[TREINOS] Moritaka

Havia dito que após aquela missão eu voltaria para o bar e tomaria o máximo de bebida alcoolica possível para esquecer os acontecimentos mas não foi isso que fiz, parece que nem mesmo o álcool poderia me ajudar a descontar minhas frustrações.

Lembrei-me dos treinos na fazenda, de quando meus pais me proibiam de sonhar em ser um shinobi e para seguir meu sonho eu usava tarefas do dia a dia como uma válvula de escape.

Empilhando esterco, correndo atrás das galinhas, cavando buracos e mais buracos para fazer cercas e roçando todas as nossas terras, buscando água nas fontes mais longe para poder andar o máximo possível — a fazenda era de fato um dos melhores lugares para quando se queria treinar, mas não estava lá agora então precisaria achar uma outra forma.

Assim que adentrei o bar, vi que havia algumas garrafas quebradas logo na entrada e um grupo de bêbados parado na mesa do senhor Koka discutindo, quando meu velho amigo reconheceu minha figura na porta ele  me chamou com um pedido de socorro:

_ Esses delinquentes beberam e não querem pagar pela bebida, bando de rebeldes sem causa, acham que temo seus punhos, já fui um ninja renomado. - Vi todos rirem de sua cara com tons de deboche “você, um velho bêbado? Um ninja renomado? HAHA”

Haviam quatro homens, dois brutamontes  musculosos e carecas, pareciam babar como dois buldogues velhos. Um deles era mais magro e o outro era baixinho, deduzi que os maiores possuíam força física, o magro era ágil e forte já o menor era apenas rápido.
Fechei a porta atrás de mim e peguei a primeira garrafa de saquê que se manterá inteira, então olhei para a face de cada um deles e disse com um tom irônico:

_ Ei, fracotes... O que vocês acham de deixar o velho Koka em paz e incomodar alguém que pode bater em vocês, eim?! Porque estão tão frustrados? Suas mulheres não querem mais vocês não é? Ou será que vocês são um casal? HAHA!

Extremamente incomodado com o que eu disse um dos brutamontes soltou um grunhido e avançou em minha direção, parecera um urso correndo e derrubando todas as mesas que estavam em sua frente e lhe impediam de me alcançar.

Coloquei um dos pés sobre o encosto de uma das cadeiras e usei-a de impulso para saltar por cima no exato momento que ele me agarraria, fazendo com que tropeçasse na cadeira e caísse nos fundos do bar — mas ele levantou.

_ Resistente e forte, porém lento e burro. - Nesse instante tomei mais um gole do liquido e quebrei a garrafa na mesa fazendo com que ela ganhasse um ponta afiada.

_ Nem tirarei a espada para vocês, não merecem que eu faça.  Venha grandalhão, vou dar um fim em você!

O mesmo brutamonte seguiu correndo em minha direção, dessa vez segurava um pedaço de madeira quebrada como um bastão. O outro aproveitou que eu estava de costas e avançou também, os dois menores nada fizeram.

No momento em que eu receberia o ataque do que vinha por minhas costas eu me abaixei e o que estava em minha frente acertou em cheio o rosto dele com a madeira, escutou um tipo de “trinck” e logo vi pedaços de seus dentes serem cuspidos para fora, todos em pedacinhos pequenos, o gigante caiu nocauteado.

Ainda abaixado aproveitei para acertar em cheio a parte intima do que estava em minha frente, atravessei a parte ponte aguda da garrafa, escutei um berro de dor e seu sangue escorrendo por baixo, parecia como se fosse leite de vaca sendo ordenhado.

Olhei para os outros dois embustes ali parados perto de Koka e um deles resolveu agir de forma precipitada, pegando uma garrafa quebrada e colocando sobra a garganta do meu velho amigo como se fosse me ameaçar de alguma forma.

_ SE VOCÊ DER MAIS UM PASSO EU MATO ESSE VELHO!

Respirei fundo e de forma fria porém decidido passei a caminhar em direção a eles, com um sorriso no rosto eu disse.

_ E depois que mata-lo? Está preparado para me ver caçar você, seus filhos, seus irmãos, sua família inteira? Pois só sua morte não bastará para suprir minha vingança, eu cortarei seus testículos fora e amarrarei em sacos e deixarei nos trincos do bar do velho Koka para lembrar todo vândalo que esse não é um lugar sem lei.  

Seu rosto assustado sentiu que de alguma forma eu estava falando sério, ele sabia que não poderia matar meu amigo e sair ileso da situação.

_ Me enfrente como um homem e prometo não tirar sua vida.

De forma bastante honrosa ele aceitou meu desafio, largou o refém e veio ao meu encontro. Ambos em posição de luta, sem regras, só não podíamos usar nada além de nossas mãos.

Ele mandou o primeiro soco em direção a minhas costelas do lado direito e não consegui acompanhar sua velocidade, recebi o golpe mas devolvi logo em seguida com uma cotovelada rápida em seu supercílio que rasgou instantaneamente deixando sua visão turva.

Veio pra cima novamente e fingiu tentar um chute mas quando me dei por percebido ele emendava um outro golpe em direção a costela acertada anteriormente, novamente recebi o ataque, causando ainda mais danos que anteriormente — dessa vez não consegui revidar, senti o sangue chegar em minha boca e cuspi o excesso para fora, meus dentes estavam todos molhados de vermelho claro.

_ Você é realmente rápido, como eu imaginava. Acho que você vai acabar comigo, venha! Finalize essa luta e saia daqui como o vencedor.

Enchi sua bola propositalmente, sabia que dessa forma ele se descuidaria e tentaria fazer o mesmo golpe consecutivo, e assim o fez.
Tentou me distrair com um golpe falso e emendou um soco na direção da mesma costela, dessa vez o interceptei, segurei seu braço e rodei seu corpo por cima do meu e o joguei no chão com toda a minha força, ouvi o estalo de suas costas batendo sobre os cacos de vidro.

_ E você? Vai querer me enfrentar também? – Disse para o ultimo que restara, mas esse já nem estava mais ali, havia saído correndo na primeira oportunidade.
Me sentei na mesa do velho Koka segurando minha costela machucada e peguei da garrafa de gin que o homem tomava, enchi minha boca com o liquido e botei mais da metade para dentro em apenas uma golada, depois arrotei e cai sentado no chão, rindo de forma escandalosa.

_ HAHAH EU PRECISAVA DISSO!.

Após todos os feridos serem curados provisoriamente pela filha do senhor Koka que era uma ótima enfermeira no hospital do vilarejo, nós todos bebemos juntos como grandes amigos e decidimos que daquele dia em diante nós formaríamos um clube de lutadores no bar, e que quando estivéssemos estressados nos enfrentaríamos até que um desistisse ou fosse nocauteado.

hp300/ck300 - stamina 0/4

Treino de destreza: 1.086 palavras.