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[T] La Sierra.
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flare
Chūnin — Kiri
A placa presa à parede se destacava pelo vermelho forte e os dizeres escritos tanto com letras de tamanho grande como em kanjis. Dizia: proibido fumar nesta área. Acendi um cigarro, esticando meu pescoço contra a curva à direita e depois para a esquerda, ninguém vinha. Inspirei profundamente a fumaça nos pulmões, tossindo, expulsando e repetindo o processo. A rotina monótona de vigília e rondas me causava cansaço mental, embora eu não ousasse reclamar do pouco trabalho que me era exigido nessas tarefas. O fluxo do tempo era lento, às vezes parecia sequer correr, tampouco me eram oferecidas distrações, ali entre corredores de iluminação parca e delegações impecáveis, onde não haveria uma alma viva sequer para passar por mim e ter uma breve conversa, a não ser que estivesse tudo registrado nalgum cronograma ou diligência dos oficiais. Terminei meu cigarro, joguei no chão e pisei nele para apagar. Acendi outro.
Um oficial mais velho passou por mim. Primeiro dirigiu um olhar de censura para o cigarro, depois pensou bem e me pediu o isqueiro emprestado. Tinha visto o homem uma ou duas vezes, mas o fato de ser um oficial, já que suas vestes diferentes, a postura e tudo o mais me diziam isso, e estar executando a mesma tarefa que um ninja mais baixa me dizia que talvez estivesse cumprindo alguma punição ou estivesse dando um tempo das atividades de campo por missões fracassadas ou um ferimento grave. De toda forma, pouco me importava; apreciava sempre que encontrava alguém para conversar.
Esperei seu cigarro chegar até a metade para lhe perguntar o que tinha em mente. “Castigo?”, falei, esboçando um meio sorriso malicioso. Fez que não com a cabeça, terminando de fumar o cigarro e o apagando da mesma forma que eu fizera anteriormente. “Perdi três companheiros em duas missões, acharam melhor eu ficar de molho um tempo. Acharam que isso podia tirar meu foco.” Assenti com a cabeça, percebendo que não havia cogitado aquilo. Tinha em mente perguntar o que achava da subordinação de Otogakure à Folha, mas sua resposta me deixou na defensiva. Era preciso um certo tato ao abordar esse assunto e eu fazia um trabalho de formiga toda vez que tentava arrebanhar alguém para minha causa. Mas ainda era um trabalho necessário, feito com muita calma e que me demandaria ainda mais tempo. Vi que ele fez menção de falar, abrindo e fechando a boca, mas decidiu por falar.
“A merda da missão era pela Folha, nem soubemos o porquê. Nossos homens morrem por nada.” Tive de segurar o sorriso que veio a boca — sim, sua situação era extremamente delicada e eu não queria de forma alguma me aproveitar de sua vulnerabilidade, mas tampouco deixaria escapar uma oportunidade daquelas. “Imagine se pudessemos recuperar nossa soberania, meu caro.” Falei, mantendo a seriedade, acendendo outro cigarro para mim e lhe oferecendo mais um. “Seria bom para nós, não? Ao invés de termos de ficar na coleira de uma outra vila seríamos livres para seguirmos pelos próprios interesses. Acho isso uma merda também e pensar que seus amigos poderiam estar vivos não fosse por essa subordinação sem sentido.” Ele apenas resmungou uma afirmação, ficando em silêncio contemplativo um longo tempo. Será que fui rápido demais? Suspirei. De fato precisava abordar essas situações com inteligência, corromper um ninja mais velho, experiente e ainda por cima um superior, hierarquicamente, onde eu estava com a cabeça? Foco. “Só pensei alto, não se preocupe.” Falei e soube no mesmo momento que tinha ganhado sua atenção novamente. Ele me olhou por um longo segundo, depois voltou a abrir a boca.
Olhou para os lados, depois seguiu. “Há quem apoie a ideia desde que nos curvamos à Folha e não são poucos. Mas mesmo os que apoiam a ideia são céticos, seríamos esmagados.” O interrompi prontamente. “Sim, se fizessemos isso de forma espalhafatosa, nos levantando com armas nas mãos e gritando contra eles. Não acho isso inteligênte.” Olhei um relógio fixado na parede. Ainda tinha uns trinta minutos para convencê-lo, o tempo restante de meu turno. “Sabotar a ‘aliança’ seria muito mais benéfico, além de ser sutil e menos perigoso para nós. Claro, o perigo ainda existe, mas se falando de um plano a longo prazo, planejado com paciência e meticulosidade… acho que pode dar certo. Alguém tem que tomar essa atitude. Imagine você, que já sentiu na pele os resultados da nossa subordinação a uma vila que pouco se importa conosco, você teria fogo suficiente para ir até o final disso.” Fitei ele, como que perguntando o que achava. Ele preferiu ficar com a atenção no cigarro, pensativo. Eu era somente um genin mas meu cargo pouco importava enquanto eu plantava nele a semente de uma revolução que parecia ainda longe no horizonte, embora ganhasse materialização a cada dia passado. “Pensarei nisso.” Me falou, partindo. Não precisei de meus trinta minutos para convencê-lo, mas meus ombros estavam tensos, rijos. Essas conversas eram sempre uma aposta e a chance de eu ser preso como um traidor sempre existia. Soltei o ar todo de uma vez, deixando meus ombros relaxarem. Dali, fui jogar com um amigo.
Sentamos-nos para jogar xadrez sob o cair da noite, um dos poucos momentos em que o exterior da vila ficava quieto. Alguns oficiais fazendo patrulhas externas ao longe, mas ninguém para nos incomodar ali. Movi o primeiro peão. Ele, com conservadorismo, repetiu minha jogada, espelhando-a com as peças pretas. “Falei com um oficial hoje. Sabe, sobre aquilo.” Quando jogávamos ele não costumava responder nada que eu lhe falava, imaginando que pudesse ser algum truque para tirá-lo do jogo ou roubar sua concentração. Movi o cavalo além da linhas dos peões, depois um bispo, a torre dominando sua coluna. Percebi que ele ficava sempre mais à vontade para falar quando via a derrota eminente. “Como não foi preso e declarado traidor presumo que tenha tido um bom resultado.” Fiz que sim com a cabeça. Ele tinha perdido a maior parte das peças e eu dominava três das colunas à esquerda. Uma de minhas torres havia alcançado o fundo do tabuleiro e o bispo se preparava para aplicar um xeque, talvez em dois ou três turnos. “Desisto.” Recolheu as peças pretas, encerrando o jogo antes do término definitivo. “Tudo bem, já é tarde.”
Hp: 300. Ck: 300. Cansaço: 0/2 turnos.
Treinamento de Inteligência x2. 1043 palavras.
Um oficial mais velho passou por mim. Primeiro dirigiu um olhar de censura para o cigarro, depois pensou bem e me pediu o isqueiro emprestado. Tinha visto o homem uma ou duas vezes, mas o fato de ser um oficial, já que suas vestes diferentes, a postura e tudo o mais me diziam isso, e estar executando a mesma tarefa que um ninja mais baixa me dizia que talvez estivesse cumprindo alguma punição ou estivesse dando um tempo das atividades de campo por missões fracassadas ou um ferimento grave. De toda forma, pouco me importava; apreciava sempre que encontrava alguém para conversar.
Esperei seu cigarro chegar até a metade para lhe perguntar o que tinha em mente. “Castigo?”, falei, esboçando um meio sorriso malicioso. Fez que não com a cabeça, terminando de fumar o cigarro e o apagando da mesma forma que eu fizera anteriormente. “Perdi três companheiros em duas missões, acharam melhor eu ficar de molho um tempo. Acharam que isso podia tirar meu foco.” Assenti com a cabeça, percebendo que não havia cogitado aquilo. Tinha em mente perguntar o que achava da subordinação de Otogakure à Folha, mas sua resposta me deixou na defensiva. Era preciso um certo tato ao abordar esse assunto e eu fazia um trabalho de formiga toda vez que tentava arrebanhar alguém para minha causa. Mas ainda era um trabalho necessário, feito com muita calma e que me demandaria ainda mais tempo. Vi que ele fez menção de falar, abrindo e fechando a boca, mas decidiu por falar.
“A merda da missão era pela Folha, nem soubemos o porquê. Nossos homens morrem por nada.” Tive de segurar o sorriso que veio a boca — sim, sua situação era extremamente delicada e eu não queria de forma alguma me aproveitar de sua vulnerabilidade, mas tampouco deixaria escapar uma oportunidade daquelas. “Imagine se pudessemos recuperar nossa soberania, meu caro.” Falei, mantendo a seriedade, acendendo outro cigarro para mim e lhe oferecendo mais um. “Seria bom para nós, não? Ao invés de termos de ficar na coleira de uma outra vila seríamos livres para seguirmos pelos próprios interesses. Acho isso uma merda também e pensar que seus amigos poderiam estar vivos não fosse por essa subordinação sem sentido.” Ele apenas resmungou uma afirmação, ficando em silêncio contemplativo um longo tempo. Será que fui rápido demais? Suspirei. De fato precisava abordar essas situações com inteligência, corromper um ninja mais velho, experiente e ainda por cima um superior, hierarquicamente, onde eu estava com a cabeça? Foco. “Só pensei alto, não se preocupe.” Falei e soube no mesmo momento que tinha ganhado sua atenção novamente. Ele me olhou por um longo segundo, depois voltou a abrir a boca.
Olhou para os lados, depois seguiu. “Há quem apoie a ideia desde que nos curvamos à Folha e não são poucos. Mas mesmo os que apoiam a ideia são céticos, seríamos esmagados.” O interrompi prontamente. “Sim, se fizessemos isso de forma espalhafatosa, nos levantando com armas nas mãos e gritando contra eles. Não acho isso inteligênte.” Olhei um relógio fixado na parede. Ainda tinha uns trinta minutos para convencê-lo, o tempo restante de meu turno. “Sabotar a ‘aliança’ seria muito mais benéfico, além de ser sutil e menos perigoso para nós. Claro, o perigo ainda existe, mas se falando de um plano a longo prazo, planejado com paciência e meticulosidade… acho que pode dar certo. Alguém tem que tomar essa atitude. Imagine você, que já sentiu na pele os resultados da nossa subordinação a uma vila que pouco se importa conosco, você teria fogo suficiente para ir até o final disso.” Fitei ele, como que perguntando o que achava. Ele preferiu ficar com a atenção no cigarro, pensativo. Eu era somente um genin mas meu cargo pouco importava enquanto eu plantava nele a semente de uma revolução que parecia ainda longe no horizonte, embora ganhasse materialização a cada dia passado. “Pensarei nisso.” Me falou, partindo. Não precisei de meus trinta minutos para convencê-lo, mas meus ombros estavam tensos, rijos. Essas conversas eram sempre uma aposta e a chance de eu ser preso como um traidor sempre existia. Soltei o ar todo de uma vez, deixando meus ombros relaxarem. Dali, fui jogar com um amigo.
Sentamos-nos para jogar xadrez sob o cair da noite, um dos poucos momentos em que o exterior da vila ficava quieto. Alguns oficiais fazendo patrulhas externas ao longe, mas ninguém para nos incomodar ali. Movi o primeiro peão. Ele, com conservadorismo, repetiu minha jogada, espelhando-a com as peças pretas. “Falei com um oficial hoje. Sabe, sobre aquilo.” Quando jogávamos ele não costumava responder nada que eu lhe falava, imaginando que pudesse ser algum truque para tirá-lo do jogo ou roubar sua concentração. Movi o cavalo além da linhas dos peões, depois um bispo, a torre dominando sua coluna. Percebi que ele ficava sempre mais à vontade para falar quando via a derrota eminente. “Como não foi preso e declarado traidor presumo que tenha tido um bom resultado.” Fiz que sim com a cabeça. Ele tinha perdido a maior parte das peças e eu dominava três das colunas à esquerda. Uma de minhas torres havia alcançado o fundo do tabuleiro e o bispo se preparava para aplicar um xeque, talvez em dois ou três turnos. “Desisto.” Recolheu as peças pretas, encerrando o jogo antes do término definitivo. “Tudo bem, já é tarde.”
Hp: 300. Ck: 300. Cansaço: 0/2 turnos.
Treinamento de Inteligência x2. 1043 palavras.
Vila : gakure
Mensagens : 95
Data de inscrição : 23/05/2020
Løner
Aprovado
- Considerações:
Por mais que tenha sido interessante o desenvolvimento do dialogo, achei pouco crível um gennin discutindo politicagem, ainda mais com um jonnin.. Bom.. Talvez ele estivesse bebado.
Recompensas: +2 PdA em Int
Vila : Sem vila
Mensagens : 167
Data de inscrição : 19/06/2020
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