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[Treinos] Copas
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FJÖLA
Chūnin — Konoha
Abro meus olhos e me deparo mais uma vez com um teto desconhecido. Basta um segundo de consciência para que dezenas de perguntas surjam, basta este segundo para eu me lembrar o quão cansativo é viver cada dia de minha vida, e o quão solitário é estar sozinho. Talvez eu devesse voltar a fechar os meus olhos e aproveitar a utopia que sonho, regojizar cada momento de uma realidade não existente, mas que tanto me faria mudar. Sorrio apenas ao pensar, em como eu poderia me entregar e apenas desistir de lutar, tornar tudo isso tão simples, e pôr fim ao sofrimento. Mas não... Eu tenho um objetivo claro em minha vida, e eu não posso me deixar levar pela negatividade e caminhos fáceis. Eu tenho que me tornar conhecido, fazer meu rosto se espalhar pelo mundo... Tenho que honrar a memória do meu pai.
Poucos segundos se passaram, mas foram o suficiente para levarem consigo todo o sono que outrora senti. Meus olhos agora lacrimejavam tentando ajustar-se com a iluminação do ambiente em que me deitava, iluminação esta vinda de uma fresta mínima entre as duas cortinas que cobriam a janela. Maldita era aquela pequena falha, que conseguia arruinar completamente a escuridão que me envolvia com tanto conforto. Revoltado, me levantei em uma pressa absoluta, negando aceitar que a preguiça tomasse conta de qualquer parte de meu corpo. Como uma rotina padrão, caminhei até a cozinha, onde deixei um bule ao fogo, esquentando a água que usaria para passar meu tão precioso café.
— Que manhã iluminada. — Respondi ao nada, em tom claramente irritado. Argh.
Ao passo em que o aroma do café inundava a casa, preparei-me para um dia de grandes desafios. Em uma rotina rápida de higiene e arrumação, aparecia frente ao bule ressoante já vestido com o mais limpo de meus trajes, servindo à mim mesmo uma boa e profunda caneca de café. Perfeito. As narinas eram as primeiras a se satisfazer do vício pela substância, absorvendo o vapor e levando ao cérebro nada mais do que a mais pura excitação. Delícia. As glândulas de minha boca começavam a salivar, sedentas para provar o gosto daquele líquido magnificente, com ou sem açúcar, de qualquer forma, era só tomar. E assim eu fiz.
— Ah... Bem melhor. — Lancei ao ar, erguendo um sorriso mais que necessário para estrear aquela manhã.
Passeei pela casa enquanto com o café em mãos, por algum motivo uma das minhas partes preferias em beber é sentir o calor da caneca ou xícara em minhas mãos. Explorei cada canto do recinto, até que encontrei algo que minimamente me entreteria durante aquele momento de paz. Uma biblioteca, mais precisamente, com estantes grotescas aos cantos das paredes, capazes até mesmo de tocar no teto de tão grandes, lotadas de livros dos mais variados tipos. Em um movimento rápido lancei a caneca à outra mão, erguendo-o na canhota enquanto com a destra dedilhei cada um dos manuscritos. Apanhei o primeiro que tocou as pontas de meus dedos, e à poltrona no canto me sentei, cruzando as pernas uma à outra e manuseando o livro apenas com a destra.
— Ninjutsu... A arte ninja que mantém os ninjas tão originais quando comparados uns com os outros. — Comentei em voz alta, após perceber do que se tratava seu assunto. Não seria uma total perda de tempo, afinal.
Entre goles e palavras aos poucos percebi que o conteúdo do livro não se distanciava muito do que havia aprendido na academia. Era claramente mais complexo, mas estava longe de ser algo extremamente difícil de entender para o meu nível de conhecimento. Mesmo assim, não estava entediante, principalmente pois a leitura acompanhava uma caneca de café quente e muito bem preparado. Com a companhia de eventuais brisas de ar interagindo com a rebeldia de meus cabelos, aprendi um pouco mais sobre a transformação da forma do chakra. Consegui entender um pouco mais o processo de criação de uma técnica, o que fazia-a ter sua forma, tamanho e peso, de onde vinha a sua essência.
— Hmm... — Expressei-me entre goles, com o café se aproximando do fim.
Continuando. O autor do livro explicava de maneira precisa como se dava a atribuição de uma natureza elemental na transformação da forma do chakra, ou seja, em que momento decidia-se qual propriedade o ninjutsu manifestado teria. Aquilo era algo relativamente novo, não se aprendia coisas tão profundas assim na academia, pelo menos não naquela em que estudei. Ou será que eles ensinavam? Céus... Eu consegui me distrair em todas as aulas úteis tentando aprender mágica e agora não sei nada? Cada dia que passa perco mais fé em mim mesmo. Enfim, a transformação de forma e a transformação de natureza são duas coisas distintas, mas que se relacionam durante a criação e utilização de uma técnica. Por incrível que pareça, aquele livro estava me sendo muito mais útil do que o esperado.
— No fim, tudo envolve o chakra. Sem um bom controle eu não vou chegar em lugar algum. Que preguiça! — Murmurei, fechando o livro frente ao rosto e lançando-o na mesa de centro, deixando de lado a caneca com seu último pingo de café e esticando meus braços para trás, alongando meu corpo.
No momento em que me desliguei da leitura parece que o universo colaborou para que eu notasse uma coisa em especial. Por alguns segundos o vento parou de soprar, e não mais batia contra minhas orelhas como forma de clamar pela minha atenção. Totalmente focado, ouvi um som familiar: O ranger da porta, anunciando o visível fim da minha curta carreira de genin artista. Eu vivo em um orfanato desde que meu pai morreu ano passado, mas a qualidade de vida lá é muito baixa para alguém como eu, e por isso eu invado algumas casas de ninjas que trabalham à noite e me hospedo por um tempinho, não é como se eles fossem precisar tanto... né? Bom, eu não deveria estar pensando nisso agora, mas sim em como diabos eu vou me tirar dessa situação.
— Se eu for visto por esse cara eu posso dar adeus para qualquer sonho que não envolva a cadeia. — Lancei aos ventos, levantando-me e inspecionando o ambiente ao meu redor em extrema pressa.
Nenhum esconderijo notável consegui identificar, as estantes eram como arranha-céus, de parede a parede e do chão ao teto, fora elas apenas havia um tapete exótico sobre o chão e uma mesa de centro tão pequena que não conseguiria esconder nem mesmo um rato. Tsc, Só sobrou a janela. E à ela eu fui, já ciente de que teria que por em prática parte do que havia lido e aprendido até então. Em um estado de concentração, nos meus pés eu me foquei, concedendo a eles uma camada abundante de meu chakra, tentando moldar a sua forma e transformá-lo em uma espécie de aderente. Fechei os meus olhos e deixei que o destino cuidasse de minha vida ao jogar sua moeda. Dei o primeiro passo com cuidado até demais, surpreendendo-me inevitavelmente ao ver que o plano ia bem. Após isso, os passos seguintes se tornaram fáceis, e até mesmo a janela consegui selar, fugindo de qualquer perigo que o cara poderia me causar.
— Tenho que providenciar um lugar para morar imediatamente. — Ousei proclamar, evidentemente afetado pelo nervosismo de toda a situação.
E dali finalmente me retirei, passo após passo, com muito cuidado. Quando finalmente toquei ao chão, não consegui deixar de comemorar, com um grito abafado e uma dança humilhante. O dia havia começado, e ao mesmo tempo, eu já queria que estivesse acabado.
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- Nadinha
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Ragnarok
Mestre
Aprovado. Narração muito boa. Rica em detalhes, desenvolveu muito bem o propósito, tornando o texto bem agradável de se ler. Muito Bom. Parabéns.
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FJÖLA
Chūnin — Konoha
Eu me lembro que naquele dia em específico eu acordei com o som da chuva batendo em minha janela. Lembro-me que levantei em guarda pensando que novamente estava sendo perseguido, que ateavam pedras contra minha janela buscando ferir-me. Aquele foi o dia em que senti a maior dor, o dia em que perdi todo o restante da minha esperança e a ficha finalmente havia caído... Lembro-me muito bem daquela sensação que pairou sobre o meu peito, que instalou-se em meu coração enquanto eu observava a chuva revoltante chocar-se contra a janela. Ainda consigo sentir detalhadamente o caminho traçado pela única lágrima que escorreu de meu olho direito... Que percorreu o meu rosto, meu pescoço, e me afogou por inteiro.
Nesse dia decidi que não me renderia mais aos meus sentimentos, que não me deixaria sentir falta de algo que nunca mais poderia ter, que lutaria e treinaria para moldar um futuro em que eu pudesse me aceitar. Naquele dia eu decidi que não vivi à miséria, eu nasci para ser grande, o maior, e o pior pecado que eu cometia era neglicenciar isso. Ainda estava longe do nascer do sol quando decidi o meu caminho, eu sabia muito bem que não era tão forte como as outras crianças do orfanato, não era tão ágil como elas e muito menos acrobático. Mas eu tinha algo que a maioria carecia, eu aprendia rápido. Antes mesmo que qualquer uma das representantes do orfanato tivesse acordado, eu invadi a sala de aula e roubei de lá o primeiro livro que encontrei, óbvio que eu me certifiquei de adentrar a sala das crianças maiores.
— Física... — Lembro-me de ter dito, sentado no colchão velho do quarto que dividia com outras quatro crianças. Encarei aquele livro em minhas pernas por muito tempo antes de abri-lo, afinal precisava reunir muita força de vontade para começar a leitura de um manuscrito muitas vezes mais grosso que os meus braços.
O primeiro capítulo do livro tinha tamanho o suficiente para amedrontar qualquer criança que chegasse perto de sua existência, mas eu me encorajei, pois mesmo que não me tornasse muito mais inteligente aprendendo assuntos de uma disciplina que só teria posteriormente, ao menos eu teria algo sobre o que falar para atrair a atenção das outras crianças enquanto estivesse fazendo um truque. Nos primeiros momentos eu fiquei confuso, mais perdido do que inicialmente estava, mas com o tempo facilitou-se, começava a entender um pouco mais sobre a parte técnica de tarefas banais, como exercer força, correr ou até mesmo sobre o atrito do solo com nossos pés.
A vantagem de ler e aprender sobre aquele conteúdo somente serviu para aumentar ainda mais a minha sede pelo reconhecimento. Sabia muito bem que causaria espanto à todos por saber de coisas que não deveria, que me recompensariam com grandes aplausos e quiçá me deixariam parar de estudar. Essa mentalidade me moveu a ler todo aquele capítulo sobre velocidade, força e atrito em pouco menos de uma hora, e eu apenas parei por ali, pois a criança da beliche de cima acordou, e começou a reclamar de dor no estômago.
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Ultraviolence
Mestre
Amado? Ler todos os capítulos sobre velocidade, força e atrito em menos de uma hora?! Quer torturar o personagem joga ele da janela. Brincadeiras a parte, o texto ficou ótimo, desenvolvimento dele é muito agradável, causa aquela pequena ansiedade de saber o que vai acontecer e o desejo futuro de saber com o personagem vai lidar com tudo, principalmente quando se trata de um flashback. Parabéns, treino concluído e 1PdA em Inteligência adquirido.
@Treinamento avaliado & aprovado.
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FJÖLA
Chūnin — Konoha
Eu nunca parei para pensar em como somos todos sortudos por viver em Konohagakure. Sim, realmente existe uma preocupação para com nosso atual líder, que pode a qualquer momento revoltar-se contra mais alguns clãs ou pessoas e tornar suas vidas um inferno, como fizera anteriormente com aqueles coitados. Mas, ao sentir a brisa fresca aqui no topo desse prédio, tudo isso desaparece, é como se essa vila tivesse sido construída para trazer paz ao espírito de seus cidadãos. Esse idealismo me conforta, consigo com ele acreditar que os moradores são felizes, e é muito mais fácil lidar com um público feliz.
Minha primeira missão há muito realizada começava a tomar um espaço mais profundo em minha mente, começava a me esquecer de alguns detalhes daquele dia em que passei na floricultura, muito provavelmente já passou da hora de eu retomar minha posição como genin, e voltar aos meus afazeres como ninja. Mas eu não quero novamente ter que cuidar de uma loja, não quero caçar gatos e muito menos mimar idosos. Eu quero lutar para começar a evidenciar o meu nome nos ouvidos da massa. Eu tenho plena consciência de que minha hora vai chegar em breve, e para isso tenho que estar preparado.
O último treinamento que fiz foi extremamente libertador, consegui me livrar de ideias que me faziam acreditar que não conseguiria evoluir sem um superior a me auxiliar, aprendi a estudar sozinho e praticar comigo mesmo, comecei a ser capaz de guiar minha própria evolução. Aquele treinamento me ajudou a controlar melhor o meu chakra para conseguir usufruir de técnicas mais potentes, porém estou mais do que ciente de que tudo isso será em vão se eu não souber moldar os selos de mão para manifestar tais técnicas. Bom, eu os sei moldar, aprendi na academia, mas não rápido o suficiente.
A destra fez um movimento sutil, indo de encontro com a bolsa ninja e dela retirando uma esfera muito bem embrulhada, ao ser aberta liberava o aroma do café delicado e delicioso, rapidamente sendo levada para o único local onde seu gosto poderia ser apreciado por meu paladar. Bem melhor. Minhas pernas bambas e livres estão lançadas à um precipício, enquanto o restante de meu corpo descansa sentado na extremidade de um prédio. Um local perfeito para o treinamento que almejava, já que ali nada e nem ninguém poderia me atrapalhar.
Desde a academia ninja os senseis elogiam minha aptidão para com selos de mão, sempre foi uma das matérias que mais me interessou por me ajudar a ser mais ágil com as mãos, uma vantagem que não só me ajudaria em batalhas como também em meus truques. Com essas práticas aprendi a fazer selos com uma única mão, algo dominado por poucos, e que consegue não só me trazer imensa vantagem em batalha como também mais rapidez em meu aprendizado. Sabendo disso, ergui ambas as mãos frente ao rosto, e comecei meu improvisado treinamento.
Com ambas as mãos moldei simultaneamente o mesmo selo de mão, por mais que conseguisse fazer tais selos com apenas uma mão, eu ainda quero ser capaz de fazê-los com qualquer uma das duas. Lentamente modelei cada selo que conheço, e ao finalizar a sequência, tentei memorizá-la e repeti-la em ritmo pouco mais acelerado. Consegui fazer a mesma sequência cinco vezes seguidas sem nenhum erro, apenas manifestando dificuldade a partir da sexta e começando a errar na sétima. Me atentei a aprender com meus erros, para que não voltasse a errar no mesmo selo de mão que já errei, não importando a velocidade com que os realizava.
Uma, duas, três. O tempo em que passava naquele treinamento era apenas cronometrado pela quantidade de balas de café que derretiam em minha língua, uma após a outra. Já não mais carregava comigo nenhuma daquelas embalagens de vício, mas o sabor restante nos cantos e no céu da boca eram o suficiente, pelo menos por ora. Já nãos mais fazia nenhuma pausa entre as mudanças de velocidade com que fazia os selos de mão, e já começava a deixar de lado as velocidades menores e apenas conduzia uma rotina entre o auge da minha capacidade. Inevitavelmente em dado momento meus dedos se cansaram demais para continuar, assim como minha mente, que pensava intermitentemente em todos os selos que eu faria em velocidade anormal. Com cada uma de minhas falanges latejando em extrema dor, resolvi terminar por ali, e buscar abrigo na mesma casa em que me instalei anteriormente, no interior daquele prédio.
[...]
Mesmo exausto e jogado à cama de um desconhecido, estou mais do que ciente de que são esses os momentos capazes de separar os fortes dos fracos, os que realmente se esforçam dos que se satisfazem apenas com a tentativa. Aqui, de olhos fechados, eu começo a me negar a aceitar um destino tão cruel, e forço minha mente a se interessar por mais um intenso treinamento. Já que minhas mãos estão doloridas e cansadas o suficiente para não conseguir dar continuidade no treinamento, ao menos poderia utilizar a minha mente e começar a adaptá-la à velocidade de minhas mãos, para que conseguisse ultrapassar ainda mais os meus atuais limites. Revi as mesmas cenas diversas vezes como um filme, tentava forçar minha imaginação a aumentar o meu ritmo consideravelmente, queria extrapolar qualquer limite que eu tivesse posto sobre mim mesmo, pois pelo menos em minha própria imaginação eu poderia ser mais do que ordinário, eu poderia ser sensacional.
Por ventura a exaustão da minha consciência não mais era algo capaz de ser mantido, e o sono aflorou-se levando qualquer vestígio de minha perseverança com ele. Tamanho treinamento havia sido recompensador, isso era facilmente perceptível por qualquer um que conseguisse assistir o quão sereno era meu sono naquela cama anônima, com aquele sorriso em meu rosto, nutrido pelo sucesso de um dia de muito esforço. Podia agora aceitar um pouco mais a mediocridade da minha vida, pois finalmente uma luz no fim do túnel se erguia: quiçá eu realmente pudesse ser um grande ninja algum dia, e com isso tornar legítima a memória de meu pai, que perdi tão dolorosamente.
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- Nadinha
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FJÖLA
Chūnin — Konoha
No dia em que roubei... Não... Peguei emprestado um livro na sala das crianças maiores no orfanato, eu fiquei por quase uma hora aprendendo sobre matérias que não deveria, até ser interrompido pela criança que compartilhava a beliche comigo, que gemia de dor e clamava por ajuda. Quando as empregadas do orfanato adentraram no quarto e me encontraram com aquele livro em mãos, parecia que nem mesmo havia alguém passando mal na sala, apenas ouvia-se gritos e mais gritos contra mim, sobre o quão irresponsável eu era e como minhas ações autodestrutivas me levariam a ficar preso naquele lugar para sempre. Aquelas carismáticas palavras entraram por um ouvido e saíram pelo outro, pois eu pouco ligava para a opinião de qualquer uma daquelas mulheres, eu pouco me importava com o fato de todas as crianças do orfanato agora saberem que eu era um ladrão, quiçá aquilo ainda me ajudasse a causar espanto nos maiores que tanto infernizavam minha vida, talvez até começassem a me achar legal. Com o fim de toda aquela bronca tiraram de mim o livro e botaram-o no mesmo local de antes, deixando-me para trás naquele quarto como um castigo, sendo bombardeado com os olhares das outras crianças, que tiveram seu sono interrompido em todo aquele furdúncio que causei.
Desde aquela época eu já sabia que a idiotice não me levaria a lugar nenhum, muito menos a disciplina. Havia aprendido desde pequeno com meu pai os mais úteis truques de mágica, nada mais passavam do que agilidade nas mãos para fazer ações camufladas, e essa foi a primeira vez que utilizei uma dessas habilidades no orfanato. Em meio a gritaria minha destra moveu-se sorrateiramente, eu já estava ciente de que tirariam aquele livro de mim e que provavelmente me colocariam eventualmente em algum tipo de castigo, e para evitar o tédio em uma situação desse tipo, com minha mão eu arranquei o máximo de páginas do livro que consegui, escondendo-as em minha manga. Quando pegaram o livro de mim e o levaram de volta eu já tinha guardado comigo seis páginas, que seriam mais do que o suficiente para me entreter, mas não só isso, também eram o suficiente para eu provar minha superioridade comparado a delas.
Durante toda aquela semana eu fiquei de castigo, do quarto para a aula e da aula para o quarto, sem conversar com ninguém por conta da proibição, mesmo que de qualquer forma nenhuma outra criança conversava comigo. Eu li aquelas mesmas seis páginas mais vezes do que consigo contar, e para falar a verdade, até hoje eu ainda tenho trechos memorizados dos assuntos que ali estavam descritos. Consegui aprender muito sobre peso e elasticidade com aquele conteúdo roubado, e ansiava por mais uma oportunidade para adquirir a continuação daquela tão incrível matéria. Obvio que eventualmente descobriram que o livro tinha páginas faltando, e como sempre a culpa foi instantaneamente direcionada à mim, mas após diversas buscas, ninguém conseguiu encontrar as seis páginas que faltavam, e nunca vão encontrar, lembro-me muito bem de como eu passei mal naquela semana por ter comido aquela quantidade de papel.
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- Nadinha
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karisma
Mestre
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- Status: Aprovado
Recompensa: 2 PdA em Selos & 1 PdA em Inteligência
Observações: Narração muito boa, gostei de como você encaixou o processo de memorização no desenvolvimento de um campo como os Selos.
@FJÖLA
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FJÖLA
Chūnin — Konoha
Pouco antes de dormir, todos os dias, a minha consciência me prega peças. Penso no absurdo, coisas que jamais acontecerão, em tudo o que perdi e perderei, penso no que posso ganhar com o passar dos anos, penso em uma carreira que quiçá nunca decolará. É por isso que eu tenho comigo olheiras tão chamativas, é tão difícil ignorar todos esses perturbantes pensamentos, eles gritam e clamam por minha atenção, seria uma crueldade ignorá-los... Enfim, eu apenas consigo dormir quando sou forçado, quando eu realmente estou à beira do desmaio. Eu me lembro muito bem de um certo dia, em que me rendi a esses pensamentos e abandonei meu lugar à cama do orfanato. Todas as outras crianças ainda dormiam, e isso foi antes de eu começar a chamar a atenção dos adultos à mim, eu ainda era muito obediente e inocente naquela época. No meio da noite, onde nem mesmo os lobos que uivavam nas florestas vizinhas estavam acordados, eu subi as escadas do orfanato até me encontrar no telhado do prédio. Lá, encontrei meu lugar à uma das extremidades, onde me sentei lançando as pernas ao abismo, balançando-as com o vento.
Daquele lugar eu conseguia ver todo o vilarejo em sua imensidão, os topos dos prédios, as ruas desertas, tudo iluminado unicamente pela luz da lua, que detinha tanta beleza, mas que não era observada por ninguém senão eu. O vento soprava frio, quase que gélido, era comum aquele clima durante a madrugada, e eu me lembro muito bem do arrependimento de ter subido até lá sem um casaco. A cada balanço de uma de minhas pernas havia a necessidade de equilibrar o meu peso com a outra, mas cair dali não era uma das minhas preocupações, eu estava em um ponto do luto que nem mesmo ligava mais para coisas tão triviais quanto a morte. Em certo momento eu me entediei, não de ficar lá encima, mas sim da posição. Eu me levantei e comecei a caminhar pelo telhado, o mais próximo possível do fim de sua extensão. Lembro-me até hoje aquela sensação, o perigo de que até mesmo o mais banal erro poderia ocasionar a mais profunda escuridão, mas em momento algum eu tive medo. Eu continuei a traçar os meus passos, não por confiar em mim mesmo ou no meu potencial, mas por pura indiferença. Foi naquele dia que descobri o quão bem eu trabalho sobre pressão quando estou frustrado.
Após tanto me equilibrar e com os meus pensamentos lidar, eu lembro como foi o medo que eu senti quando a minha sandália do meu pé direito caiu. A peça de madeira foi de encontro ao concreto e ressoou por toda a vizinhança, provavelmente acordando as pessoas de uma três ou quatro casas de distância, inclusive os adultos do orfanato. Foi agoniante descer todas aquelas escadas com um pé descalço e em rápida velocidade, mas o que me faltava de medo da morte eu nutria de medo das repreensões do orfanato. Pelo resto da semana eu escondi o fato de eu estar sem uma sandália, mas eventualmente alguém percebeu meu par de sandálias distintas, e a partir dali minha inocência só se perdeu.
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+500 Palavras. Flashback para a aquisição de 1 PdA em Destreza.
Quis fazer um texto mostrando que até as mínimas tarefas, sem a tentativa de um treinamento, podem ajudar uma pessoa a melhorar em algum aspecto.
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Super Sayaman
Mestre
Que criança arretada você era, huh?! Fazendo algazarras enquanto todos dormiam, mas pelo menos você não morreu no telhado, né? Ha-ha! Tome cuidado da próxima vez. Uma dica para você: Tente diminuir um pouco os parágrafos, porque três blocos enormes de palavras fica meio complicado de ler. Mas tirando isso, um treino bem legal! (+2pda (1 ponto) em Destreza )
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FJÖLA
Chūnin — Konoha
Eu estou há muito tempo acostumado com o gosto amargo, trata-se inclusive do sabor que meu páladar mais se sente atraído. Perdi meus pais em diferentes momentos da minha vida, porém a ida de meu pai foi quase insuportável para mim, tive que me agarrar em algo para me manter são, me manter com os pés no chão, e isso foi o café. O velhote sempre gostou muito de cafeína, me lembro muito bem dos dias em que seu hálito transbordava aquele aroma, bom, praticamente todos. Meu café favorito é feito com a menor quantidade de açúcar possível, eu gosto de sentir minha garganta sendo riscada por aquele rústico sabor. Ontem algo veio a me decepcionar, mesmo que eu esteja tão acostumado com o fato de sair na pior, aquela derrota conseguiu ser mais amarga do que tudo o que já provei até hoje.
Agora como um ninja eu consigo entender a motivação que há na derrota, como esse sentimento avassalador consegue nos deixar tão mais fortes, ele nos prepara, nos mostra como é perder, se frustrar, e ao saber precisamente como é sentir tudo isso, nosso cérebro começa a se dedicar a evitar com todas as forças essa sensação. O dia hoje mal começou, o sol escassamente brilha no céu, e eu já estou aqui, de olhos abertos em uma cama desconhecida, olhando para o teto e pensando no que posso fazer para melhorar, como posso me tornar mais forte, pois só assim eu jamais terei que lidar com essa angústia insatisfatória. Se eu fosse mais rápido eu teria conseguido me esquivar daquele chute, se eu fosse mais apto conseguiria me equilibrar melhor e não teria caído, se eu fosse mais veloz e menos hesitante conseguiria capturá-lo antes de fugir. Aqueles três homens podem estar em qualquer lugar agora, e a culpa é minha, mesmo que digam o contrário, eu sei que é.
Esse foi o momento em que eu mais me afundei nesse poço, e basta esse mísero instante jogado aos pensamentos para que eu perceba que essa não é a vida que eu quero ter para mim, não é o futuro que eu vou deixar que me aflija. Essa foi a última noite que eu deixei de dormir para questionar meu fracasso, eu nunca mais vou perder horas de sono me perguntando se eu não poderia ter feito mais, me esforçado mais. Ainda vou perder muitas vezes nessa vida, eu estou ciente disso, mas nenhuma derrota vai ser tão amarga quanto essa, pois no futuro, eu vou saber que fiz tudo o que me foi possível, eu estarei mais preparado, e não precisarei mais olhar para trás e me arrepender de cada momento que procrastinei. É com essa conclusão que eu termino de uma vez por toda minha viagem entre esses pensamentos, e farei as mudanças começarem imediatamente.
Levantei imediatamente, recolhendo meus pertences jogados pelo chão, amontoando-os entre meus braços e indo em direção ao banheiro, onde me arrumei antes de lançar-me pela janela. De pés no chão, parti em direção ao campo de treinamento, estava disposto o suficiente para isso, aquele era apenas o início de uma rotina rigorosa, treinaria incansavelmente durante todos os dias em que não estivesse em uma missão, eu não tenho nem ideia de quando eu vou parar, eu apenas quero melhorar. Durante o caminho repensei muitas coisas sobre minhas fraquezas, e percebi que meu controle de chakra e ninjutsu eram praticamente impecáveis para alguém de minha idade, mas eu pecava extremamente nos reflexos. Esse seria o meu treino, a isso que eu irei me dedicar.
Este é o primeiro dia da minha rotina. O cenário é uma vasta planície com gramado verdejante que cobre boa parte dos arredores vizinhos de Konoha, esse lugar, considerado ainda dentro do vilarejo, é usado quase que por todos os genins que visam o treinamento de suas habilidades ninja. Isso era algo bom e ruim ao mesmo tempo, pois não se tinha muita privacidade, mas ao menos era fácil de encontrar alguém para treinar junto. Foi isso que fiz, encontrei um garoto pouco mais novo que eu, que se fascinou pelos truques de cartas que o mostrei, ele se tornou genin há poucos dias atrás, e treinava ali enquanto esperava ser alocado em um time. Resolvemos nos juntar por interesse mútuo.
Competimos para ver quem ficava mais tempo em pé encima de um toco de madeira, porém apenas com um pé. Queríamos que o treinamento fosse divertido acima de tudo, pois apenas assim não se tornaria maçante e conseguiríamos treinar por mais tempo. Nas primeiras vezes ele perdeu, mas eventualmente ele melhorou e começou a me vencer, já no limite do cansaço. Ao passo em que a dobra do joelho direito começava a doer, eu trocava de perna, e era como se eu tivesse que aprender novamente tudo o que eu havia treinado com a outra perna. Ficamos naquilo por bastante tempo, o volume de pessoas no campo começava a diminuir conforme o tempo passava, e entre as muitas pausas que demos entre os treinos nos despedimos. Já estava tarde demais para continuar.
No segundo dia tive que treinar sozinho, pois mesmo após termos combinado de nos encontrarmos ali, meu parceiro não compareceu. A sua ausência me intrigava, mas isso não foi o suficiente para me impedir de continuar com meu treinamento. Realizei corridas pelo campo de treinamento, pois era algo que muitos faziam, então foi fácil começar, apenas tive que acompanhá-los. Dávamos voltas em grupos por toda a extensão do local, parando raramente para beber um pouco de água visando manter-se hidratados. Conseguia sentir claramente os músculos das minhas pernas doloridas e latejando, provavelmente por conta do pouco espaço de tempo que havia entre os dois treinamentos igualmente árduos.
No terceiro dia e no mesmo horário do primeiro eu voltei ao local e dessa vez, para minha surpresa, meu antigo parceiro me esperava no local. Evitava falar do motivo de não ter aparecido no dia anterior, estava estritamente focado em treinar arremessos, o que não me era muito atrativo, mas consegui pensar em algo que pudesse me auxiliar a treinar também. Enquanto ele me arremessava shurikens e kunais anunciando a direção a cada saque, eu desviava delas com cautela. Há poucos metros de distância dele, eu sabia muito bem o quão perigoso era aquele treinamento, e provavelmente foi isso que atraiu a atenção de diversos outros genins, que se juntaram ao redor curiosos. Com o passar do tempo o público se reduziu, assim como a distância entre nós dois, visando dificultar seu treinamento, infelizmente facilitando o meu.
Assim que entramos em um acordo de interrompermos o treinamento podia começar a me gabar por ter realizado três dias inteiros de treinamento. Na caminhada de volta ao centro do vilarejo eu conseguia perceber que uma pausa deveria ser dada, minhas pernas não mais funcionavam apropriadamente, trêmulas, eu precisava me deitar.
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Observações: Este é provavelmente um dos meus piores textos. Peço desculpas à pessoa que ler, pois infelizmente ele está maçante e rushado. Tinha pouco tempo para postar já que hoje é o último dia da semana. 2 Treinos de Destreza, totalizando +1.000 Palavras.- Usados:
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Nabucodonosor II
@Fjöla
Aprovado. Relaxa, ficou bom sim, todo mundo tem um dia que tem que rushar, acontece kakak.
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