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[D] Flores e Café
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FJÖLA
Chūnin — Konoha
O odor de cafeína exalava juntamente ao vapor quente que escapava por um bule inquieto, estridente o suficiente para acompanhar a cena dramática que consentia ao seu chamado. Kojirō corria pelos pisos rústicos de madeira antiga, trazendo mais um som à sinfonia desarranjada, um rangido penetrante que alertava cada um de seus descuidados passos. Assim que suas tênues e pálidas palmas se apossaram do bule em chamas e o lançaram à torneira d'água, a voz aguda reagiu, quase que imediatamente.
— Ai, ai, ai... Quente, quente! — Em meio a saltos as palavras escaparam, com as mãos fervendo e sem esconder a dor em seus olhos.
Sem pensar mais do que uma única vez, mergulhou ambas as mãos juntamente ao bule em meio a água que jorrava da torneira, amenizando quase que completamente a dor da queimadura, mas ainda deixando uma grande preocupação: Aquilo lhe tiraria o sono mais tarde. Inclinou-se em direção ao vapor e dele lhe tirou o maior proveito, absorvendo boa parte de sua essência com suas narinas e regojizando seu vício. Em uma caneca improvisada, retirada em meio a própria louça suja que o cercava, serviu-se, caminhando em seguida até uma janela, por onde se atirou.
— O grande dia chegou. — Ele suspirou, aterrissando em harmonia com sua xícara ainda servida, intacta.
O primeiro gole tomou, era o bastante para eletrizar cada órgão de seu corpo, como um choque de realidade, fazendo-os acordarem para mais um longo dia de trabalhos. A vida de ninja não era fácil, muito menos quando se devia coordenar os afazeres com as claras chamadas para truques. O rosto acenou, não para alguém ou algum, mas para os caminhos que lhe rodeavam, queria ter certeza de que não havia sido notado por ninguém, afinal de contas, aquela caneca nem lhe pertencia.
— Fiii, fiii, fiiiu ♪♫♪ — Assobiava e cantarolava durante seu caminho.
O segundo gole se sucedeu, já não mais tão entorpecente como o primeiro, mas o suficiente para dar forças aos seus músculos. Difícil é a vida de um viciado, que consegue viver apenas durante o efeito de sua substância, era o que Amane pensava durante seu trajeto, até que se deu conta de que havia coisa mais importante com o que se preocupar, como a sua missão por exemplo. No dia anterior uma dona de floricultura passou mal por conta de sua gravidez que estava próxima do final, e com isso a tarefa de cuidar de sua loja sobrou para um genin.
— Uma floricultura é tão importante assim? Para a dona ter sua abertura como algo essencial!? — Lançou aos ventos, mais do que ciente de que teria que satisfazer-se com nada mais do que o silêncio. Suspirou.
Na altura em que seu cérebro requisitava o terceiro gole do líquido entorpecente, o café já se esfriava, mas também o caminho se finalizava. Com um delicado movimento o seu pulso se moveu, e a luva vermelha em sua destra à porta bateu. Um, dois, três... Rapidamente alguém lhe atendeu. Uma senhora, mais precisamente, vizinha da grávida provavelmente, que lhe entregou a chave e desvaneceu, afinal, queria estar pronta quando lhe falassem que o filho nasceu.
— Até mais! — Kojirō lhe disse, com um sorriso arqueado, só então saboreando seu café gelado.
Adentrou o local como se fosse seu, com postura autoritária e olhar ríspido, apenas para perceber que não havia ninguém para cumprimentá-lo. Por conta da localização da floricultura, possivelmente não teria cliente algum durante todo o dia, era inevitável se frustrar, planejava fazer tantos truques para o publico, aquela missão lhe parecia tão perfeita para sua divulgação, mas foi tudo por água abaixo. Apesar disso, não podia-se negar, o ambiente criado por aquela grávida era realmente de se admirar. Flores pairavam sobre as cabeças dos que entrassem, com vinhas tecendo os arames e vigas com flora resplandecente e chamativa. Era confortável, no mínimo podia-se ali ficar e na pior das hipóteses treinar.
— Será um longo dia... E chato. — Ousou proclamar, engolindo seco com o azar que com seu tom tentou intensificar.
Em arrependimento imediato, os sinos que alertavam a entrada de um novo cliente começaram a soar, um atrás do outro, sem parar. Aos poucos, uma multidão teve que controlar. Estufou o peito, em alarde, e em um banco subiu, visando a atenção do público conquistar. Dando tudo de si ao público, uma a uma as questões rebateu, dizendo a cada um onde poderia encontrar o que prometeu. "Um arranjo para o aniversário de minha avó" a primeira dizia, "Uma rosa para o túmulo de meus pais" o choroso requisitou. Surpreendeu-se com o tanto de conforto conseguira trazer às pobres almas que visitavam a floricultura.
— Um trabalho digno, acredito. — Ditou com sinceridade, já com as pernas bambas depois de enfrentar tanta adversidade.
Trabalho após trabalho o seu dia se lotou, recebendo com sorriso a noite que chegou. Junto à ela veio a notícia, não é que realmente a grávida paria?
Querendo ou não seu trabalho cumpriu, ao mesmo tempo em que o seu vício novamente surgiu.
No fim deu adeus à toda flora, que o acompanhou naquela história, pois era hora de ir embora.
Kojirō: HP 300/300 ▲ CH 300/300 ▲ ST 0/3
- Considerações:
- Aparência de Joker, Persona 5. Vestimentas exatamente assim. Com bandana de Konohagakure no braço direito, altura do ombro.
- Missão D. 862 Palavras.
- Tentei fazer umas rimas depois de certo ponto, pq fiquei enjoado com o texto e queria deixar minimamente divertido para quem ler.
Contador de Vício: 0/3- Usados:
- Nadinha
Vila : Konohagakure
Mensagens : 117
Data de inscrição : 24/05/2020
Cerberus
Mestre
Aprovado.Gostei da maneira como descreve a situação, o ambiente e as pessoas que estão ao seu redor. Conseguiu me prender na narrativa do café até mais do que na execução da missão, a qual ficou um pouco perdida se comparar ao início da narrativa, mas nada que comprometa o resultado. Bem fluido e objetivo. Parabéns.
Ganhos: 5.000 ryous.
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