial ainda que aquela jovem Kunoichi poderia alcançar se a sua vida não fosse findada naquele momento. — Escutem todos. Eu aprecio que todos estejam dispostos a morrer pela decisão de homens que se odeiam, mas vocês não sabem nada sobre morrer por uma decisão como essa. Eu, Uchiha Ryuzaki, declaro por parte de Konohagakure no Sato que a guerra está terminada. — Discursava em um tom audível para todos os participantes daquela batalha, assegurando que todos o vissem com o pescoço da sua adversária ainda em mãos. Os guerreiros de Kiri, por sua vez, esboçavam suas últimas energias ante a posição de vulnerabilidade apresentado pelo lado adversário quando... — Larguem as armas. A batalha chegou ao seu fim. Recolham os corpos sem vida e atendam os feridos. — Aquela era a ordem de Sangeki Hōzuki, o Shodaime Mizukage no outro extremo da batalha.
Mais tarde naquele dia, um aperto de mãos no centro do campo entre ambos os Shodaimes selou aquele que seria o primeiro acordo de paz em muito tempo. — Estarei me retirando do cargo, Ryuzaki, espero que o entenda. A guerra foi o meu último ato enquanto Mizukage, não esperava sair com vida do campo de batalha, era o cenário mais honrável para um homem na minha posição que precisou recorrer a um atalho desumano como esse. A partir de amanhã Christa Yūrei será a Nidaime Mizukage, comigo apenas ajudando na transição e conselhos que ela necessite. Conto com a sua colaboração. — Para a surpresa do Shodaime Hokage, a jovem que acabara de enforcar horas atrás era agora de mesma hierarquia que a sua.
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Konohagakure no Sato — Ano 20.
O nome da grande Aldeia Oculta da Folha percorria os lábios de todos os líderes das nações shinobis, os interesses políticos e econômicos superavam todas as histórias do surgimento de Konohagakure no Sato, mas a origem de seu atual Hokage geravam dúvidas sobre a índole do vilarejo, sendo impossível negar os inúmeros conflitos travados pelos grandes polos deste nascimento, ambos clãs conhecidos pelos poderosos ninjas que nasciam em suas linhagens. Estes eram o clã Uchiha e o clã Senju. Diferente do esperado, a nobreza e sabedoria do clã Senju não foi levada para o topo da hierarquia de Konoha, está era governada pelo líder dos Uchiha, Ryuzaki. Diferente dos amantes da guerra, Ryuzaki negou as maldições que abalavam a história de seu clã, tornando-se um líder conhecido por sua bondade e compaixão, amado por seu povo que observou todo o crescimento exponencial do vilarejo, econômico e social. Não havia fome ou doenças, havia empregos, educação e a segurança garantida pelos olhos escarlates.
No auge do governo do Shodaime, a necessidade de ser substituído por conta da idade avançada começava a transparecer. Com uma única ordem, os ninjas de elite selecionaram a dedo algumas crianças, estas eram destaques da academia, prodígios como nunca antes foi visto. Nara Saori, Hyuuga Endo, Senju Masanobu e Satoru Kyoma foram levados imediatamente a sala do Shodaime Hokage. Fascinado pelos resultados individuais de cada um, eram incrivelmente parecidos, mesmo que a particularidade de cada clã se fizesse presente na demonstração inata de suas técnicas secretas. Contudo, o Shodaime não se deixava levar pela força do chakra, mas sim pela força da mente, e Satoru Kyoma era claramente o mais apto aos fardos do título de Hokage. Foram meses de treinamentos e adaptações para que o Shodaime finalmente escolhesse seu aprendiz dentre os Shinobis postos à prova, recebendo Kyoma como aprendiz mesmo com a reprovação dos demais clãs. O futuro de cada um ali se desvinculou, separados por uma curva da vida e das responsabilidades de cada clã, alimentada pelo passar dos anos que levou cada um a uma posição de excelência. Nara Saori, Hyuuga Endo e Senju Masanobu eram líderes de seus clãs, enquanto o jovem Kyoma permanecia oculto atrás de seu mestre.
O crescimento exponencial de Konoha mascarava a ausência do Hokage em suas responsabilidades, entregando todo seu foco nos ensinamentos e ideais que deveria passar para seu aluno. Contudo, Kyoma não era um grande adorador da filosofia, expressando uma adoração cada vez maior pela ciência, química, medicina e biologia. Em muitos momentos a dúvida cercava o Uchiha, em muitas noites de sono em claro repensava a decisão de tornar Kyoma seu sucessor. A postura rígida do jovem em determinados assuntos era preocupante, levando o Uchiha a intensificar cada um dos treinamentos, incluindo os de padrão militar e bélico, assim, pela primeira vez em muitos anos, os olhos escarlates do Shodaime surgiam novamente.
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Kirigakure no Sato — Ano 20.
Construída sobre os erros e os tempos mais sombrios de seu passado, a Vila Oculta da Névoa sob a liderança de Christa Yūrei caminhava para figurar entre as mais liberais em seu canto do mundo, trazendo comodidade aos seus moradores. Alguns dos principais clãs do vilarejo como os Hoshigaki, Hõzuki e Yuki não se opuseram contra a liderança, permitindo que ela pudesse governar em paz. Também haviam sido restituídos os Sete Espadachins da Névoa, pois três membros originários falecerem na última batalha. Com novos espadachins altamente qualificados para as empunharem, o grupo estava completo novamente, tornando o seu militarismo um dos mais temidos ao redor do mundo.
No entanto, nem tudo eram flores dentro de Kiri e um proeminente clã como o Kaguya se levantou contra a liderança de Christa. A justificativa empregada pelo clã era a de que ela era ainda muito jovem e dentro da liderança do clã estava Kazushi Kaguya, considerado amplamente o ninja mais experiente do vilarejo após o Shodaime Mizukage e aquele que verdadeiramente deveria ter sido nomeado para o cargo. Kazushi era um visionário e o seu clã o acompanha cegamente.
O que aconteceria, por exemplo, se uma técnica secreta fosse roubada de um clã específico de um vilarejo? Permitiria que um vilarejo estrangeiro ou mesmo um grupo ou única pessoa má intencionada entendesse potencialmente como os talentos do clã funcionavam, o que era preocupante. Kazushi, com uma forte ligação com o vilarejo de Amegakure, conseguiu o acesso a um corpo morto descartado do clã Hōzuki em meio à última batalha travada e um vivo, sequestrado pelos seus capachos do clã Kaguya e entregou nas mãos das autoridades de Ame para que estudassem ambos os corpos e extraíssem algo daquele movimento. Porém, a divisão de inteligência de Kirigakure descobriu que Kazushi, aliado com Amegakure, estavam realizando um procedimento teste com foco na descoberta do Suika no Jutsu, e aquilo simplesmente não poderia ser permitido sob nenhuma circunstância. Em resposta ao clã Kaguya e Amegakure, foram enviados em uma missão atribuída como Rank-S, os Setes Espadachins da Névoa por uma ordem direta da Nidaime Mizukage.
O grupo em ação era extremamente organizado e agressivo. Meros civis que tentavam sair da mira das lâminas se tornavam apenas mais mortes em vão. Ame havia sido infestada pelo grupo em sua totalidade, onde mesmo os seus ninjas mais experientes não conseguiam fazer nada para ajudar ninguém. Eram todos friamente assassinados. Kazushi mesmo que fizesse valer o título de uma das pessoas mais fortes de Kiri nada poderia fazer contra outros setes igualmente fortes e o seu fim veio ainda no laboratório utilizado para os testes. O último espadachim que testemunhou mais tarde para a Nidaime disse que as maçãs do rosto haviam afundado e a escuridão inundado seus olhos. Após matá-lo, os espadachins da névoa levaram a cabeça para provar que o fizeram e exterminaram o restante do corpo com uma técnica de destruição.
A Nidaime Mizukage recebeu a notícia do sucesso da missão com muita felicidade, apresentando a história para os moradores do vilarejo que compareceram à cerimônia em frente ao gabinete, erguendo a cabeça de Kazushi como um troféu ao final do seu discurso, sem nenhuma sensibilidade pelos membros do clã Kaguya que assistiram o ato. Aliás, o clã Kaguya passou a receber um tratamento diferencial a partir daquele momento. Eles passaram a ser doutrinados, mesmo o novo líder, escolhido a dedo por um seleto grupo de autoridades do vilarejo, era obrigado a enfrentar testes semanais obrigatórios, onde um relatório contendo todas as informações era entregue para análise. Amegakure, por sua vez, foi submetida a um pacto de não agressão e, com o seu líder anterior deposto e silenciada perante a força de Kiri, ainda guardavam mágoas pela invasão dos Espadachins da Névoa. Foi nesse momento que Enmei Hanzō passou a ganhar cada vez mais força nos bastidores pelo perfil ambicioso e a mentalidade de elevar seu país e a si mesmo ao nível dos grandes nomes dessa Era.
Com o problema interno resolvido e com a união dos demais clãs, Kirigakure no Sato poderia agora prosseguir confiantes sob a liderança de Christa Yūrei.
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Konohagakure no Sato — Ano 40.
Kyoma se tornou um adulto, moldado pelo próprio Shodaime para seguir com seus ideais e levar Konoha para o topo, visando o crescimento da aldeia a qualquer custo. O frio intenso dominava Konoha naquele inverno, os encontros de mestre e aprendiz se tornaram menos frequentes enquanto o Uchiha fazia seus pedidos para a ascensão de seu aprendiz como Nidaime Hokage. O dia tão temido pelos clãs Nara, Hyuuga e Senju chegou avisado pela repentina morte do Shodaime Hokage. Um pronunciamento no topo do gabinete enquanto um novo rosto começava a ser construído no rochedo. A tristeza dominava as palavras, um pesar intenso no tom de quem havia perdido um familiar. Muitos se reuniam, enquanto o homem segurava seu pranto. Kyoma se revelava ao erguer o rosto. — Konohagakure no Sato, hoje todos estamos em luto. Hoje perdemos aquele que transformou nossas vidas no que conhecemos hoje. Trabalho e comida em abundância, uma segurança impecável. Somos a Grande Nação do Fogo, fogo este que nosso querido Shodaime nunca deixou se apagar. Por decisão dele, não foi revelado a vocês o real estado de sua saúde. Uma doença consumiu nosso querido mestre. Suas últimas palavras me passaram o fardo da liderança. Não quero que pensem que fomos negligentes em esconder essa doença, o Shodaime queria, acima de tudo, proteger os culpados... Sua bondade era invejável. Como muitos sabem, nossos medicamentos são, em sua maioria, fornecidos pelo nobre clã Nara, que, em um ato criminoso NEGOU ajuda ao nosso líder. Pergunto-me como um clã tão nobre pode fazer isso, e acredito que vocês também devem questionar. Sozinhos? Quem dera. As provas apontam para uma organização composta pelos clãs mais nobres de Konoha, os ricos e poderosos que se acham superior a nós, meros plebeus para os olhos requintados deles.
O tom de Kyoma claramente mudava enquanto sua fala se estendia a um pronunciamento de protesto. A cada minuto falando, seu flanco era dominado por seres encapuzados, destacados pelo escarlate que defendia a região dos olhos. Vestia um chapéu com detalhes vermelhos, erguendo ambos os braços para os céus. — Os criminosos aqui citados são culpados pela queda do nosso querido Shodaime. Eu, o Nidaime Hokage, declaro que todas as suas riquezas serão transferidas para o governo de Konoha, como uma multa por negar ajuda ao nosso falecido líder. Aqueles que desejam prestar seus pêsames estão livres. Declaro hoje o Dia do Luto, onde os verdadeiros culpados se lembrarão do que aconteceu aqui. — O Dia do Luto se iniciava e com ele se iniciava o repudio aos clãs.
Como Nidaime Hokage, Kyoma decidiu adotar a política de dominar vilarejos de menor expressão. Em uma dessas expedições foram bater na porta de Otogakure no Sato, um vilarejo que tinha como sua principal característica o experimento com ninjas, em sua maioria renegados, possuindo assim um forte departamento de inteligência e tecnologia. Ali, por receberem os ninjas mais perigosos que sequer tinham medo da morte, Konoha encontrou uma forte resistência em sua invasão, ganhando-a com uma vantagem mínima. Este fato chamou a atenção de Kyoma, que decidiu manter a independência deles contanto que fornecessem o laboratório e os profissionais capacitados para experimentos científicos. Seus planos eram grandiosos e ter um lugarejo que não fosse a sua própria vila, distante do alcance da sua oposição, era uma carta na manga importante para se ter.
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Kirigakure no Sato — Ano 40
Kirigakure no Sato assistia com atenção o surgimento de uma nova era se iniciando em Konoha. Sua atual líder, Christa Yūrei, portadora do poderoso Dōjutsu Ketsuryūgan e origem de sua alcunha "Olhos Cor de Sangue" carregava consigo a experiência de uma transição de sucesso pela qual o recém-empossado Satoru Kyoma agora enfrentaria.
Dentro de Konoha a presença de um espião já inserido no âmbito da folha há anos deixava Kiri em uma posição confortável, descobrindo o momento político instável instaurado dentro do vilarejo com uma oposição ferrenha ao Nidaime Hokage. A Nidaime Mizukage enfrentou o Shodaime Hokage em muitas frentes, mesmo quando ainda era uma mera conselheira do Shodaime Mizukage e ambos duelavam no campo de batalha, mas nenhuma das batalhas travadas tinha mais peso e sentimento de fracasso do que a economicamente falando. A Nidaime Mizukage em sua posição como líder nunca havia conseguido colocar seu vilarejo acima ou mesmo em questões de igualdade com Konoha e esse ressentimento ela trazia para os dias atuais nutrindo um forte sentimento de inveja.
Hoje, porém, com a ascensão de um novo líder em um vilarejo dividido, ela enxergava um futuro promissor para Kiri e um tempo a frente de sua administração.
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