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[Treinos] deep blue
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Abaddon
Tokubetsu Jōnin — Kiri
deep blue. pt1
Um novo dia chegou quando o sol finalmente cruzou os céus e contemplou a todos com seu glorioso brilho. Eram dias como aquele que fazia toda a população de Kirigakure no Sato saudar aos deuses e entidades e agradecer por um tão ameno clima. Eu acordei com o sol rebatendo pela vidraça da janela de meu quarto e vindo diretamente contra o meu rosto. A névoa quase não podia ser vista perambulando pelo vilarejo, sequer parecia ser a mesma vila que era sempre tomada pelo nevoeiro esbranquiçado, que atrapalhava o trabalho de todos. Com um despertador natural tão bem-vindo como esse é difícil acordar de mau humor, então com um sorriso no rosto eu levantei de minha cama e me dirigi ao andar inferior da casa, ainda de pijamas. — Bom dia, mãe. — Saudei a mulher, que estava de costas lendo um de seus livros de anatomia inclinada sobre a bancada da cozinha. Ela respondeu com um aceno, sem sequer mirar seu olhar à mim, remexendo a caneca de café que segurava na destra.
Fui diretamente para o banheiro, onde limpei o meu corpo de todas as maneiras possíveis e me hidratei com a água do chuveiro que caía sobre mim. Demorei um pouco para arrumar meu cabelo, mas não me importei por não ter pressa hoje, afinal, não tinha nenhuma tarefa obrigatória a ser feita. Tomei meu café da manhã com tranquilidade, pois não estava atrasada, não tinha que estar em lugar nenhum, sequer cheguei a pensar sobre o que faria após aquilo. "Você não vai treinar?" Dizia minha mãe, do outro lado da copa, em um tom debochado que sempre utiliza para fazer ataques pessoais passivo-agressivos contra mim. — Vou sim. Só vou terminar meu café. — Respondi, de forma ríspida, como se houvesse tomado aquela decisão há horas atrás. Minha mente instantaneamente se degastou, planejava não sair de casa, e agora tinha que sair para treinar só para não fazer minha mãe estar certa sobre minha preguiça.
Fiz questão de saborear cada gole daquele café como se fosse o último, só para manter minha razão naquela discussão de pouquíssimas palavras. Minhas guerras com minha mãe eram assim, bastava uma pequena pergunta e uma pequena resposta, a verdadeira guerrilha acontecia dentro de nossas cabeças, pois sabemos muito bem o que a outra pensa. Assim que terminei não demorei para me retirar. Peguei meus acessórios e armamentos, amarrei minha bandana no topo da minha cabeça, substituindo um arco que segurava meu cabelo, e parti pela porta da frente, que anunciava em um ranger. — Até mais tarde! — Lancei ao ar, com a batida da porta de madeira sucedendo minhas palavras. Não tinha ideia de para onde ir, então comecei a andar pelo vilarejo desgovernada. Estava longe de ter uma boa experiência como ninja, e tinha menos ainda conhecimento sobre a localização das áreas da aldeia.
No centro comercial, me aproximei da primeira pessoa que encontrei e tentei abordá-la. — Bom dia. Você sabe me dizer se há algum campo de treinamento na vila? — Perguntei em tom sereno, carismático, até mostrando um sorriso à senhora de idade. "Estou indo para lá. Eu sirvo lanches para os jovens ninjas que esgotam suas forças treinando. Quer me acompanhar?" A mulher perguntou, com um sorriso em sua face. — Ohhh! Incrível! A senhora é uma grande benfeitora! Claro! Vamos! — Respondi, acompanhando ela até alguns metros de onde nos conhecemos, até que ela parou. "Esse é o meu carrinho de alimentos, pode me ajudar a carregar, mocinha?" Ela disse. Claro que tinha uma pegadinha no meio disso tudo, ninguém é completamente bom assim. Bom, mesmo não sendo a pessoa mais propícia à esse trabalho, eu me aproximei e tentei erguer o carrinho por seus suportes, mantendo-o atrás de mim e usando uma mão para cada viga de madeira. Fiz uma careta que não consigo nem imaginar, e reclamei levemente com o peso daquele carrinho tão pequeno, mas eventualmente consegui erguê-lo.
Os primeiros passos foram os mais difíceis, enquanto meus braços ainda tentavam se adaptar ao peso, mas logo após tornou-se mais fácil, por algum motivo com o carrinho em movimento a mercadoria parecia pesar menos. Durante o caminho a única coisa que conseguia pensar era em como aquilo poderia ser facilmente utilizado como uma ferramenta de tortura, pois além de estar carregando um carrinho tão pesado, a mulher que me acompanhava andava em passos tão lentos que muitas vezes eu tinha que interromper minha movimentação para que ela conseguisse me alcançar. Eu me considero uma pessoa calma, mas durante todo aquele percurso eu me estressei com os assobios que a mulher dava, como se tudo estivesse uma maravilha, claro que está, né? Um dia ensolarado em meio a um mês tão chuvoso e nublado, e eu que tenho que me esforçar para carregar a bagagem dos outros. Em dado momento, após tanto tempo carregando aquela carroça velha e pesada, chegamos no campo de treinamento, e era possível ver diversas crianças de minha idade treinando juntas de formas diferentes diante uma grande planície rochosa.
Parei o carrinho instantaneamente ao ouvir a voz da senhora, que me dizia que havíamos chegado. Ela agradecia por meu serviço, e dizia que eu poderia encontrá-la por ali depois que treinasse, para me alimentar antes de voltar para casa. Nesse ponto eu já nem mesmo nutria alguma vontade de treinar, em meio ao desanimo e cansaço me sentei ao chão, sujando parte de meu vestido enquanto levava o cantil de água à boca, hidratando-me ainda ofegante. Movida pela vergonha de estar próxima àquela mulher e pelo pensamento de não ter feito todo aquele caminho atoa, eu me levantei e adentrei um pouco mais aquela zona, conhecendo ainda mais os diversos métodos de treinamentos utilizados pelos genins de Kirigakure. Aquilo era uma mina de ouro de conhecimento, conseguia aprender diversos métodos que jamais tinha pensado, pessoas treinavam sozinhas, em duplas, trios, tinha até um grupo que batalhava arduamente uns contra os outros em uma zona mais afastada. Me empolguei com tudo aquilo, meu sangue ferveu e meu cansaço levemente se amenizou. Me juntei a alguns outros ninjas que praticavam contra bonecos de treino, e junto a eles, comecei a golpeá-los de formas diferentes, a todo tempo animada por ser uma ninja.
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Ultraviolence
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Sorry a falta de feedback.
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Abaddon
Tokubetsu Jōnin — Kiri
b4. pt1
Naquele dia eu acordei com o som das inúmeras batidas de tambores passando por minha janela. Minha cama parecia runfar em sintonia com a melodia arranjada formada por uma multidão de pessoas que cercavam minha casa. Meus olhos incrédulos inspecionavam a nuvem de pessoas pela janela, não tinha imaginado que aquela cerimônia era tão chamativa. Ainda de pijamas eu saí do meu quarto, encontrando meu pai e irmão no cômodo central da casa, eles conversavam sobre as tradições, um assunto que nunca me trouxe interesse. — Você tem certeza disso, onii-san? — Pronunciei, revelando-me por trás das mobílias mais afastadas. Eu nutria grandes sentimentos pelo meu irmão, ainda nutro, e ver ele se render àqueles costumes só para satisfazer a sanidade mental de meu pai chega a ser torturante. Ele estava prestes a ser coroado como herdeiro legítimo da liderança da ilha, uma coisa idiota para oficializar a ocupação dele como líder caso meu pai venha a falecer. Lembro-me muito bem do aperto que senti no meu peito naquele momento, como se fosse perder o meu irmão para sempre. Cada segundo daquela manhã foi torturante. E foi por isso que eu fugi, me recusei a assistir a cerimônia do meu irmão, subi as colinas da ilha mesmo tendo que enfrentar a forte geada, e diferentemente dos filósofos que faziam aquilo, eu não estava procurando por respostas, eu estava procurando paz.
A cada novo passo que eu dava trilha à dentro, mais eu me via acima do solo, ao ponto que se tornava ligeiramente mais difícil de respirar e o frio mais complicado de suportar. Embora tudo o que me cercava estava congelado, eu lembro-me de como as lágrimas me traziam conforto, apaziguando a minha face e meus sentimentos com seu calor e conforto. Em certo momento tornou-se muito difícil continuar, minhas pernas trêmulas buscavam um momento para vacilar, e mesmo que a queda não fosse um perigo para mim, que já possuía controle sobre as habilidades de meu clã, eu ainda não estava preparada emocionalmente para voltar ao chão. Adentrei uma caverna, escura e úmida, que surgiu pelo caminho. Sua localização não tornava nem um pouco mais suportável o frio, pelo contrário, a umidade que se acumulava no local apenas tornava o ambiente mais hostil. Mas pelo menos ali eu me senti segura, senti que poderia finalmente desabar sem ser julgada por meu pai.
Quando eu já tinha derramado todas as lágrimas que precisavam encontrar o chão, o sol já não mais se fazia presente no céu. Uma grande nuvem se acumulou acima da ilha e tornou impossível distinguir se era dia ou noite. Eu sabia que já era seguro para voltar, a cerimônia já devia ter acabado, e não teria que passar por todo o sofrimento de ver meu irmão abrindo mão de sua própria vida para liderar um povo ingrato. Então eu fui, com cada músculo de meu corpo latejando pela distância percorrida, pelos exercícios feitos para alcançar aquele ponto tão alto, havia em meu corpo muita dor que era amenizada pelos meus sentimentos negativos, mas bastou chegar em casa para que todo meu corpo desmoronasse.
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Xenomorph
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"Bom ou mau, as tradições sempre existirão nas culturas de um povo. Mesmo que indiretas, elas se formam e nem sempre todos gostarão de seguí-las. Pelo menos, para Mizuko, ainda que tristemente, isso a fortalecia."
"Bom ou mau, as tradições sempre existirão nas culturas de um povo. Mesmo que indiretas, elas se formam e nem sempre todos gostarão de seguí-las. Pelo menos, para Mizuko, ainda que tristemente, isso a fortalecia."
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Gostei da forma anormal da narração de um treino, desenvolvendo mais o char. Bom texto e bem escrito. Somente sinto que poderia ter dado mais espaço para a caminhada pela neve, para justificar mais o treino em Stamina. Contudo, não leve isso como um erro, apenas uma pontuação para validar mais o esforço.
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Abaddon
Tokubetsu Jōnin — Kiri
b4. pt2
Como filha do chefe da ilha onde morava, nunca tive que me preocupar com problemas de pessoas normais. Eu tinha à minha disposição uma imensidão de livros, meus professores eram ótimos e particulares, nada nunca foi difícil para mim. Talvez seja por isso que passei por uma fase tão complicada quando tinha cerca de oito anos, que perdi o interesse pelos estudos e simplesmente abandonei completamente qualquer obrigação escolar. Meu gosto por leitura continuou, apesar disso, porém lia apenas novelas em ascensão na época, dramas românticos com finais trágicos que me faziam cair às lágrimas descontroladamente por várias horas com um simples capítulo. Minhas notas começaram a despencar, e de uma aluna exemplar comecei a me transformar em um mal exemplo para o nome de minha família. Certo dia, algumas semanas depois da cerimônia, meu irmão entrou em meu quarto e me encontrou lendo uma dessas novelas.
"Mizuko! Me dê isso! Você não pode parar de estudar para ficar lendo essas coisas. O pai todo dia tá reclamando disso, e eu já to cansado de ouvir! O que você tem, em? Você nunca foi assim. Toma, lê essa merda ou qualquer outra coisa, eu não ligo, apenas volta a ser você mesma." — Ele dizia, escorado contra a madeira que formava a parede do cômodo, jogando contra mim o primeiro livro que alcançava na prateleira ao seu lado. Seu tom soava autoritário, pelo menos era assim que eu interpretava, e mesmo que ele estivesse só reclamando, eu sentia que ele estava tentando exibir sua liderança.
— Sai do meu quarto, eu não deixei você entrar! — Meu grito ressoou pela vastidão das paredes de madeira que cercavam os corredores e cômodos da casa. Contra meu irmão gêmeo voou uma almofada, que eu mesma tinha lançado contra sua face, fazendo-o recuar e se afastar de meu quarto, me deixando finalmente em paz. Após um longo e arrastado suspiro, sua silhueta se esvaiu em meio as curvas do interior do casaréu.
Naquele momento eu consegui entender a fonte de toda aquela minha angustia, eu não tinha lidado bem com os sentimentos que nutria quanto a nova posição de meu irmão na ilha, e perder a sua companhia era estressante e desanimador. Me levantei da minha cama, em passos leves, visando não fazer barulho para que ele não pensasse ter conseguido me convencer. Peguei o livro jogado no chão, que meu irmão havia jogado, e voltei à cama me enrolando entre as cobertas macias que cobriam todo meu corpo. "Como o esterco pode salvar vidas" — O título do livro. Muito bem colocado considerando a situação atual em que me encontrava.
Abandonei a novel na cômoda ao lado da cama, não só pelo peso na consciência como também pelo desanimo de continuar a ler com tanta reprovação cercando-me pela casa. O livro de esterco não parecia tão mal, tinha pouco menos de cem páginas, extremamente fino e felizmente sem nenhuma gravura, se tratava de um capítulo único que informava a importância do esterco para a evolução da agricultura no mundo ninja, e como a boa utilização do estrume alavancou a economia de vilarejos antes ofuscados. Por mais incrível e surreal que isso pareça, aquele livro conseguiu me conquistar.
Eu não estava estudando sobre minhas matérias escolares e muito menos para alguma de minhas provas, mas o tanto de informação nova que eu conseguia chegava a ser surpreendente. Aprendia formas práticas de conseguir esterco, mesmo que isso já fosse óbvio, haviam truques que facilitavam a aquisição do material e o rendimento. Aprendi naquele dia que o controle sobre a quantidade de esterco empregado em diferentes fontes de agricultura pode fazer com que a renda seja maior após o comércio dos produtos. Aquele livro escrito por um autor anonimo com palavras datadas e complexas conseguia me trazer maior compreensão sobre assuntos que jamais havia tentado entender.
Não foi naquele dia que eu voltei a me dedicar aos estudos, mas pelo menos eu aprendi a valorizar o meu esterco.
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Abaddon
Tokubetsu Jōnin — Kiri
deep blue. pt2
Depois de tanto tempo me sentido perdida em minha própria vida, eu finalmente estou começando a me encontrar, criar laços com Kirigakure e adaptar-la ao meu lar. Minha rotina como uma genin tem sido bem... Mandatória. Tenho treinamentos diários em relação aos meus atributos físicos, enquanto ainda tenho que melhorar minha arte ninja e controle de chakra. Há poucos dias atrás aprendi com Yato-san a arte do Iryoninjutsu e isso me foi extremamente útil para me encontrar. Já não sou apenas uma ninja alheia perdida em uma multidão, eu estou ficando cada vez mais forte e junto-me ao alto escalão cada dia mais. Em tempos de guerra, médicos são extremamente necessários, e eu quero ajudar essas pessoas que tanto precisam de tratamento. Para isso, tenho que melhorar ainda mais o meu ninjutsu, para conseguir tratar de feridas ainda mais graves. Eu detesto o fato das pessoas morrerem precocemente, não importa quem seja, e isso é minha motivação para continuar a treinar. Eu vou salvar o máximo de pessoas que eu conseguir, eu vou ser a melhor versão de mim mesma!
Foi com esses pensamentos e essa determinação que eu acordei hoje, em mais uma manhã extremamente nublada em Kirigakure no Sato. Nenhum pássaro cantava, as ruas não detinham grandes movimentos e minha mãe não estava em casa. Em meio a tal silêncio, apenas nutri saudades de casa, minha verdadeira casa. Acordar e ver meu irmão discutindo com meu pai, ouvir as batidas de tambor das cerimônias e caminhadas do povo do vilarejo, ouvir os pássaros que cruzam os céus e se instalam nas árvores para fazer seus ninhos. Em termos de vivência, aquela ilha me trazia muito mais felicidade do que Kirigakure. Mas o principal é o meu irmão... Que saudades do meu irmão. Enfim, após um logo tempo à deriva do destino eu me levantei da cama, resmungando a cada passo em direção ao banheiro, onde me aprontei para ficar minimamente apresentável.
A casa que vivo em Kirigakure é da minha mãe, uma renomada cirurgiã, então espaço é algo que não me falta. Aproveitei a privacidade por ela ter ido trabalhar cedo para realizar alguns treinos no jardim, pela primeira vez. Bebi um copo de água e enchi o meu cantil, só então me dirigi até a porta de entrada e cruzei os corredores da varanda, chegando em meu objetivo. Minha mãe detém grande conhecimento sobre botânica, e por isso nutre afinco por um grande número de plantas. O jardim conseguia ser ainda maior que a casa, completamente verdejante com as flores e ervas crescendo no próprio solo, sem o auxílio de vasos ou qualquer agente controlador. Toda aquela vida me deu uma ideia, e tenho certeza que minha mãe não se importaria se eu treinasse um pouco usando as plantas dela como cobaias.
Visando minha melhora como uma ninja médica, e considerando que eu não poderia fazer um treino muito diferenciado considerando aquele espaço, concluí que aquelas plantas nada mais eram senão formas de vida. Esse rápido pensamento foi o responsável por traçar toda uma linha tênue de treinamento para o dia, e quem sabe um método tão crucial que poderia ser visto como algo inovador. Com essa ideia em mente, andei entre as plantas procurando alguma que precisasse de minha ajuda, olhando-as uma a uma sem me aproximar muito, a não ser que fosse necessário. As poucas que já conhecia eu me aproximava e tocava-as suavemente, tinha até algumas ervas nativas de Yakushima, que me fizeram sentir ainda mais saudades de casa, mas também revelaram à mim que minha mãe também possui memórias boas sobre o local.
Eventualmente encontrei uma árvore um pouco mais ressecada. Sua folhagem estava alaranjada e seu tronco extremamente comprometido. Assim que a vi eu já sentia a vontade de ajudá-la. Inspecionando sua estrutura procurando por uma falha em seus arredores, descobri que havia um grande corte que separava sua raiz de seu tronco, e se não fosse por uma mísera conexão aquela árvore poderia já ter caído ao chão. Distante demais da porta de entrada para o jardim, concluí que minha mãe ainda não tivesse visto aquilo, e por isso deixou isso acontecer, visto que a árvore estava encoberta por muitos outros arbustos verdejantes.
Me aproximei da raiz danificada e sentei-me no chão, jogando parte da água de meu cantil no solo ao redor da árvore e em sua raiz. Jamais tinha tentado usar um ninjutsu médico em uma planta, e nem mesmo nunca tinha tentado usar uma manipulação tão complexa para gerar um tecido tão grotesco. Posicionei minhas mãos de forma que ficassem alinhadas com a ferida, mas tentei não tocá-la para não comprometer ainda mais a área. Meus olhos foram instantaneamente fechados e ao mesmo tempo que me concentrava eu também suplicava para o sucesso da técnica. Porém não a usei de antemão, fiquei ali parada concentrando meu chakra, queria ter excelência em minha tentativa, nem que eu utilizasse todo o meu chakra para isso.
Ao passo que meus glúteos começavam a reclamar da mesma posição, eu já estava tão ligada ao meu chakra que conseguia sentir com clareza sua movimentação por todas as partes de meu corpo. Manuseei-o como uma extensão de mim, focalizando sua eficácia em minhas mãos e expelindo-o gentilmente pelas palmas de minhas mãos. Aquela manutenção Yang tão focalizada e empenhada era a técnica mais complexa que tinha feito até então, e ao abrir os meus olhos, consegui observar o brilho esverdado pulsar por minha mão. A raiz da árvore aos poucos crescia, aquela vida era gerada em nível celular e conectava novamente aquilo que havia se perdido. Embora o sentimento de êxtase se aflorasse em mim, nem mesmo um sorriso eu me permiti, pois bastava uma irregularidade para abalar completamente aquela amadora tentativa. Só quando consegui ver os ligamentos se ligarem que eu pude me contentar, exausta, do feito que tinha alcançado.
Eu sabia que aquilo não era o suficiente para fazer a árvore se tornar instantaneamente saudável, mas eu não pude me conter de ficar observando-a por horas esperando que minha árdua tentativa rendesse pelo menos algum fruto.
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Abaddon
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b4. pt3
Minha vida na ilha era muito complicada. Mesmo sendo o que as pessoas chamam de princesa... Ergh. Detesto esse termo. Eu nunca fui o foco principal de meu pai, que sempre se ateve a ensinar meu irmão tudo o que sabia sobre liderança e tradição. O resultado disso foi que eu cresci e me tornei individualista, não tinha o mínimo apreço pelas regras daquele local que apenas serviam para limitar minhas ações e restringir meus pensamentos. Em certo dia, cansada de ouvir a voz de meu pai ecoando pelos cômodos, eu resolvi fazer uma caminhada, algo extremamente raro e perigoso para mim. Todos os membros de minha família nasceram com a Kekkei Genkai de nosso clã, o Suika no Jutsu, e por isso, com nossos corpos feitos majoritariamente de água, qualquer atividade que nos faça perder líquido corporal, como transpirar, é perigoso considerando a desidratação. Com isso em mente eu vesti meus trajes mais simplórios e uma mochila, dentro dessa apenas levava cinco garrafas de água quente, que me ajudariam no percurso.
Parti sem avisar, minha única notificação foi o som da porta que fechava abruptamente às minhas costas. Desde o primeiro instante eu comecei em um ritmo elevado, levantando as pernas albinas até a altura da barriga a cada passo. O clima estava incrivelmente ameno, não se tinha névoa nesse dia e o sol que brilhava no céu era ofuscado por nuvens que passavam em sua frente e absorviam o calor, mas mesmo assim, o meu suor era presente desde o começo.
Meu caminho era guiado unicamente pela trilha que circuncidava o vilarejo de pouco menos de vinte casas onde morava, por ser pouco depois do horário do café da manhã eu conseguia observar alguns aldeões fazendo suas rotineiras tarefas como lavar roupas e derrubar árvores, e a cada um que eu passava eles me cumprimentavam. Nada fiz além de sorrir, todas as vezes. De início meu fôlego estava rasamente ofegante, visto o esforço físico repentino para um corpo tão sedentário, mas a cada passo meu corpo despreparado começava a se adaptar e pedir por mais.
Após algumas centenas de passos o peso da mochila nas costas começava a incomodar, e a primeira garrafa d'água eu ingeri. Com o suor escorrendo pelo rosto e a blusa mostrando abertamente o tanto de líquido corporal que eu perdia, resolvi hidratar-me ainda mais e beber mais uma garrafa. Depois disso continuei, em um ritmo um pouco menor que anteriormente já que os músculos de minha perna começavam a anunciar cansaço. No fim, eu percebi que tinha sido muito otimista em pensar que passaria o dia inteiro caminhando e que precisaria de tantas garrafas d'água. Na verdade, depois de quarenta e cinco minutos eu voltei para casa exausta, e a irritante voz de meu pai ainda era igualmente maçante.
Para piorar, não só teria que ouvir aquele mesmo assunto sobre tradição e cultura, como também ouviria um sermão por ter saído de casa sem avisar ninguém. Argh, e eu sinto até hoje dores nos meus pés por ter exagerado na corrida nesse dia.
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