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[TREINO] Sangue.
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s4rk
Genin — Konoha
Sangue.
A arena de treinamento era a mesma de antes, a mesma do meu último confronto, a mesma de quando quase matei um outro genin por uma fúria incontrolável. Era pra eu ter ficado chocado ou estranhado aquilo? Talvez. Muito provavelmente sim. Mas meus pais pareceram contornar aquilo com bastante tranquilidade: Aquilo era o que sou. Não havia motivo para lutar contra aquela sede de sangue… Embora saber controlá-la era algo justificável.
Seja como for, quando meu nome foi novamente chamado, houve um silêncio entre os outros alunos.
Meu caminha até a arena foi lento e suave, controlando minha respiração de maneira específica e tratando de colocar minha mente preparada para o que estava por vir. Inconscientemente, comecei a analisar o terreno que já havia sido analisado, um maldito hábito imposto à mim por severos anos, impossível de ser combatido apenas com a vontade. Não vi grandes mudanças ao meu redor, de fato, a não ser por uma pedra média que não existia antes e que agora jazia perto de uma das laterais. Haviam marcas de cortes e quedas sobre a grama, também, que não influenciaram no combate físico, mas sim no psicológico: Quanto sangue já havia derramado aqui? Ao menos, eles tiveram algum cuidado de limpar o vermelho que deveria ter estado espalhado por todos os cantos.
Seja como for, o segundo nome foi chamado, e o silêncio se fez em murmúrios.
— Hoshigaki Denkiuo contra Hoshigaki Kakiroie. — Era meu maldito primo do outro lado. Bem, se minha sede de sangue poderia ter me assustado outrora, agora, ela seria mais do que necessária. — Comecem.
Não houve hesitação de nenhuma parte. Partimos um contra o outro de maneira bastante semelhante, rápida e direta, com o shushin ativo e apenas uma leve variação de ângulo respeitando cada mão melhor. O choque poderoso e atritante entre os metais liberou faíscas, marcando minha kunai contra suas três shurikens e vice e versa. Ele carregava suas armas de maneira peculiar, três shurikens em cada mão, entre os dedos, percebi enquanto rebatei suas ataques e fazia os meus próprios. O som das rebatidas era intenso e incessante, e, até agora, ninguém tinha acertado qualquer golpe no outro. Movi minha kunai horizontalmente, na altura do seu tórax, tentando um corte bastante simples contra sua defensiva, apenas para mascarar um golpe seguinte, com a destra, imprevisível, estendido, visando seu joelho.
Ele era rápido. E foi rápido o suficiente para pisar para atrás, ou melhor, se jogar para trás, desviando do meu ataque contra sua junta. Foi bastante inteligente, afinal, se houvesse tentando uma esquiva mais curta, não conseguiria repor sua base, e provavelmente seria atingido logo em seguida.
Maldição.
Só agora que havia percebido o porquê dele segurar as shurikens daquela forma: Em meio ao seu movimento retrógrado, caindo, ele arremessou suas três shurikens contra mim. Ele estava o tempo todo esperando e criando esta oportunidade, atacando de maneira próxima, forçando-me o combate a curta distância, para esconder esta capacidade e usá-la da melhor maneira. Maldição, de novo. Consegui rebater a primeira e a segunda, as duas que viriam contra pontos vitais meus, mas não pude evitar de ser acertado no ombro pela terceira. Senti as dores, recuando dois passos para trás. Retirei a arma da minha carne e joguei-a lateralmente, enquanto a fina camada de sangue quente escorria pelo meu braço e pingava por entre meus dedos. Testei minha mão e pude perceber que ela lutava contra o esforço, mas que ainda estava ali, presente, pronta para aceitar o sofrimento de ser usada.
Não lamentei as dores e nem fiz questão de tentar lidar com ela: Apenas me movi para frente, com força e determinação iguais às de antes, simplesmente ignorando a baixa que havia recebido. Reparei, naquele instante, enquanto corria em sua direção, que não havia qualquer esboço de excesso de confiança, desdenho, ou qualquer característica que representasse aquele sucesso que tinha acabo de conseguir. Ele ainda estava lutando completamente sério, mostrando, portanto, que seu treinamento havia sido tão intenso quanto o meu. Maldição: Ele era um maldito hoshigaki.
Quando cheguei próximo suficiente, ameacei uma corte, novamente, na horizontal. Desta vez, ele imediatamente saltou para trás, ignorando qualquer possível golpe no joelho que poderia vir. Não era prudente manter a mesma defensiva, afinal, o inimigo, no caso eu, poderia ter preparado algo diferente dessa vez. Eu saltei atrás dele, utilizando o shushin para chegar mais cedo. Ele anteviu meu movimento e aparou meu golpe de kunai com suas três shurikens, golpeando com sua outra mão, como se fosse uma garra, minha barriga. Contraí meu tórax e deixei suas armas passarem no vazio, uma esquiva bastante arriscada, de fato, mas que, exatamente pelo risco, concedeu-me tempo e espaço suficiente para tentar cravar-lhe a kunai contra o peito. Ele desviou, pisando diagonalmente e trocando de base. O que, felizmente, foi previsto por mim? Firmei meu pé direito com força no chão e girei o tórax, jogando minha perna e calcanhar contra seu tórax e fazendo-o recuar alguns passos para trás.
Ele levou a mão à barriga e arfou, provavelmente sentindo seu ar faltar enquanto seus músculos ardiam. Enquanto isso, era minha vez de respirar fundo e somente recuperar minhas energias para o próximo pequeno combate.
Partimos novamente um contra o outro e novamente rebatemos armas, e trocamos golpes que passavam no vazio, esquivas, fintas, e movimentos de corpos cada vez mais complexos. Acertei um golpe contra sua costela, quase chegando no seu tórax, um talho mediano que fazia com que lhe escorresse algum sangue. Em consequência, havia sido alvejado por uma de suas shurikens, na coxa esquerda, um pouco acima do joelho, e sentia perna tremer toda vez que coloca meu peso sobre ela. Alguns socos e chutes menores estavam sendo desferidos também, com mais e mais frequência, a medida que nossas forçam eram drenadas pelo cansaço e nossa atenção parecia se perder um pouco.
Cansaço este que seria ignorado, evidentemente, pela nossa origem, sangue, e herança.
[...]
— Podem começar.
Eu fui o primeiro a agir, avançando em sua direção com os punhos erguidos. Meu oponente era quase um palmo completo menor que eu, e, desta forma, calculei que poderia tirar algum proveito daquilo. E assim o fiz, um golpe extramente poderoso, proporcionado tão somente pela sua simplicidade, alto, reto, e potente, contra, inclusive, sua guarda levantada. O impacto se fez presente e eu pude percebê-lo fraquejando, sentindo as dores mesmo após conseguir uma defesa essencialmente perfeita.
Meu pai não conseguiu conter o sorriso de satisfação ao ver aquilo, e, portanto, pareceu só me empurrar ainda mais. Afinal, tendo-o feliz, não teria que aturar uma quantidade enorme de surras pós e entre os treinos.
Projetei outro daquele mesmo ataque, descendo o peso do meu corpo completamente e amassando o músculo e seu antebraço completamente. O terceiro golpe foi suficiente para fazê-lo tremer, ainda que mantivesse a guarda alta. Ele ainda esboçou uma reação, diferente, uma finta lateral ao invés de um bloqueio, seguido de um gancho contra meu tórax. Não desmereci meu oponente, não o faria nunca, afinal, esta era uma falha grave dentro de um combate, porém, ao invés disso, calculei: Será que seu poder se faria tão forte quanto o meu? Resolvi, portanto, que aceitaria seu golpe… Apenas para que ele fosse obrigado aceitar o meu também.
Seu punho se chocou contra minhas costelas, e eu sofri. Porém, quando o meu encontrou as suas, ele sofreu ainda mais: Retesou e dobrou a costela, apoio seu braço contra o tórax e depois caiu de lado, cedendo as dores. Pude ver uma mancha de sangue sobre o gramado depois que seu pai tirou ele dali.
[...]
— Lutem!
Ele ainda era mais baixo do que eu, porém, agora, não tanto. Não para me empurrar para uma ofensiva constante. Na realidade, talvez, nem tivesse tempo, mesmo se quisesse: Ele agiu primeiro, utilizando o shushin para chegar até mim de maneira quase imediata. Levantei os braços e defendi seu primeiro golpe, um golpe horizontal, da esquerda pra direita. Ele seguiu com um gancho quase na diagonal, e eu abaixei o cotovelo, bloqueando este golpe também. Ele pisou forte à frente e, eu entendi seu próximo movimento tarde demais: Girou o tórax e perna e acertou com seu calcanhar meu estômago, lateralmente, aproveitando do tempo que tinha perdido defendo meu outro lado.
Aproveitei o impulso gerado para dar alguns passos atrás e me recompor. Que força era aquela? Desde nosso último combate, parecia que ele tinha se tornado um monstro. Não havia mais as linhas juvenis em sua face, também, apenas um jovem maltratado por longos treinamentos. Porém, assim como eu: Apesar das dores, já estava pronto novamente.
Ele fez a mesma coisa de antes, um golpe na horizontal para iniciar sua sequência. Porém, ao invés de só defender, eu contra-ataquei de imediato… Apenas para perceber que ele já esperava por isso. Desviou lateralmente, e, aproveitando seu braço já estendido, passou por debaixo da minha axila, segundo o meu próprio, e girando. E eu girei junto, sendo jogando por cima do seu ombro, caindo sobre o chão pedregoso, com um punho bem próximo da minha face decretando o fim.
[...]
Depois de quase quinze minutos de combate, acertei um golpe contra sua face, finalmente, que o fez girar. Ele percebeu sua fraqueza, e recuou. Eu também havia percebido, e avancei. Apliquei outro golpe, e outro, até ele tontear. Terminei com uma rasteira lateral, fazendo-o cair, sacando uma kunai rapidamente e pairando sobre seu pescoço.
— Muito bem. — O instrutor falou. — Denkiuo é o venceder.
Estendi a mão para meu oponente e ajudei-o a se levantar. — Oito a oito, não é mesmo?
— Merda! — Ele esbravejou. — Sim, é isso mesmo. Esse… Esse último golpe foi completamente insano. Se eu tivesse desviado…
— Se tivesse desviado. — Sorri. — Como vai o tio?
— Devia estar bem, até minha derrota. Agora… Merda.
— Bem, boa sorte. Eu sei bem com o que você vai ter que lidar.
— Merda!
- Considerações:
- HP: Full - escoriações. MP: Full.
Treino para 3 PdA em Dano Físico. (x2 pelo evento)
O total de palavras é 1660. Os dois treinos no presente totalizam 1140 palavras, enquanto o flashback tá com 520. O flashback tá com a letra um pouco mais clara. É nós.
Ficha: Aqui.
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karisma
Mestre
- Feedback:
- Observações: A ficha é a principal ferramenta do RPG, tanto para o mestre quanto para o player. Sua ficha consta nos atributos primários 19 PdA, e, segundo a regra Sistema de Atributos e Modificadores você só pode começar a preencher o atributo secundário após atingir o limite máximo por graduação dos atributos primários. Eu não duvido que você tenha atingido os atributos primários, mas vou solicitar que reúna os links comprobatórios e solicite a atualização da sua ficha para confirmar e seguirmos com a avaliação desse treino. Quanto aos possíveis demais treinos que passaram despercebidos, peço desculpas.
@s4rk
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s4rk
Genin — Konoha
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