[SOLO] Construção Amaldiçoada.

Missão:

A noite não demora para chegar na Vila Oculta do som, pois se considerarmos a noite como um fenômeno que se opõe a luz, podemos dizer que por volta das quatro horas da tarde já é noite no vilarejo subterrâneo, que mesmo de dia já sofre com a má iluminação dos raios solares.

Naori estava mal acostumado com esse cenário, apesar de suas preferencias por temperaturas mais baixas e pela ausência do calor, era difícil conviver em um ambiente onde o sol não parecia ser forte o suficiente durante o dia. Começando a se habituar com aquela aldeia, começou aos poucos a se sentir confortável com a ideia de que parecia um lugar bastante protegido e discreto aos olhos de quem vê o vilarejo pelo lado de fora. No fim das contas era reconfortante estar ali dentro, parecia um tipo de fortaleza impenetrável.


A missão que havia sido requisitada por nosso herói foi de fato algo que o surpreendeu de maneira negativa, esperava por uma missão um pouco mais fácil e de rank minimo, infelizmente para ele não era oque havia acontecido no fim das contas. Naori recebeu a tarefa de investigar acontecimentos estranhos na reforma de um dos portões do vilarejo, além disso ele deveria proteger os construtores para que nada de errado acontecesse com os próprios.

Apesar de ter julgado como "macabra", aquela missão lhe renderia muito mais dinheiro que uma missão de rank d, pelo lado financeiro ele havia ficado satisfeito. Já era por volta da meia noite quando o albino resolveu partir em direção ao portão da aldeia, vestindo seu traje de ninja e levando consigo as suas duas únicas kunais preparadas com papeis explosivos.

O caminho até os portões da aldeia foram solitários, dando tempo suficiente para que o rapaz analisasse sua estadia na aldeia com mais cautela, a solidão poderia ser uma inimiga pouco formidável para a maioria dos homens, mas para Naori ela era como um braço amigo, um ombro a se apoiar e para se refletir nos momentos difíceis da vida. "Oto é um vilarejo bastante sombrio, no fim das contas não sei se isso é positivo ou negativo para mim. O que diria minha mãe se estivesse aqui? Argh... Gostaria de saber o porque estou foragido, o real motivo para não podermos continuar juntos no Pais do Ferro. O que me resta é manter meu foco e minha disciplina, continuar seguindo meu caminho como shinobi até as coisas se esclarecerem de fato. Assim que possivel peço permissão para uma viajem até o pais do ferro... Até lá, serei o mais útil possível para esse vilarejo, quem sabe ele não esteja precisando de um pouco de luz, já que os raios de sol não nos alcançam aqui." Após algum tempo se locomovendo pelas vielas escuras e também "perigosas" de Oto, ele chegou no portão do vilarejo, se deparou com alguns construtores parados do lado de dentro da aldeia, conversando entre si, e ao se aproximar pode ouvir alguns sussurros "É, não podemos entrar ali sem que o segurança esteja aqui... tem algo de estranho acontecendo, depois que Boby começou a trabalhar no portão ele ficou doente, diz sua mulher que ele ficou louco, passa o dia falando sobre ter visto um monstro na entrada do vilarejo."

_ Boa noite, me chamo Naori... Estou aqui para garantir sua segurança.

Os construtores olharam torto para o jovem, encararam seus olhos e se entre olharam depois, incertos se realmente confiariam naquele shinobi para ser seu segurança naquela madrugada.

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Após algum tempo encarando-o, o construtor mestre de obra resolveu dar um voto de confiança para aquela criança, que apesar de muito nova possuia expressões sérias e traços que transbordavam confiança. Mas apesar de um deles estar confiante de que tudo ficaria bem, os outros quatro construtores ainda estavam acovardados com a situação — apesar disso todos seguiam juntos em direção ao portão da aldeia, Naori seguia na frente dos demais.


Assim que chegaram no local a primeira tarefa que foi exercida era conseguir a iluminação necessária para que a obra pudesse ser feita da melhor maneira possível, foram acesas lamparinas do inicio ao fim do corredor, apesar de haver luz, o silencio e as sombras dos trabalhadores nas paredes ainda faziam com que aquele lugar parecesse bastante amedrontador. A voz calma e paciente de Naori tentou acalmar os olhares arregalados e paranoicos dos funcionários de Oto:

_ Está tudo bem, nenhum mal chegará até vocês enquanto eu estiver aqui, vou patrulhar esse local até que o serviço de vocês tenha terminado.

Parece que suas palavras tranquilizaram um pouco os demais que ainda não haviam sentido confiança no ninja. Para que sua tarefa fosse realmente feita de forma eficaz ele passou a caminhar em direção ao portão que dava entrada naquela passagem secreta, onde possivelmente o ataque ao Boby havia ocorrido. Durante o caminho todo ele buscou possíveis indícios do que poderia ter acontecido, usando seus olhos para fazer uma varredura completa por todo o ambiente, a procura de pistas ou qualquer coisa que pudesse ajuda-lo a desvendar aquele mistério.

"Não acredito nessa coisa de fantasmas, por mais que já tenha ouvido muitas falacias e histórias de terror a respeito de coisas parecidas, me parece pouco provavel que exista alguma veracidade nisso, acredito que na pior das hipoteses ele possa ter sofrido um ataque de genjutsu."

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Andou algum tempo até chegar na saida do vilarejo, um lugar afastado de onde a manutenção da obra ocorria, não havia motivos para ninguém ter conseguido atacar aquele construtor ali e depois ter ido embora, a troco de que? Pensava Naori, confuso com toda a situação, cogitando lá no fundo de seus pensamentos que realmente pudesse ter sido fruto de assombração, levando em conta que durante o percurso não haviam marcas de sangue ou pegadas estranhas, nada que fosse realmente lhe dar um norte sobre aquela investigação.

Foi quando de repente ele percebeu uma movimentação estranha vinda de um dos arbustos do lado de fora das grades da passagem secreta, ele se manteve discreto, se fosse um possível invasor ou até mesmo a "assombração" logo ele receberia um ataque ou algo do gênero. Mas foi no momento em que ele tocou nas grades do portão que ele percebeu que havia caído em uma armadilha, aquelas grades estavam fazendo com que Naori entrasse no efeito de algum genjutsu, ele se deixou ser levado para ver até onde aquilo ia.

Naquele momento já dentro da ilusão, ele viu sair do arbusto oque parecia ser um tipo de monstro que media cerca de 3m de altura, possuía um machado gigantesco e seu corpo era enfaixado dos pés a cabeça, não tinha espaço para nenhum orifício. Manteve-se calmo, sabia que se tratava de um genjutsu, e essa era sua técnica favorita de todas as técnicas ninjas principais.

O monstro ficou parado, parece que o usuário da ilusão achou que somente sua presença fosse suficiente para fazer o genin recuar, vendo que não surtia efeitos, o ogro avançou de forma agressiva em direção a Naori, pronto para arrancar sua cabeça com aquele gigantesco machado.

_ A onde você está se escondendo, saiba que, vou lhe encontrar... vou lhe levar para os oficiais e a justiça será feita. -
Suas palavras soaram calmas como sempre, seu rosto demonstrava serenidade, era quase como se de alguma forma o rapaz se sentisse intocável pelo mundo, mas a realidade era que por dentro seus nervos pulavam de nervoso.
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Enquanto o misterioso escondido atrás do arbusto perdia seu tempo fazendo com que aquele monstro atacasse Naori, ele já estava consciente e determinado a desfazer o genjutsu e seguir na direção do inimigo, que não aparentava ser tão hábil assim nas ilusões. Após desprendesse com facilidade do genjutsu ele caminhou em direção ao arbusto, disse novamente naquele tom aveludado e sereno de anteriormente:

_ Saia de onde você está, não quero ter que iniciar uma luta aqui. Não vejo necessidade de uma briga, afinal de contas, pode perceber o quão fácil para mim foi desfazer-me do seu genjutsu, não queres me enfrentar aqui... acredite. - Aquelas palavras foram certeiras, a junção delas com o fator de que para Naori o genjutsu havia sido facil demais de ser desvendado, fez com que o inimigo realmente se entregasse e saísse do arbusto.

Era um homem magro que aparentava ter por volta da meia idade, estava vestindo uma bandana de Otogakure e suas roupas eram surradas, pareceu ser amigável, apesar de estar cometendo atos criminosos. Ele se ajoelhou em frente a Naori e começou a falar antes que fosse questionado pelo rapaz.

_ Me desculpa, senhor. Sou um genin da aldeia que não obteve sucesso no ramo ninja, me tornei um construtor também. Infelizmente não posso lhe falar mais que isso, só peço que me deixe ir embora, não cometerei o mesmo erro, deixarei esses trabalhadores em paz...

Naori fez gestos com uma das mãos insinuando para que o homem levantasse, não via necessidade de ter um comportamento de superioridade, levando em conta que ambos estavam no mesmo rank ninja atualmente.

_ Se levante, somos iguais. Infelizmente minha missão é investigar e resolver a situação que tem acontecido nessa obra, afinal de contas um dos construtores está isolado em casa, com medo do monstro que disse ter visto aqui. Preciso que você me conte o motivo de estar aqui, infelizmente precisarei reportar as informações aos meus superiores. Eu posso deduzir o porque... mas é preferível ouvir de você. - Apesar de suas palavras sobre igualdade serem singelas, Naori aparentava ter um intelecto bem superior ao daquele homem, que estava frustrado e indeciso em relação ao que faria.
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As deduções haviam falhado, por mais que Naori se concentrasse e tentasse fechar os pontinhos e assim criar um cenario dos possiveis motivos do porque aquele homem estava cometendo aquele crime, ele falhava... talvez estivesse disperso demais por conta da adrenalina de ter chego até a solução daquele problema.

Entre tanto, suas palavras eram tão imponentes que aquele homem não sentiu em momento algum como se estivesse conversando de igual para igual com alguém, pelo contrario, ele podia jurar que aquele menino possuia cargos altos no vilarejo. Isso fez com que não segurasse, a pressão para que falasse foi grande e ele desabou em meio as palavras:

_ Eu E-u eu sinto muito... Por não ter conseguido exito em me tornar um bom shinobi, tive que recorrer ao trabalho de marceneiro.. Porém, sou um desastre e fui afastado no meu primeiro dia de trabalho, achei que se eu conseguisse afastar o máximo de funcionários possíveis o mestre de obras seria obrigado a me contratar... eu fui um tolo!

Aquelas palavras cortaram o coração de Naori, que apesar de estar cumprindo seu papel não podia deixar que um membro de seu vilarejo passasse tanta dificuldade assim.

_ Olha, preciso que você pare com isso, certo? Eu vou relatar que havia um comerciante vestido de fantasma assustando as pessoas do vilarejo no geral, e que após uma boa surra ele se comprometeu a não perturbar mais as pessoas, inclusive os construtores. Ainda assim, em relação ao seu trabalho, pois tente fazer outra coisa de sua vida... O Vilarejo está cheio de oportunidades, mas caso você não consiga nada, pode me procurar nesse endereço. - O jovem genin passou o endereço de sua casa para aquele homem, confiante de que em uma necessidade extrema ele pudesse contar com Naori.

A situação estava resolvida, o genin voltou aos construtores e sustou a mentira de que era um comerciante "engraçadinho" pregando pessoas nas pessoas, mesmo desconfiados, eles confiaram na palavra do rapaz e se deram por vencidos, afinal de contas o único que havia visto o mostro não estava mais presente ali.

Ao relatar a missão para os oficiais, Naori sustentou as mesmas palavras, sua missão foi dada como concluída.




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