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[Treinamento] Orfanato
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Akihiro
Genin — Konoha
Pela manhã, o sol invadia os quartos do orfanato. Localizado ao longo dos limites de Otogakure, o casebre tinha muitos cômodos que eram divididos entre as crianças que ali moravam. As crianças maiores costumeiramente eram colocadas junto aos quartos infantis, assim, era mais facil monitorar os mais novos e ensinar disciplina aos mais velhos. Era um método incômodo para a maioria, afinal, muitas das crianças mais velhas haviam chegado ali depois dos dez anos e poucos realmente haviam crescido no orfanato. Até onde eu sabia, eu era o unico que havia sido criado ali desde que era um bebê. Além de mim, apenas mais duas crianças haviam chegado quando tinham três e cinco anos. Então, eu era um dos poucos que não reclamava do arranjo de quartos.
Acordei ao toque da luz em meus olhos fechados, como quase todos os dias. Abri os olhos com a visão ainda meio turva, coçando-os enquanto sentava na cama. Ao total, tinham cinco crianças no mesmo quarto, todas elas entre cinco e nove anos. Eu era responsável por acorda-las, mesmo que eu ainda não tivesse acordado totalmente. Espreguicei e levantei da cama, devagar, tirando a coberta de cima. Era cerca de seis horas da manhã e, geralmente, eu acabava dormindo tarde, o que me fazia acordar um tanto quanto sonolento. Bocejei, passando nas camas que se dispunham ao lado. Tentava acorda-los tranquilamente, sacudindo-os e falando com os mesmos, mas era dificil faze-los levantar, então, eu ia até o banheiro onde urinava e escovava os dentes. O horário de acordar era as sete horas, então, a maioria não queria levantar tão cedo e, geralmente, eu era o único orfão acordado.
A Irmã Katarina sempre parecia ter acordado mais cedo e eu geralmente descia as escadas até a cozinha, para encontra-la. Acostumada, ela já preparava algo para eu comer, assim, eu podia sair mais cedo. — Bom dia, irmã. — Cumprimentei-a, andando em direção a grande mesa de madeira que ainda estava vazia de pessoas, apenas um prato de sopa estava sobre a mesa. — Bom dia, Kirigawa. — Ela se virou, sorrindo. A irmã era a segunda pessoa mais velha do orfanato, devia ter cerca de sessenta anos, mas não aparentava muitos sinais de velhice. Os cabelos longos dela ainda eram tão negros quanto seus olhos e as rugas de expressões eram visiveis só quando se olhava mais atentamente.
A gente costumava ficar em silêncio, já que, pela manhã, nunca se sabe como uma pessoa acordou. Naquele dia, foi um dos poucos que ela decidiu falar enquanto eu comia. — O Mestre Yama disse que quer falar com você. —
Parei de soprar a sopa e a olhei, com um olhar curioso. Ela retribuiu o olhar, mas com feição risonha. — Sério? — Perguntei.
Mestre Yama era bem reservado e era o cuidador responsável pelas adoções e demais termos administrativos. Era dificil vê-lo pelo orfanato, mas não era porque ele queria, ele era o velho mais ocupado que eu já havia conhecido em toda minha vida. Provavelmente, queria falar da minha graduação na academia ninja, há poucos dias atrás.
— Sim. — Disse a Irmã. — Quando acabar pode ir na sala dele, pode deixar que eu acordarei as crianças. — Ela me olhou como se me desse uma prévia do que vinha e, pelo olhar, parecia ser algo bom.
Um sorriso claro e largo, eu soltei. — Ok. — Aquele aviso me fez comer mais rápido, sem nem me preocupar que a sopa estava quente. Isso fez a Irmã soltar uma leve gargalhada que percebi ao olhar de canto de olho.
— Terminei. — Peguei o prato e corri até a pia, colocando-o lá para a irmã. Acenei com a cabeça e com um sorriso no rosto, agradeci, correndo para as escadas. — Obrigado, Irmã. —
Quando cheguei ao terceiro andar, onde a sala do Mestre Yama estava, percebi que a porta estava aberta e ele estava sentado em frente à um grande tabuleiro. Parecia pensativo. Me aproximei devagar, tentando não atrapalha-lo. Ele já tinha feições bem idosas. A barba branca e longa, os cabelos quase escassos eram brancos também e as rugas de expressão apareciam por todo corpo e pele enrugada.
— Mestre Yama. — Anunciei minha aproximação, reverenciando-o com a curvatura de meu tronco e o unir das mãos.
— Entre, Kirigawa. — Eu e Mestre Yama eramos bem mais próximos antigamente, quando o orfanato era menor. Graças à ele, eu havia aprendido muita coisa sobre mim mesmo. Ele era o homem mais sábio que eu havia conhecido e era quase como um avô para mim, apesar de não nos falarmos tão frequentemente. — Quanto tempo não conversamos, hein? — Disse ele, tocando no assunto.
— Verdade. — Respondi com certa seriedade, porém era impossível disfarçar a felicidade de estar conversando com ele.
Sentei-me à sua frente, no lado oposto do tabuleiro onde as peças estavam dispostas. — Vamos jogar um pouco? — Ele propos.
Logicamente, eu não iria recusar. Acenei a cabeça e me ajeitei, cruzando as pernas e olhando as peças dispostas. Era um jogo antigo e as regras eram bem fáceis de se entender, mas não era realmente o foco ali, eu pude perceber logo no primeiro movimento de peça.
— Fiquei sabendo da sua graduação. — Mestre Yama tinha conhecimento de tudo que acontecia no orfanato e inclusive, ele havia me colocado na academia ninja. Fiquei feliz em ouvi-lo dizer aquelas palavras, então, acenei com um sorriso e ele continuou a falar. — Parabéns. — Parabenizou.
— Obrigado, Mestre. — Respondi, fazendo meu movimento no tabuleiro.
Agora o Mestre Yama já não estava tão focado no tabuleiro, parecia mais focado ao redor, quase como se meditasse sobre a situação. Misterioso como sempre.
— Sei que foi minha ideia que você adentrasse a academia, mas você deve saber os perigos de ser um ninja, certo? — Falou, movendo a mesma peça de antes.
— Sim, senhor. — Respondi, movendo uma outra peça. Agora eu estava mais sério. A conversa tinha um tom diferente do que eu esperava.
— O mundo pode ser caótico. — Ele começou a falar algo que, a principio, só me parecia um sermão qualquer. — As coisas nem sempre saem como o esperado. — Mais uma vez, ele moveu a mesma peça para frente. — Você já sabe o que quer? — Ele parou, para perguntar.
Já eu, parei para pensar. Eu realmente estava mais focado no jogo do que em suas palavras. — Acho que não. — Foi minha resposta, ao mesmo tempo que uma clareza me fez perceber a peça que eu deveria mover, fazendo.
— Entendo. — O Mestre tinha um jeito calmo e sereno de falar e era quase como o sussurrar dos ventos. Ele moveu a mesma peça novamente.
— Hmm... — Murmurei, tentando decifrar o que ele estava tentando fazer com aquela peça. Fiquei um tempo em silencio, fazendo caras e bocas na tentativa de decifras, mas acabei dando continuidade à minha estratégia.
— O egoísmo é um dos piores problemas da humanidade, Kirigawa. — Ele falou, movendo a mesma peça.
Foi quando percebi a abertura que ele deixou e movi a ultima peça, vencendo o jogo. Um clarão bateu em minha mente, como se eu despertasse.
— Você vê? — Ele apontou para a unica peça que ele havia movido durante todo o jogo. — Essas peças são como nós. — Ele a pegou em mãos. —Sozinhos, não podemos vencer, mas podemos trazer a ruina de todos aliados. — Ele fechou os olhos.
— E o que isso quer dizer, Mestre Yama? — Perguntei, tentando decifrar o enigma.
Ele sorriu.
— Quer dizer que devemos aprender a avançar junto com as pessoas. — Ele reajustou todas as peças e fez apenas dois movimentos, vencendo meu jogo que eu havia feito. — E para isso, devemos conhecer a nós mesmos e aos outros. —
Naquele momento, eu entendi que ele não falava de força ou conhecimento de informações, mas sim, sabedoria interna. Mestre Yama era muito ligado às artes e a filosofia, então, não era de se surpreender que ele falasse sobre aquilo.
— Entendo. — Falei, fechando os olhos e respirando fundo.
Provavelmente, o Mestre queria que eu entendesse a pergunta que ele havia feito anteriormente. Por isso, decidi resgata-la em minhas memórias. Os pensamentos flutuaram como barcos no oceano e, finalmente, obtive uma resposta para mim mesmo.
— Eu quero ajudar as pessoas, Mestre. — Falei, abrindo os olhos com um olhar de determinação. Pude perceber cada detalhe da expressão do Mestre. Suas rugas flexionando-se num sorriso sincero e que a muito tempo não presenciava.
— Eu sei. — Falou. — Mas você parecia não se lembrar disso. — Naquele momento, entendi o sentido de se conhecer e não tentar fazer tudo sozinho.
As pessoas eram como os melhores espelhos do mundo e o Mestre Yama havia falado isso várias vezes. Diante suas palavras, eu finalmente me lembrei de muitas coisas que ele havia ensinado e, assim como ele, várias pessoas do orfanato haviam marcado em minha mente e espírito. A ideia não era só estar sozinho em presença, mas também, sobre esquecer a companhia espiritual que carregamos dia após dia. As pessoas que nos ensinaram a ser quem somos.
Eu sorri, agradecendo com um aceno.
Mestre Yama fez o mesmo e entendi que nossa conversa já havia terminado.
Me levantei devagar, caminhando até a porta, onde parei por um instante e olhei para trás, vendo o Mestre olhar pela janela. — Obrigado, Mestre. — Agradeci, saindo da sala e partindo para o segundo andar. Durante o caminho, várias coisas que havia esquecido, vieram à minha mente. Ânsias, pensamentos, ideias, tudo parecia florescer mais rapidamente. Meus olhos percorriam os detalhes do casebre, relembrando-me das pessoas que eu havia encontrado durante todo esse tempo naquele lugar. Uma sensação de gratidão surgiu no peito.
Ainda que eu não tivesse conhecido minha família, eu havia recebido uma do mundo e estava grato por tal.
Descendo as escadas, ouvi o som das conversas vindas do segundo andar. As crianças já haviam acordado. Era hora de eu partir até a horta e depois ir até Otogakure vender alguns itens. A Irmã Liana já devia ter acordado também, por isso, me apressei aos galopes.
Acordei ao toque da luz em meus olhos fechados, como quase todos os dias. Abri os olhos com a visão ainda meio turva, coçando-os enquanto sentava na cama. Ao total, tinham cinco crianças no mesmo quarto, todas elas entre cinco e nove anos. Eu era responsável por acorda-las, mesmo que eu ainda não tivesse acordado totalmente. Espreguicei e levantei da cama, devagar, tirando a coberta de cima. Era cerca de seis horas da manhã e, geralmente, eu acabava dormindo tarde, o que me fazia acordar um tanto quanto sonolento. Bocejei, passando nas camas que se dispunham ao lado. Tentava acorda-los tranquilamente, sacudindo-os e falando com os mesmos, mas era dificil faze-los levantar, então, eu ia até o banheiro onde urinava e escovava os dentes. O horário de acordar era as sete horas, então, a maioria não queria levantar tão cedo e, geralmente, eu era o único orfão acordado.
A Irmã Katarina sempre parecia ter acordado mais cedo e eu geralmente descia as escadas até a cozinha, para encontra-la. Acostumada, ela já preparava algo para eu comer, assim, eu podia sair mais cedo. — Bom dia, irmã. — Cumprimentei-a, andando em direção a grande mesa de madeira que ainda estava vazia de pessoas, apenas um prato de sopa estava sobre a mesa. — Bom dia, Kirigawa. — Ela se virou, sorrindo. A irmã era a segunda pessoa mais velha do orfanato, devia ter cerca de sessenta anos, mas não aparentava muitos sinais de velhice. Os cabelos longos dela ainda eram tão negros quanto seus olhos e as rugas de expressões eram visiveis só quando se olhava mais atentamente.
A gente costumava ficar em silêncio, já que, pela manhã, nunca se sabe como uma pessoa acordou. Naquele dia, foi um dos poucos que ela decidiu falar enquanto eu comia. — O Mestre Yama disse que quer falar com você. —
Parei de soprar a sopa e a olhei, com um olhar curioso. Ela retribuiu o olhar, mas com feição risonha. — Sério? — Perguntei.
Mestre Yama era bem reservado e era o cuidador responsável pelas adoções e demais termos administrativos. Era dificil vê-lo pelo orfanato, mas não era porque ele queria, ele era o velho mais ocupado que eu já havia conhecido em toda minha vida. Provavelmente, queria falar da minha graduação na academia ninja, há poucos dias atrás.
— Sim. — Disse a Irmã. — Quando acabar pode ir na sala dele, pode deixar que eu acordarei as crianças. — Ela me olhou como se me desse uma prévia do que vinha e, pelo olhar, parecia ser algo bom.
Um sorriso claro e largo, eu soltei. — Ok. — Aquele aviso me fez comer mais rápido, sem nem me preocupar que a sopa estava quente. Isso fez a Irmã soltar uma leve gargalhada que percebi ao olhar de canto de olho.
— Terminei. — Peguei o prato e corri até a pia, colocando-o lá para a irmã. Acenei com a cabeça e com um sorriso no rosto, agradeci, correndo para as escadas. — Obrigado, Irmã. —
[...]
Quando cheguei ao terceiro andar, onde a sala do Mestre Yama estava, percebi que a porta estava aberta e ele estava sentado em frente à um grande tabuleiro. Parecia pensativo. Me aproximei devagar, tentando não atrapalha-lo. Ele já tinha feições bem idosas. A barba branca e longa, os cabelos quase escassos eram brancos também e as rugas de expressão apareciam por todo corpo e pele enrugada.
— Mestre Yama. — Anunciei minha aproximação, reverenciando-o com a curvatura de meu tronco e o unir das mãos.
— Entre, Kirigawa. — Eu e Mestre Yama eramos bem mais próximos antigamente, quando o orfanato era menor. Graças à ele, eu havia aprendido muita coisa sobre mim mesmo. Ele era o homem mais sábio que eu havia conhecido e era quase como um avô para mim, apesar de não nos falarmos tão frequentemente. — Quanto tempo não conversamos, hein? — Disse ele, tocando no assunto.
— Verdade. — Respondi com certa seriedade, porém era impossível disfarçar a felicidade de estar conversando com ele.
Sentei-me à sua frente, no lado oposto do tabuleiro onde as peças estavam dispostas. — Vamos jogar um pouco? — Ele propos.
Logicamente, eu não iria recusar. Acenei a cabeça e me ajeitei, cruzando as pernas e olhando as peças dispostas. Era um jogo antigo e as regras eram bem fáceis de se entender, mas não era realmente o foco ali, eu pude perceber logo no primeiro movimento de peça.
— Fiquei sabendo da sua graduação. — Mestre Yama tinha conhecimento de tudo que acontecia no orfanato e inclusive, ele havia me colocado na academia ninja. Fiquei feliz em ouvi-lo dizer aquelas palavras, então, acenei com um sorriso e ele continuou a falar. — Parabéns. — Parabenizou.
— Obrigado, Mestre. — Respondi, fazendo meu movimento no tabuleiro.
Agora o Mestre Yama já não estava tão focado no tabuleiro, parecia mais focado ao redor, quase como se meditasse sobre a situação. Misterioso como sempre.
— Sei que foi minha ideia que você adentrasse a academia, mas você deve saber os perigos de ser um ninja, certo? — Falou, movendo a mesma peça de antes.
— Sim, senhor. — Respondi, movendo uma outra peça. Agora eu estava mais sério. A conversa tinha um tom diferente do que eu esperava.
— O mundo pode ser caótico. — Ele começou a falar algo que, a principio, só me parecia um sermão qualquer. — As coisas nem sempre saem como o esperado. — Mais uma vez, ele moveu a mesma peça para frente. — Você já sabe o que quer? — Ele parou, para perguntar.
Já eu, parei para pensar. Eu realmente estava mais focado no jogo do que em suas palavras. — Acho que não. — Foi minha resposta, ao mesmo tempo que uma clareza me fez perceber a peça que eu deveria mover, fazendo.
— Entendo. — O Mestre tinha um jeito calmo e sereno de falar e era quase como o sussurrar dos ventos. Ele moveu a mesma peça novamente.
— Hmm... — Murmurei, tentando decifrar o que ele estava tentando fazer com aquela peça. Fiquei um tempo em silencio, fazendo caras e bocas na tentativa de decifras, mas acabei dando continuidade à minha estratégia.
— O egoísmo é um dos piores problemas da humanidade, Kirigawa. — Ele falou, movendo a mesma peça.
Foi quando percebi a abertura que ele deixou e movi a ultima peça, vencendo o jogo. Um clarão bateu em minha mente, como se eu despertasse.
— Você vê? — Ele apontou para a unica peça que ele havia movido durante todo o jogo. — Essas peças são como nós. — Ele a pegou em mãos. —Sozinhos, não podemos vencer, mas podemos trazer a ruina de todos aliados. — Ele fechou os olhos.
— E o que isso quer dizer, Mestre Yama? — Perguntei, tentando decifrar o enigma.
Ele sorriu.
— Quer dizer que devemos aprender a avançar junto com as pessoas. — Ele reajustou todas as peças e fez apenas dois movimentos, vencendo meu jogo que eu havia feito. — E para isso, devemos conhecer a nós mesmos e aos outros. —
Naquele momento, eu entendi que ele não falava de força ou conhecimento de informações, mas sim, sabedoria interna. Mestre Yama era muito ligado às artes e a filosofia, então, não era de se surpreender que ele falasse sobre aquilo.
— Entendo. — Falei, fechando os olhos e respirando fundo.
Provavelmente, o Mestre queria que eu entendesse a pergunta que ele havia feito anteriormente. Por isso, decidi resgata-la em minhas memórias. Os pensamentos flutuaram como barcos no oceano e, finalmente, obtive uma resposta para mim mesmo.
— Eu quero ajudar as pessoas, Mestre. — Falei, abrindo os olhos com um olhar de determinação. Pude perceber cada detalhe da expressão do Mestre. Suas rugas flexionando-se num sorriso sincero e que a muito tempo não presenciava.
— Eu sei. — Falou. — Mas você parecia não se lembrar disso. — Naquele momento, entendi o sentido de se conhecer e não tentar fazer tudo sozinho.
As pessoas eram como os melhores espelhos do mundo e o Mestre Yama havia falado isso várias vezes. Diante suas palavras, eu finalmente me lembrei de muitas coisas que ele havia ensinado e, assim como ele, várias pessoas do orfanato haviam marcado em minha mente e espírito. A ideia não era só estar sozinho em presença, mas também, sobre esquecer a companhia espiritual que carregamos dia após dia. As pessoas que nos ensinaram a ser quem somos.
Eu sorri, agradecendo com um aceno.
Mestre Yama fez o mesmo e entendi que nossa conversa já havia terminado.
Me levantei devagar, caminhando até a porta, onde parei por um instante e olhei para trás, vendo o Mestre olhar pela janela. — Obrigado, Mestre. — Agradeci, saindo da sala e partindo para o segundo andar. Durante o caminho, várias coisas que havia esquecido, vieram à minha mente. Ânsias, pensamentos, ideias, tudo parecia florescer mais rapidamente. Meus olhos percorriam os detalhes do casebre, relembrando-me das pessoas que eu havia encontrado durante todo esse tempo naquele lugar. Uma sensação de gratidão surgiu no peito.
Ainda que eu não tivesse conhecido minha família, eu havia recebido uma do mundo e estava grato por tal.
Descendo as escadas, ouvi o som das conversas vindas do segundo andar. As crianças já haviam acordado. Era hora de eu partir até a horta e depois ir até Otogakure vender alguns itens. A Irmã Liana já devia ter acordado também, por isso, me apressei aos galopes.
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ST: 00/04
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- Considerações Importantes:
- - Roupas e aparência idênticas a descrição na ficha.
- 2 treinos de inteligencia = 2 PdAs
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karisma
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Observações: Muito bom, me anima bastante esse tipo de enredo, essa troca de experiência entre os mais velhos e a juventude, parabéns!
@Kirigawa
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Akihiro
Genin — Konoha
O vento cacoalhava as árvores fazendo as folhas caírem sobre a água do lago escondido entre a floresta que envolvia as proximidades de Otogakure. A grande poça de água não era tão grande para ser facilmente localizada e nem tão pequena a ponto de ser imprópria para banho, apesar disso, era um local de dificil acesso. Era necessário certo conhecimento dos arredores do orfanato para conseguir encontrar aquele lugar e, por isso, eu podia me banhar ali sem problema algum. Pelo menos, era o que estava em minha mente. As vestes foram deixadas na margem do lago e assim podia me molhar sem pegar uma gripe ou algo assim. Um conselho dado pela Irmã Katarina.
Não imaginei que seria interrompido tão cedo, afinal, mal havia iniciado-se o entardecer. Estava com a água batendo na altura do queixo, quando ouvi o som dos arbustos cacoalharem, fazendo minha face se virar na direção. Era a Irmã June. Por ela ter quase minha idade, abaixei-me um pouco mais, temendo que ela pudesse ver minhas partes. Ela se aproximou e ao perceber que minhas vestes estavam na margem, virou de costas.
— Estão precisando de você no orfanato. — Ela disse, com a voz um tanto quanto envergonhada pela situação.
Murmurei algo inaudível que fez bolhas na água, na realidade, não havia falado palavra alguma, apenas praguejei através de um grunhido estranho. Levantei um pouco mais a face, conseguindo falar melhor.
— Tudo bem. Eu já vou. — Não que não tivesse vontade de ajudar, mas naquele momento, eu estava apenas relaxando, então, sair do repouso para o trabalho era algo que não parecia vantajoso.
A irmã acenou com a cabeça e partiu floresta adentro. Fiquei olhando até que ela sumisse de vista e então, nadei até a margem do lago. Peguei minhas roupas, chacoalhei os cabelos com a mão e coloquei o short. Joguei a camisa sobre os ombros e segurando os sapatos com a mão direita, parti em direção ao orfanato. Mesmo sem pressa, não demorei para que chegasse até o terreno do orfanato. No galpão, o velho carpinteiro chamado Toukou estava conversando com a irmã que esperava na porta. Provavelmente, ali que eu deveria ir.
Me aproximei, parando ao lado da irmã. — Opa. — Falei em tom de cumprimento, erguendo a mão canhota.
Toukou parecia construir alguma coisa e ao mesmo tempo conversava com a Imrã. Minha chegada interrompeu a conversa. Ele me olhou, acenando para que eu me aproximasse da bancada, onde um pedaço de madeira era talhado à mão. Assim me aproximei, ficando ao seu lado. Ele dava leves marteladas numa faca, talhando algo num pedaço de madeira de tamanho mediano.
— Estou fazendo uma mesa nova. Vou precisar de sua ajuda. — Ele falou ao terminar o que estava fazendo.
— E o que devo fazer? — Perguntei, olhando ao redor.
— Ta vendo aqueles pedaços de madeira? Trás aqui pra mim. — Falou quase que como uma ordem.
A madeira estava em estado bruto, logo, quando percebi o tamanho das mesmas, imaginei que precisaria de ajuda. Eram cerca de cinco pedaços grandes que deveriam ser carregados alguns metros, porém, pareciam bem pesados. Pensei em questionar e cheguei até mesmo a puxar o ar para falar, mas desisti e acabei indo em direção à madeira. Deixei os sapatos ao lado da bancada e a camisa sobre eles para que nada me atrapalhasse.
Quando me aproximei, percebi que seria um trabalho e tanto. Peguei o lado da madeira e a empurrei, tentando segura-la para não cair, ao mesmo tempo que a virava na horizontal, facilitando o transporte. Porém, o peso do material era maior do que o imaginado, o que fez a madeira ir em direção ao chão rapidamente e eu solta-la. O estrondo da madeira caindo reverberou todo galpão fazendo ambos, a irmã e o carpinteiro, me reprimirem com seus olhares. Sorri sem graça, agrachando-me para pegar novamente o pedaço.
Olhei a madeira por mais alguns segundos e respirei fundo. Era um trabalho de pura força bruta e, talvez, fosse por isso que Toukou não o executava sozinho. Apesar de ser forte para a idade avançada, ele ainda era um homem de idade. Peguei a madeira mais uma vez e, agora, a ergui na altura do peito, movendo-a até que fosse capaz de apoia-la nos ombros. O peso fez minhas pernas tremerem, mas com os passos, a força colocada nas pernas parecia ser atribuida aos ombros e braços. Caminhei próximo à bancada onde Tokuou estava e o vi abrindo espaço para que eu colocasse o pedaço sobre a mesa. Com certa dificuldade o coloquei lá em cima e ele me entregou uma lixa que, em primeira instância, não soube de que serviria.
Olhei para Toukou, confuso e obtive uma resposta. — Lixe a parte superior. Eu vou cortar os outros pedaços. — Então que entendi. Provavelmente, não precisaria carregar todo aquele peso. Porém, estava enganado ao pensar que não teria trabalho.
Comecei a lixar a mesa lentamente e percebi que a madeira estava menos talhada do que o imaginado. Era necessário eu pressionar minhas mãos sobre a parte traseira da lixa e então fazer força para que a madeira fosse polida de modo igualitário. Não era algo dificil de se fazer, mas necessitava de certa habilidade e força para que o polimento saisse como desejado. Por isso, não demorou muito para que o suor caisse de minha testa. O som do lixar da madeira foi ofuscado pelo serrote cortando os outros pedaços. O velho ainda parecia ser bem forte.
Não demorou muito que ele terminasse e então começasse a me ajudar no polimento da maior parte. Cerca de duas horas foram necessárias para que Toukou talhasse toda a mesa e então, pudessemos polir todas as partes. Ao fim, só faltava montar a mesa. O velho me deu um martelo e alguns pregos, me ensinando como martela-los no local correto e como averiguar a segurança da mesa. Assim ele fez o primeiro pé e pediu para que eu fizesse a metade do trabalho. Finalizado, ele sentou-se sobre a mesa pronta e fez força próximo as bases. O ajudei a averiguar a qualidade do trabalho e finalmente terminei de ajuda-lo.
— Obrigado, Kirigawa. — Ele agradeceu.
Sorri, coçando a nuca, envergonhado. — Não foi nada, Toukou-sama. Qualquer coisa é só me chamar. — Acenei com a mesma mão que havia ido até a nuca e peguei minhas coisas ao lado da bancada. Ainda não havia anoitecido, se eu corresse, conseguiria tomar mais um banho de lago.
Não imaginei que seria interrompido tão cedo, afinal, mal havia iniciado-se o entardecer. Estava com a água batendo na altura do queixo, quando ouvi o som dos arbustos cacoalharem, fazendo minha face se virar na direção. Era a Irmã June. Por ela ter quase minha idade, abaixei-me um pouco mais, temendo que ela pudesse ver minhas partes. Ela se aproximou e ao perceber que minhas vestes estavam na margem, virou de costas.
— Estão precisando de você no orfanato. — Ela disse, com a voz um tanto quanto envergonhada pela situação.
Murmurei algo inaudível que fez bolhas na água, na realidade, não havia falado palavra alguma, apenas praguejei através de um grunhido estranho. Levantei um pouco mais a face, conseguindo falar melhor.
— Tudo bem. Eu já vou. — Não que não tivesse vontade de ajudar, mas naquele momento, eu estava apenas relaxando, então, sair do repouso para o trabalho era algo que não parecia vantajoso.
A irmã acenou com a cabeça e partiu floresta adentro. Fiquei olhando até que ela sumisse de vista e então, nadei até a margem do lago. Peguei minhas roupas, chacoalhei os cabelos com a mão e coloquei o short. Joguei a camisa sobre os ombros e segurando os sapatos com a mão direita, parti em direção ao orfanato. Mesmo sem pressa, não demorei para que chegasse até o terreno do orfanato. No galpão, o velho carpinteiro chamado Toukou estava conversando com a irmã que esperava na porta. Provavelmente, ali que eu deveria ir.
Me aproximei, parando ao lado da irmã. — Opa. — Falei em tom de cumprimento, erguendo a mão canhota.
Toukou parecia construir alguma coisa e ao mesmo tempo conversava com a Imrã. Minha chegada interrompeu a conversa. Ele me olhou, acenando para que eu me aproximasse da bancada, onde um pedaço de madeira era talhado à mão. Assim me aproximei, ficando ao seu lado. Ele dava leves marteladas numa faca, talhando algo num pedaço de madeira de tamanho mediano.
— Estou fazendo uma mesa nova. Vou precisar de sua ajuda. — Ele falou ao terminar o que estava fazendo.
— E o que devo fazer? — Perguntei, olhando ao redor.
— Ta vendo aqueles pedaços de madeira? Trás aqui pra mim. — Falou quase que como uma ordem.
A madeira estava em estado bruto, logo, quando percebi o tamanho das mesmas, imaginei que precisaria de ajuda. Eram cerca de cinco pedaços grandes que deveriam ser carregados alguns metros, porém, pareciam bem pesados. Pensei em questionar e cheguei até mesmo a puxar o ar para falar, mas desisti e acabei indo em direção à madeira. Deixei os sapatos ao lado da bancada e a camisa sobre eles para que nada me atrapalhasse.
Quando me aproximei, percebi que seria um trabalho e tanto. Peguei o lado da madeira e a empurrei, tentando segura-la para não cair, ao mesmo tempo que a virava na horizontal, facilitando o transporte. Porém, o peso do material era maior do que o imaginado, o que fez a madeira ir em direção ao chão rapidamente e eu solta-la. O estrondo da madeira caindo reverberou todo galpão fazendo ambos, a irmã e o carpinteiro, me reprimirem com seus olhares. Sorri sem graça, agrachando-me para pegar novamente o pedaço.
Olhei a madeira por mais alguns segundos e respirei fundo. Era um trabalho de pura força bruta e, talvez, fosse por isso que Toukou não o executava sozinho. Apesar de ser forte para a idade avançada, ele ainda era um homem de idade. Peguei a madeira mais uma vez e, agora, a ergui na altura do peito, movendo-a até que fosse capaz de apoia-la nos ombros. O peso fez minhas pernas tremerem, mas com os passos, a força colocada nas pernas parecia ser atribuida aos ombros e braços. Caminhei próximo à bancada onde Tokuou estava e o vi abrindo espaço para que eu colocasse o pedaço sobre a mesa. Com certa dificuldade o coloquei lá em cima e ele me entregou uma lixa que, em primeira instância, não soube de que serviria.
Olhei para Toukou, confuso e obtive uma resposta. — Lixe a parte superior. Eu vou cortar os outros pedaços. — Então que entendi. Provavelmente, não precisaria carregar todo aquele peso. Porém, estava enganado ao pensar que não teria trabalho.
Comecei a lixar a mesa lentamente e percebi que a madeira estava menos talhada do que o imaginado. Era necessário eu pressionar minhas mãos sobre a parte traseira da lixa e então fazer força para que a madeira fosse polida de modo igualitário. Não era algo dificil de se fazer, mas necessitava de certa habilidade e força para que o polimento saisse como desejado. Por isso, não demorou muito para que o suor caisse de minha testa. O som do lixar da madeira foi ofuscado pelo serrote cortando os outros pedaços. O velho ainda parecia ser bem forte.
Não demorou muito que ele terminasse e então começasse a me ajudar no polimento da maior parte. Cerca de duas horas foram necessárias para que Toukou talhasse toda a mesa e então, pudessemos polir todas as partes. Ao fim, só faltava montar a mesa. O velho me deu um martelo e alguns pregos, me ensinando como martela-los no local correto e como averiguar a segurança da mesa. Assim ele fez o primeiro pé e pediu para que eu fizesse a metade do trabalho. Finalizado, ele sentou-se sobre a mesa pronta e fez força próximo as bases. O ajudei a averiguar a qualidade do trabalho e finalmente terminei de ajuda-lo.
— Obrigado, Kirigawa. — Ele agradeceu.
Sorri, coçando a nuca, envergonhado. — Não foi nada, Toukou-sama. Qualquer coisa é só me chamar. — Acenei com a mesma mão que havia ido até a nuca e peguei minhas coisas ao lado da bancada. Ainda não havia anoitecido, se eu corresse, conseguiria tomar mais um banho de lago.
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Ozymandias
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Data de inscrição : 26/06/2020
Akihiro
Genin — Konoha
A tranquilidade daquela noite pairava ao silêncio que reinava no quarto, onde ao fundo apenas o som dos ventos preenchia o absoluto silêncio. As crianças já haviam dormido quando olhei sobre os ombros, escorado na janela e observando a imensidão do País do Arroz. A luz da lua caindo sobre os açudes extensos e cercados das plantações. O vento chacoalhando as plantas, como uma dança sem muito ritmo. A visão era a tranquilidade e monotonia da vida cotidiana.
Ainda que a rotina parecesse cansativa, o destino sempre surpreendia com novas situações que apareciam no dia-a-dia. Aquela noite em especial, uma delas apareceu. Não muito longe dali, uma silhuenta corria na direção do orfanato. Não pude distinguir mesmo quando ela se aproximou, afinal, ela usava um manto negro sobre o corpo. Percebi que o desconhecido tentava se esconder entre as arvores, aproximando-se até chegar ao orfanato, onde abriu uma janela e adentrou. Meus olhos se arregalaram, tentando distinguir alguma coisa, mas a primeira coisa que veio à minha mente era tentar descobrir quem era aquela pessoa.
Eu deveria ser cauteloso. Aproveitando que não vestia sapatos, caminhei pelos corredores com as pontas do pé, evitando o máximo de barulho possível. Eu deveria me aproximar sem que aquela pessoa percebesse e então, eu tentaria para-la. Em minha mente, alguém estava tentando roubar o orfanato e se eu chamasse atenção, algo pior poderia acontecer. Estava pronto para me arriscar. Desci as escadas vagarosamente, como se tentasse fazer meus passos mal tocarem o chão. Lá embaixo, ouvi alguns sons infimos de sapatos sendo retirados. Provavelmente, o ladrão estava buscando não fazer barulho.
Ao descer as escadas, percebi através do espelhos da casa que a pessoa estava virada para minha direção. Parecia ser alguém de pequeno porte, até mesmo menor que eu. Seria alguém do orfanato? Não, duvidava dessa hipótese, afinal, todos estavam em suas camas. Ao descer o ultimo degrau, rapidamente me movi para trás da parede posterior do comodo onde a pessoa desconhecida estava. Ali era o refeitório, então, ele podia estar procurando comida. Ainda sim, eu precisava saber quem era. O movimento rápido fez a madeira rangir e pude ouvir o manto da pessoa chacoalhar, como se ela tivesse se movido bruscamente. Provavelmente, ela havia escutado. Respirei fundo, tentando manter a calma. Ao mesmo instante, podia ouvir o som da madeira rangir quase que inaudivel. Se não fosse o silêncio da casa, provavelmente eu não conseguiria escutar.
A sombra da pessoa se projetou próxima, eu precisava agir. Num movimento rápido, me movi em sua direção, pegando seus ombros e tentando derruba-la. Apesar disso, aquela pessoa parecia ser forte o suficiente e ao mesmo tempo, conseguiu meu puxar junto à ela, fazendo nós dois cairmos no chão. O estrondo não foi muito alto, mas para mim, parecia quase um trovão. Caí sobre o corpo do homem que se debatia na tentativa de me empurrar de cima do mesmo. Tentei segura-lo, mas o mesmo se debateu até conseguir soltar suas maos e usa-las para sair debaixo de mim. Tentei pegar seu pé, mas o mesmo me deu um chute no peito, me fazendo ser empurrado para trás. O golpe nem mesmo doeu, mas foi o suficiente para da-lo um tempo para se afastar. Ele levantou a mão, como se pedisse trégua.
— Shh.. — Foi um pedido de silêncio. Assim ouvi um som no andar de cima e ao olhar, o desconhecido veio em minha direção, tentando me agarrar.
Rapidamente, bati em sua mão direita e usando a força do corpo e destreza de movimento, puxei seu braço sobre meus ombros e o joguei por cima, fazendo-o cair em minha frente. Nesse momento, as luzes se acenderam. A pessoa sob o manto se debatia cada vez mais, mas dessa vez, eu a segurei com força suficiente para que ela não conseguisse sair dali tão facilmente. Minha mão direita segurava seu punho direito, enquanto minha canhota empurrava sua cabeça para frente, tocando na parte traseira da mesma. Meu joelho esquerdo estava em suas costas, fazendo-o se curvar para frente, diminuindo as chances dele conseguir se mover rapidamente.
A Irmã Katarina havia acordado e ao acender a luz, pode ver a cena que ocorria ali. — O que é isso? — Ela questionou com tom de voz irritado.
— Irmã, é um intruso, precisamos leva-lo para a vila. — Falei e ao fim, uma voz familiar se revelou.
— Eu não sou um intruso, merda. — Aquela voz. Eu me lembrava dela.
Sim. Era Taka. Um dos garotos mais velhos do orfanato. Naquele momento, surpreso eu puxei o capuz e me afastei, percebendo que era ele que estava ali.
— Hã? — Ao mesmo tempo que estava confuso, queria entender o que havia acontecido ali.
— Eu só fui na vila um pouco, não imaginei que alguém estivesse acordado e ainda por cima fosse me atacar. — Ele falou, se levantando e tirando o manto de cima do corpo.
Eu cocei a nuca e sorri, envergonhado. Até que me lembrei que o mesmo havia me atacado logo quando a irmã havia acendido a luz.
— Ei, mas você me atacou também. — Falei, percebendo que a irmã estava apenas ouvindo a conversa.
Taka revirou os olhos.
— Eu só ia te puxar pra você não fazer barulho. Não queria acordar ninguém, cara. — Ele olhou para a Irmã Katarina e ela estava com um olhar um tanto quanto irritado.
Enrijeci os musculos da boca, mostrando os dentes, percebendo que havia trazido problemas para Taka.
— Vá dormir, Kirigawa. — Disse a Irmã. Apenas acenei positivamente e subi as escadas. — Você, vem até minha sala. — Foi a ultima coisa que ouvi antes de entrar no quarto.
Ao me deitar, fiquei pensando o que aconteceria com Taka. Provavelmente, ficaria algumas semanas cuidando da louça sozinho. A Irmã não gostava quando saíamos sem avisar. Principalmente pela noite. Acabou que todo aquele esforço misturado com os pensamentos, começaram a me induzir ao sono e lentamente, pude perceber que a visão do telhado começava a sumir com piscadas leves. Por fim, não lutei contra o sono e acabei adormecendo.
Ainda que a rotina parecesse cansativa, o destino sempre surpreendia com novas situações que apareciam no dia-a-dia. Aquela noite em especial, uma delas apareceu. Não muito longe dali, uma silhuenta corria na direção do orfanato. Não pude distinguir mesmo quando ela se aproximou, afinal, ela usava um manto negro sobre o corpo. Percebi que o desconhecido tentava se esconder entre as arvores, aproximando-se até chegar ao orfanato, onde abriu uma janela e adentrou. Meus olhos se arregalaram, tentando distinguir alguma coisa, mas a primeira coisa que veio à minha mente era tentar descobrir quem era aquela pessoa.
Eu deveria ser cauteloso. Aproveitando que não vestia sapatos, caminhei pelos corredores com as pontas do pé, evitando o máximo de barulho possível. Eu deveria me aproximar sem que aquela pessoa percebesse e então, eu tentaria para-la. Em minha mente, alguém estava tentando roubar o orfanato e se eu chamasse atenção, algo pior poderia acontecer. Estava pronto para me arriscar. Desci as escadas vagarosamente, como se tentasse fazer meus passos mal tocarem o chão. Lá embaixo, ouvi alguns sons infimos de sapatos sendo retirados. Provavelmente, o ladrão estava buscando não fazer barulho.
Ao descer as escadas, percebi através do espelhos da casa que a pessoa estava virada para minha direção. Parecia ser alguém de pequeno porte, até mesmo menor que eu. Seria alguém do orfanato? Não, duvidava dessa hipótese, afinal, todos estavam em suas camas. Ao descer o ultimo degrau, rapidamente me movi para trás da parede posterior do comodo onde a pessoa desconhecida estava. Ali era o refeitório, então, ele podia estar procurando comida. Ainda sim, eu precisava saber quem era. O movimento rápido fez a madeira rangir e pude ouvir o manto da pessoa chacoalhar, como se ela tivesse se movido bruscamente. Provavelmente, ela havia escutado. Respirei fundo, tentando manter a calma. Ao mesmo instante, podia ouvir o som da madeira rangir quase que inaudivel. Se não fosse o silêncio da casa, provavelmente eu não conseguiria escutar.
A sombra da pessoa se projetou próxima, eu precisava agir. Num movimento rápido, me movi em sua direção, pegando seus ombros e tentando derruba-la. Apesar disso, aquela pessoa parecia ser forte o suficiente e ao mesmo tempo, conseguiu meu puxar junto à ela, fazendo nós dois cairmos no chão. O estrondo não foi muito alto, mas para mim, parecia quase um trovão. Caí sobre o corpo do homem que se debatia na tentativa de me empurrar de cima do mesmo. Tentei segura-lo, mas o mesmo se debateu até conseguir soltar suas maos e usa-las para sair debaixo de mim. Tentei pegar seu pé, mas o mesmo me deu um chute no peito, me fazendo ser empurrado para trás. O golpe nem mesmo doeu, mas foi o suficiente para da-lo um tempo para se afastar. Ele levantou a mão, como se pedisse trégua.
— Shh.. — Foi um pedido de silêncio. Assim ouvi um som no andar de cima e ao olhar, o desconhecido veio em minha direção, tentando me agarrar.
Rapidamente, bati em sua mão direita e usando a força do corpo e destreza de movimento, puxei seu braço sobre meus ombros e o joguei por cima, fazendo-o cair em minha frente. Nesse momento, as luzes se acenderam. A pessoa sob o manto se debatia cada vez mais, mas dessa vez, eu a segurei com força suficiente para que ela não conseguisse sair dali tão facilmente. Minha mão direita segurava seu punho direito, enquanto minha canhota empurrava sua cabeça para frente, tocando na parte traseira da mesma. Meu joelho esquerdo estava em suas costas, fazendo-o se curvar para frente, diminuindo as chances dele conseguir se mover rapidamente.
A Irmã Katarina havia acordado e ao acender a luz, pode ver a cena que ocorria ali. — O que é isso? — Ela questionou com tom de voz irritado.
— Irmã, é um intruso, precisamos leva-lo para a vila. — Falei e ao fim, uma voz familiar se revelou.
— Eu não sou um intruso, merda. — Aquela voz. Eu me lembrava dela.
Sim. Era Taka. Um dos garotos mais velhos do orfanato. Naquele momento, surpreso eu puxei o capuz e me afastei, percebendo que era ele que estava ali.
— Hã? — Ao mesmo tempo que estava confuso, queria entender o que havia acontecido ali.
— Eu só fui na vila um pouco, não imaginei que alguém estivesse acordado e ainda por cima fosse me atacar. — Ele falou, se levantando e tirando o manto de cima do corpo.
Eu cocei a nuca e sorri, envergonhado. Até que me lembrei que o mesmo havia me atacado logo quando a irmã havia acendido a luz.
— Ei, mas você me atacou também. — Falei, percebendo que a irmã estava apenas ouvindo a conversa.
Taka revirou os olhos.
— Eu só ia te puxar pra você não fazer barulho. Não queria acordar ninguém, cara. — Ele olhou para a Irmã Katarina e ela estava com um olhar um tanto quanto irritado.
Enrijeci os musculos da boca, mostrando os dentes, percebendo que havia trazido problemas para Taka.
— Vá dormir, Kirigawa. — Disse a Irmã. Apenas acenei positivamente e subi as escadas. — Você, vem até minha sala. — Foi a ultima coisa que ouvi antes de entrar no quarto.
Ao me deitar, fiquei pensando o que aconteceria com Taka. Provavelmente, ficaria algumas semanas cuidando da louça sozinho. A Irmã não gostava quando saíamos sem avisar. Principalmente pela noite. Acabou que todo aquele esforço misturado com os pensamentos, começaram a me induzir ao sono e lentamente, pude perceber que a visão do telhado começava a sumir com piscadas leves. Por fim, não lutei contra o sono e acabei adormecendo.
500 HP
300 CH
ST: 00/04
300 CH
ST: 00/04
- Considerações Importantes:
- - Roupas e aparência idênticas a descrição na ficha.
- 2 treinos = 1 PdA em Força e 1 PdA em Destreza.
- OUTROS:
- Bolsa de armas 00/20:
Vila : Sem vila
Mensagens : 493
Data de inscrição : 23/05/2020
Cerberus
Mestre
Aprovado. Parabéns.
Vila : Sem vila
Mensagens : 344
Data de inscrição : 19/05/2020
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