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[Dormitório] — Oto V
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Amaterasu
Mestre
Dormitório
Shinobi Ascension
Os dormitórios preparados para receber os participantes do Chuunin Shiken são constituídos de duas beliches de concreto, acopladas nas paredes. Não há armários ou suíte, havendo um único banheiro para todo o vilarejo no final do corredor de cada andar. O chão é de madeira e, assim como em todo o prédio, o isolamento térmico é perfeito, permitindo que se aqueçam. Apesar do tamanho limitado, cada dormitório possui uma janela, dando vista para todo o festival preparado para recebe-los.
Vila : Sem vila
Mensagens : 241
Data de inscrição : 03/06/2020
flare
Chūnin — Kiri
De nada adiantou ter me apressado assim que cheguei, todos os quartos e andares haviam sido pré-definidos.
Os samurais resistiam com tenacidade à monotonia, guardando as ruas e formando o caminho que apontava para o grande hotel responsável por acomodar a todos. Mesmo assim, pude ter um vislumbre de partes daquele pequeno vilarejo, que devia ter sido montado pouco antes do início do exame, com o propósito de oferecer um local de descanso e estadia aos visitantes das quatro vilas. Apesar de caminhar com tranquilidade, não sabia dizer que expressões aqueles rostos poderiam demonstrar diante de toda a travessia dos ninjas do Som, pois as máscaras, além de oferecer um aspecto uniforme e intimidador à todos os samurais, escondem suas verdadeiras feições. Tentei procurar o lampejo de algo mas mesmo onde existia um espaço para os olhos era como encarar o vazio, não havia nada para se ver ali, senão a face que não era deles, mas do País do Ferro. Apertei o passo e fiz meu caminho até o grande o hotel, gastando um pouco da energia que tinha poupado a ficar contemplativo observando a chegada de toda a comitiva de Oto, assim como minha primeira olhadela na paisagem local — foram breves minutos, eu supunha, mas o suficiente para ter parte do fôlego recuperado. Agora, usei todo esse fôlego para caminhar apressado em direção ao meu descanso.
Fui direto ao terceiro andar, reservado somente para Otogakure, enquanto os outros andares seguiam a mesma diretriz, de pertencerem inteiros para uma única vila. Achei que a decisão era, acima de tudo, estratégica, tanto para manter o controle dos participantes como para evitar possíveis conflitos antes da hora — pois me era óbvio que eventualmente aconteceriam de uma forma de outra, fossem combates diretos ou então outro formato que possibilidade duelos. Os quartos deveriam também ser padronizados, pois no meu meu tinham duas camas ao invés de uma única. Pensei em me revezar nelas, para que sentisse sempre o conforto do colchão, embora intervalos de dias não deveriam ser suficientes para desgastá-los. Atentar-me a detalhes inúteis servia bem para desviar o foco da tensão que o exame me causava, a iminência de um desafio ou atividade do gênero que colocasse a prova minhas capacidades físicas certamente seria um desastre nesse momento. Seria meu ponto de melhoria assim que voltasse a vila, mas por ora qualquer treinamento me seria inútil: se me esforçasse de menos não teria resultado algum que me ajudasse e se me esforçasse demais ficaria muito cansado para o que estava por vir. Resolvi me debruçar no peitoril da janela e observar a paisagem correr diante de meus olhos, fazia uma noite bonita e o horizonte se desmancha na escuridão distante, estrelas pontilhando o firmamento aos milhares. Por não poder sair do quarto era o que me restava, observar e pensar.
Conforme as horas se afundavam noite adentro, percebi que o quarto começava a ficar extremamente frio. Mas foi num espaço de tempo curto que o frio surgiu, abrupto e cruel. Fechei as janelas e coloquei os grossos cobertores sobre meus ombros, ainda observando o lado de fora, mas dessa vez com a janela fechada. Todo o calor sumiu como que assaltado pela noite, a janela também cedia, ficando úmida diante de meus olhos, embaçada; recuei para a cama, me deitando, esperando que tê-la debaixo de mim pudesse servir de algo, mas foi em vão.
Não frio somente, não poderia ser.
Senti recair sobre mim um fardo opressor que se misturava ao frio para tentar me subjugar. Me peguei em posição fetal, mesmo não me lembrando de ter me colocado daquele jeito. Tudo se lançava a mim e me drenava — o passado, memórias, almejos, Miura, K., minha família deixada para trás; mesmo assim, nada fazia sentido, pois era soterrado naquela enchurrada e não podia lutar contra.
Até mesmo meu fôlego foi tomado de mim. Que era isso? A primeira provação? A insegurança atacando-me? Tentei me erguer da cama, afastando as vestes para encarar o frio de frente. Senti-me diante de portas abertas, que lançavam contra mim seu hálito. Ficou claro quando abri meus olhos: o juízo final.
A imagem de Miura surgiu diante mim, mas só poderia ser um delírio febril. Porém, era inútil lutar contra tudo. Encarava o julgamento dos deuses ou simplesmente meus próprios arrependimentos — de toda forma não escaparia, não queria escapar. Que tivesse de passar por tudo isso agora que tinha tempo de sobra para lamentar e mudar, e não no futuro em que minha determinação não poderia nem mesmo por um segundo arrefecer diante da promessa de trazer liberdade à Otogakure, livre das correntes invisíveis da Folha, livre do fardo de ser um grande quintal e servir de abatedouro. Jamais iria me render na primeira provação, que tirassem-me a vida, que ameaçassem aqueles a quem eu chamava de nova família. Nada, nada poderia me tirar do meu caminho. Mas também soube, durante a provação, que não era natural nada daquilo, o que quer que lançavam contra mim era muito bem forjado, intencionalmente conjurado para me fazer ceder àquela pequena fagulha que tentava incutir em mim desistência.
Invoquei na mente os cabelos tingidos de azul, as mechas caindo nas bochechas, aquele olhar que diante do luar adquiria um tom púrpura, misterioso para mim, como se fosse impossível atravessar a cortina estendida diante daqueles olhos, uma alma impenetrável. Mas, mais do que tudo, era forte. Tinha uma determinação inexpugnável e eu não poderia ser diferente se desejasse obter sucesso. Quando a maçaneta girou, eu já estava preparado, o que surgisse diante de mim teria de me enfrentar com os punhos cerrados, por mais tosca que a cena parecesse levando em conta meu corpo franzino.
Uma face borrada me encarou, seu olhar sem cor e sem forma disparando da porta para me atravessar como uma adaga afiada. Resisti, devolvendo a mesma persistência, minha teimosia em forma de arma. Foram seus passos a retardarem meu avanço, o peso da esfera presa à sua perna, que ele parecia compartilhar comigo, embora ele conseguisse caminhar com leveza e eu me visse de todo sobrepujado pelo peso não só da esfera como também pelos fardos de minha missão. Me atacou a obviedade de minha falha, afinal logo eu? Sim, carismático, até mesmo bondoso, julgava, mas igualmente munido com imprudência, irresponsável, desprovido de aliados, sequer tinha uma dupla ou um time enquanto isso era quase que regra para os demais.
Um único homem. Pior. Sequer era homem, uma criança quase. E ainda tentando, tentando e tentando.
Meu desejo era meu combustível, mas também era um fardo. Esse fardo agora me exauria, me derrubava.
Basta.
Bradei com toda a força, o peito cheio de ódio e de dor, mas também de determinação. Fantasmas, não me importavam se do passado ou presente, não eram nada senão isso: fantasmas. Nada poderiam fazer contra mim, não poderia minar minhas forças nem me colocar debaixo da mão forte da opressão. A Folha cairia, ou ao menos sentiria seu poder ameaçado. Suceder em si não era o fim, bastava que eu pudesse fazê-los temer a insurgência que residia como uma chama viva e ardente em Otogakure.
Amaldiçoando, me lancei ao prisioneiro para trazer o seu fim.
Hp: 300; Ck: 300 & Cansaço: 0/2 turnos.
Os samurais resistiam com tenacidade à monotonia, guardando as ruas e formando o caminho que apontava para o grande hotel responsável por acomodar a todos. Mesmo assim, pude ter um vislumbre de partes daquele pequeno vilarejo, que devia ter sido montado pouco antes do início do exame, com o propósito de oferecer um local de descanso e estadia aos visitantes das quatro vilas. Apesar de caminhar com tranquilidade, não sabia dizer que expressões aqueles rostos poderiam demonstrar diante de toda a travessia dos ninjas do Som, pois as máscaras, além de oferecer um aspecto uniforme e intimidador à todos os samurais, escondem suas verdadeiras feições. Tentei procurar o lampejo de algo mas mesmo onde existia um espaço para os olhos era como encarar o vazio, não havia nada para se ver ali, senão a face que não era deles, mas do País do Ferro. Apertei o passo e fiz meu caminho até o grande o hotel, gastando um pouco da energia que tinha poupado a ficar contemplativo observando a chegada de toda a comitiva de Oto, assim como minha primeira olhadela na paisagem local — foram breves minutos, eu supunha, mas o suficiente para ter parte do fôlego recuperado. Agora, usei todo esse fôlego para caminhar apressado em direção ao meu descanso.
Fui direto ao terceiro andar, reservado somente para Otogakure, enquanto os outros andares seguiam a mesma diretriz, de pertencerem inteiros para uma única vila. Achei que a decisão era, acima de tudo, estratégica, tanto para manter o controle dos participantes como para evitar possíveis conflitos antes da hora — pois me era óbvio que eventualmente aconteceriam de uma forma de outra, fossem combates diretos ou então outro formato que possibilidade duelos. Os quartos deveriam também ser padronizados, pois no meu meu tinham duas camas ao invés de uma única. Pensei em me revezar nelas, para que sentisse sempre o conforto do colchão, embora intervalos de dias não deveriam ser suficientes para desgastá-los. Atentar-me a detalhes inúteis servia bem para desviar o foco da tensão que o exame me causava, a iminência de um desafio ou atividade do gênero que colocasse a prova minhas capacidades físicas certamente seria um desastre nesse momento. Seria meu ponto de melhoria assim que voltasse a vila, mas por ora qualquer treinamento me seria inútil: se me esforçasse de menos não teria resultado algum que me ajudasse e se me esforçasse demais ficaria muito cansado para o que estava por vir. Resolvi me debruçar no peitoril da janela e observar a paisagem correr diante de meus olhos, fazia uma noite bonita e o horizonte se desmancha na escuridão distante, estrelas pontilhando o firmamento aos milhares. Por não poder sair do quarto era o que me restava, observar e pensar.
Conforme as horas se afundavam noite adentro, percebi que o quarto começava a ficar extremamente frio. Mas foi num espaço de tempo curto que o frio surgiu, abrupto e cruel. Fechei as janelas e coloquei os grossos cobertores sobre meus ombros, ainda observando o lado de fora, mas dessa vez com a janela fechada. Todo o calor sumiu como que assaltado pela noite, a janela também cedia, ficando úmida diante de meus olhos, embaçada; recuei para a cama, me deitando, esperando que tê-la debaixo de mim pudesse servir de algo, mas foi em vão.
Não frio somente, não poderia ser.
Senti recair sobre mim um fardo opressor que se misturava ao frio para tentar me subjugar. Me peguei em posição fetal, mesmo não me lembrando de ter me colocado daquele jeito. Tudo se lançava a mim e me drenava — o passado, memórias, almejos, Miura, K., minha família deixada para trás; mesmo assim, nada fazia sentido, pois era soterrado naquela enchurrada e não podia lutar contra.
Até mesmo meu fôlego foi tomado de mim. Que era isso? A primeira provação? A insegurança atacando-me? Tentei me erguer da cama, afastando as vestes para encarar o frio de frente. Senti-me diante de portas abertas, que lançavam contra mim seu hálito. Ficou claro quando abri meus olhos: o juízo final.
A imagem de Miura surgiu diante mim, mas só poderia ser um delírio febril. Porém, era inútil lutar contra tudo. Encarava o julgamento dos deuses ou simplesmente meus próprios arrependimentos — de toda forma não escaparia, não queria escapar. Que tivesse de passar por tudo isso agora que tinha tempo de sobra para lamentar e mudar, e não no futuro em que minha determinação não poderia nem mesmo por um segundo arrefecer diante da promessa de trazer liberdade à Otogakure, livre das correntes invisíveis da Folha, livre do fardo de ser um grande quintal e servir de abatedouro. Jamais iria me render na primeira provação, que tirassem-me a vida, que ameaçassem aqueles a quem eu chamava de nova família. Nada, nada poderia me tirar do meu caminho. Mas também soube, durante a provação, que não era natural nada daquilo, o que quer que lançavam contra mim era muito bem forjado, intencionalmente conjurado para me fazer ceder àquela pequena fagulha que tentava incutir em mim desistência.
Invoquei na mente os cabelos tingidos de azul, as mechas caindo nas bochechas, aquele olhar que diante do luar adquiria um tom púrpura, misterioso para mim, como se fosse impossível atravessar a cortina estendida diante daqueles olhos, uma alma impenetrável. Mas, mais do que tudo, era forte. Tinha uma determinação inexpugnável e eu não poderia ser diferente se desejasse obter sucesso. Quando a maçaneta girou, eu já estava preparado, o que surgisse diante de mim teria de me enfrentar com os punhos cerrados, por mais tosca que a cena parecesse levando em conta meu corpo franzino.
Uma face borrada me encarou, seu olhar sem cor e sem forma disparando da porta para me atravessar como uma adaga afiada. Resisti, devolvendo a mesma persistência, minha teimosia em forma de arma. Foram seus passos a retardarem meu avanço, o peso da esfera presa à sua perna, que ele parecia compartilhar comigo, embora ele conseguisse caminhar com leveza e eu me visse de todo sobrepujado pelo peso não só da esfera como também pelos fardos de minha missão. Me atacou a obviedade de minha falha, afinal logo eu? Sim, carismático, até mesmo bondoso, julgava, mas igualmente munido com imprudência, irresponsável, desprovido de aliados, sequer tinha uma dupla ou um time enquanto isso era quase que regra para os demais.
Um único homem. Pior. Sequer era homem, uma criança quase. E ainda tentando, tentando e tentando.
Meu desejo era meu combustível, mas também era um fardo. Esse fardo agora me exauria, me derrubava.
Basta.
Bradei com toda a força, o peito cheio de ódio e de dor, mas também de determinação. Fantasmas, não me importavam se do passado ou presente, não eram nada senão isso: fantasmas. Nada poderiam fazer contra mim, não poderia minar minhas forças nem me colocar debaixo da mão forte da opressão. A Folha cairia, ou ao menos sentiria seu poder ameaçado. Suceder em si não era o fim, bastava que eu pudesse fazê-los temer a insurgência que residia como uma chama viva e ardente em Otogakure.
Amaldiçoando, me lancei ao prisioneiro para trazer o seu fim.
Hp: 300; Ck: 300 & Cansaço: 0/2 turnos.
- Spoiler:
- Aparência: Imagem de referência.
Vestes: Como citadas na ficha.Informações/Databook: Primárias:
✓ Perito em Ninjutsu — Primário [02 - Mediana]
✓ Meditação do Chakra — Primário [02 - Mediana]
Secundárias:
✓ Versado em Shurikenjutsu — Secundário [Fácil]
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x Adepto:Tornar Otogakure independente (02)
x Vícios: Tabaco (02)Contadores: Cansaço: 0 de 2 turnos (Genin + 0 Estamina).
Vício: 0 de 3 turnos (Desvantagem).Itens & Afins: Kunai: 05.
Shuriken: 05.
Kibaku Fuda: 04.
Kemuridama: 04.
Hikaridama: 04.
Vila : gakure
Mensagens : 95
Data de inscrição : 23/05/2020
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