[Dormitório] — Ame II

[Dormitório] — Ame IIDom Jul 12, 2020 12:39 pm

Dormitório

Shinobi Ascension

Os dormitórios preparados para receber os participantes do Chuunin Shiken são constituídos de duas beliches de concreto, acopladas nas paredes. Não há armários ou suíte, havendo um único banheiro para todo o vilarejo no final do corredor de cada andar. O chão é de madeira e, assim como em todo o prédio, o isolamento térmico é perfeito, permitindo que se aqueçam. Apesar do tamanho limitado, cada dormitório possui uma janela, dando vista para todo o festival preparado para recebe-los.

@Reegs , @AKCL , @gnomera

Re: [Dormitório] — Ame IIDom Jul 12, 2020 4:26 pm

Chunnin Shiken

Entendimento Interno

A nossa estadia no país do Ferro mal havia começado e diversas preocupações surgiam na mente de muitos ali, o desconhecimento sobre nossos arredores e diversos pensamentos conflituosos contribuíam para ativar o modo alerta de todos, ando pelas ruas geladas da vila, seguindo o samurai e meus companheiros, a arquitetura era muito diferente da acostumada em Amegakure, as casas de madeira com telhados personalizados pareciam ser uma estratégia muito utilizada nos arredores, os telhados ingrimes davam espaço a suposição em relação a seu objetivo principal, escoar a espessa neve que caia sobre nossas cabeças. Nossa hospedagem era notável entre as pequenas outras casas ao redor, um prédio comprido era nosso destino, não vou negar, parecia aconchegante por fora.

Adentro as acomodações do hotel, uma recepção nos esperava junto a um balconista que com uma lista em mãos e diversas chaves em uma cesta começava a nos indicar os respectivos quartos e andares, após alguns minutos de espera finalmente somos chamados, uma chave é entregue e direções são dadas, 4° andar, quarto numero 2. Sigo com meus companheiros até o andar indicado, as paredes de concreto eram um alívio tremendo, nos dando espaço para respirar sem aquele ar gélido que congelava os pelos nasais, alguns andares acima percebo um certo movimento de jovens de outras vilas, porém nada muito fora do padrão, nosso andar era comprido assim como os outros, uma janela no final do corredor clareava o local com o máximo de esforço possível. Finalmente o quarto era apresentado para nós, não é algo muito aconchegante, mas o sono depois de uma viagem longa como aquelas prevalecia qualquer tipo de reclamação.
-Já vou avisando, eu não durmo embaixo do Reegs nem ferrando, se essa cama cair eu morro antes de gritar por ajuda.
Digo enquanto arrumo minhas coisas em uma das beliches já me ajeitando para tirar um belo de um cochilo, dormiria na cama de cima, mais longe da janela possível para conservar o calor ao máximo.

O intenso frio e preocupações de uma forma abrupta cortavam minha mente, um susto me faz levantar da cama me fazendo sentar na beirada, estava sozinho, para onde meus companheiros foram? será que me largaram aqui? nessa vila congelada por sentimentos perdidos e intensos, fugiram e deixaram para trás só suas preocupações e medos, o ar era gélido como a própria morte que a cada instante sentia sua aproximação, uma figura estava a minha frente, uma sombra decorada com correntes e farrapos no lugar de roupas, era uma sombra, porém podia observar suas feições... medo, insegurança, pavor.. eram diversas e cada vez que encarava seus olhos vazios podia ver mais e mais. De repente um sentimento surge em minha cabeça, em meio a todos aqueles outros horripilantes, um sentimento que destruía cada uma das faces do terrível monstro, a vontade.

-Já entendi o porque da sua presença, é assustador realmente o que os pensamentos e emoções negativas fazem ao ser humano não é mesmo?! Mas não posso me dar o luxo, não tenho o direito de parar para me preocupar, fui marcado com a vontade desde o meu nascimento como ninja senhor Medo, a sua presença só me relembra o quão humano ainda sou, e isso me traz nada mais nada menos do que felicidade e esperança, esperança que um dia, depois de toda essa merda, eu poderei olhar no espelho, olhar para mim mesmo e sorrir em orgulho, orgulho da pessoa que me tornei, orgulho esse que abre um sorriso em meus familiares e amigos, e isso... você não poderá tirar de mim!

Sentia a cada momento que passava o frio indo embora, e com ele, as emoções e faces negativas da sombra, pouco a pouco podia observar seu verdadeiro rosto, e nele um sorriso que expressava felicidade e conforto...

Considerações:

Informações adicionais:

Técnicas Utilizadas:

HP: 300 Ch: 300 ST: 0/3

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Re: [Dormitório] — Ame IIDom Jul 12, 2020 10:39 pm

001

Only some illusions

A caminhada para os dormitórios não demorou para começar e entre as ruas cheias de neve e ventos gelídos toda a gangue de Ame permanecia o trajeto. Encontrava-me ao lado de meus companheiros, do meu time, e conforme a jornada que se estendia até nossa hospedagem notei de relance a preocupação e o medo na face de muitos Gennin. Algo bastante natural se parar pra pensar, até mesmo eu que exalava confiança entre as banhas de meu corpo senti um pouco daquela sensação que não me era agradável. Outras coisas durante a nossa caminhada me chamavam a atenção e uma das principais eram as construções e casas, algo bastante diferente para o que estava acostumado e quando me toquei já havia chegado ao destino. Um prédio grande e extenso feito totalmente de concentro com bastantes andares. Fomos recepcionado por uma balconista que não tardou para nos informa o andar e os quartos em que eu e minha equipe deveríamos permanecer.

Graças a Deus ou alguma entidade não conhecida o frio das ruas e do Ferro mal ultrapassavam aquelas paredes o que me aliviava bastante por saber que não iria passar tanto frio. Musashi fazia um comentário, soando muito como uma piada assim que começamos a larga as bagagens - Reze para o chão ser da mesma grossura que as paredes porque se isso em algum momento quebrar ou trinca acredito que vou levar todos os participantes para o outro mundo! - Esbanjei um leve sorriso enquanto terminava de me acomodar na cama de baixo que de meu companheiro Musashi e logo cai no sono.

Não sei como ou o porque mas acabei acordando, quanto tempo se passou? Não faça ideia. O que mais se destacava era o fator de que parecia sozinho naquele recinto, meus companheiros haviam sumido e o susto que tomei ao ver uma figura tão redonda e parecida comigo com roupas rasgadas e velhas foi imenso. Poucos segundos de reflexão me fizeram entender do que se tratava - Medo? Medo é o caralho, vai pro inferno gordão! - Tentei me beliscar na tentativa de ignorar meus sentimentos e fraquezas e principalmente pra não ver aquele eu amedrontado.

Consideraçõe:

- Time: AKCL e Gnomera.

Aparência:

TALENTOS:

MODIFIADORES:

HP: 300/300 | CH: 300/300 | ST: 00/04 | GD: 60/60

Técnicas&Itens:

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Re: [Dormitório] — Ame IISeg Jul 13, 2020 2:57 pm

I can feel 'em watching me
but I'll make it out alive
I'm learning to survive

Já fazia um tempo em que estava pensando em descansar, havia conseguido manter o controle das mãos tremulas do frio com o cigarro que aquecia os peitos, mas estava ficando tempo demais exposto a aquela situação, sentia que as junções já enrijeciam e seria difícil manter um fluxo adequado para não congelar. Se demorasse mais alguns minutos iria fugir ou tomar a iniciativa de buscar um abrigo, mesmo que isso significasse a desclassificação daquele Exame. Mas o samurai escoltava a equipe rapidamente para os dormitórios, em um prédio que parecia ser suficiente para muitas pessoas, talvez acomodando todos os participantes. Levados para o andar próprio de Amegakure, o quarto de número dois naquele andar estava marcado com o nome da equipe, tirando um suspiro insatisfeito do loiro que torcia para ficar sozinho, ao menos quando quisesse descansar. — Reegs, se você roncar... eu juro que enfiou uma kunai na sua garganta... — Debochava áspero, se acomodando em uma cama qualquer.

Já fazia um bom tempo que não meditava, que não tentava se conectar com a Deusa Anansi, esperando ao menos um pouco de paz e tempo para aproveitar o descanso, cruzando as pernas em cima da própria cama, suspirando e fechando os olhos. Por mais que parecesse estranho um ser tão atípico como o loiro estar meditando e buscando paz, era como conseguia manter suas ideias intactas, controlar seus instintos e se guiar por uma vontade maior, do contrário, não se importaria em assassinar todos aqueles que cruzassem seu caminho, independentemente de quais vantagens poderia tirar de cada um. Talvez aquilo fosse o único motivo para estar mantendo aqueles dois vivos ao lado dele. Seu corpo parecia entrar em um sensível estado de meditação, focado, visualizado dentro daquele ambiente escuro, moldado pelas finas e graciosas sedas tecidas pela Mãe. — Desculpe a minha demora, Mãe. Estou no País do Ferro... há homens com armaduras e espadas, teremos um pouco mais de trabalho nessa região do mundo, mas nada que eu não consiga lidar no futuro... transformaremos esse mar de neve branca em um mar de sangue... faremos com que sintam sua graça, Mamãe.... —

O frio já não era algo incomodo dentro daquele quarto que, apesar de pequeno e mal construído, estava perfeitamente isolado das temperaturas negativas do exterior. O tempo passava, avançava sem que o loiro pudesse notar. Mesmo que não tivesse recebido as instruções para deixar o quarto, já não o faria naturalmente, preferindo a meditação e o contato com a divindade, rezando, suplicando, buscando o caminho correto. — Esses dois serão como seus irmãos daqui para frente, meu filho. Você precisará deles por enquanto, assim como o ferreiro que te entregou meu arco. Use-os como degraus para a nossa ascensão. — Ordenava a voz poderosa da Deusa Aranha, tirando apenas um suspiro prolongado do Aracno. A sensibilidade daquele estado era tocada pela sensação congelante do exterior. Os olhos do loiro se abriam focados em buscar a origem, fitando a janela que permanecia fechada.

Interrompi a posição que me levava para Anansi, tomando meus passos em direção a janela, sentindo seu frio, sentindo o fosco da umidade congelada, aquele vazio, como agulhadas que fazia meu peito arder. Estava sozinho? Talvez não quisessem romper minha concentração e deixaram-me a sós. — Que merda ta acontecendo comigo? O que... o que é essa coisa... — Minha destra pousava em meu peito, arranhava como se algo incomum habitasse aquele lugar. — M-mãe... o que eles estão fazendo? — Meus ouvidos pareciam me enganar, pregavam peças em mim como se algo se aproximasse. Podia sentir o concreto se rompendo, mas o som que se ouvia parecia a carne se rasgando, a minha carne, era minha aquela dor. — Não... malditos. Eles querem nosso fim, Mãe, eles querem... sim... eles querem... — Minha voz tremia em desespero, algo que eu mal sabia o que significava.

A maçaneta girava me alertando do perigo. Minhas mãos recorriam a única coisa que poderia me tirar daquele tormento, agraciado pelas forças da Deusa, com seu poder, com sua dadiva. O Arco de Anansi estava comigo, apontado para a porta. Meu corpo, preparado para produzir a maior quantidade de flechas que poderia, entraria em colapso se fosse necessário para sobreviver, mas não tirariam de mim o dever e a vontade de servi-la. Uma sombra, fadada a viver presa a uma bola de ferro, seis braços, marcada em seu corpo que mal possuía detalhes humanos. Minhas mãos tremiam em sua presença, era como se toda a minha força estivesse sumindo e não seria capaz de lutar contra aquilo — E-esse sou eu? — Minhas mãos se abaixavam.

— K-K-K-Kumo... aaaggnnn... Kumomaru... minha melhor criação. — As vozes em minha cabeça eram como laminas, ardiam, me feriam, levantavam lembranças que pareciam afundadas em mil barreiras na minha mente. Aquele era meu futuro? Meu presente? Meu passado? A junção dos três. Aprisionado, de fato eu estava. Como um rato de laboratório. Humano? Eu de fato não sou um. A melhor criação? Correto, Anansi havia me criado perfeitamente. Minha pior versão, meu pior medo, minhas angustias... eu já era tudo isso. Aquilo fazia parte de mim, era impossível negar, impossível evitar. — Eu não sou sua melhor criação... eu te criei, eu te controlo. Eu sou um Aracno, seu filho da puta! — O arco sumia com a minha fúria, um disparo sem flecha alguma, um disparo para a liberdade.

HP: 300/300 | CH: 300/300 | ST: 00/04

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Re: [Dormitório] — Ame IISeg Jul 13, 2020 3:13 pm

I can feel 'em watching me
but I'll make it out alive
I'm learning to survive

Um disparo em falso, meu corpo ainda fraquejava. Aquele ser que assumia a minha forma não parecia desistir com apenas um sentimento que eu tentava recuperar dentro de mim. Me mantinha naquela imensa nuvem de terror, agonia, desespero, de vontades que pareciam mexer com a minha mente, imagens que pareciam me trazer para mais perto daquilo que eu poderia temer acima de tudo. Fracasso, morte, palavras que, para mim, eram sinônimos na vida de um ninja, na vida daqueles que escolhiam seguir uma vontade, uma ideia, morrer antes de cumprir com as promessas era fracassar consigo e com aqueles que esperavam. Fracassar com Anansi era como dar um tiro em mim mesmo, e era aquilo que eu sentia quando a corda foi solta. Meu ombro ardia, mas não havia ferimento, a flecha disparada era mais filosófica e sentimental do que física, mas feria. Nunca foi dito que não iria ferir. Aquilo era tudo o que eu seria sem ela, e era ela quem me salvaria daquilo. Alcançava um novo cigarro dentro do maço, revelando a forma da criatura, meus seis braços expostos me aliviavam e me entregavam uma ligação forte. O vício em meus lábios me guiava, acesos pelas chamas que aqueciam o hostil. Imortal, sobrenatural, tragava a ligação com Anansi. — Obrigado, mãe. — Assoprava a fumaça que anunciava a minha liberdade e ligação com a Deusa Aranha, aquela que me guiava e protegia.

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Re: [Dormitório] — Ame IISeg Jul 13, 2020 3:46 pm

I can feel 'em watching me
but I'll make it out alive
I'm learning to survive

A fumaça se espalhava pelo quarto enquanto as cinzas formavam um monte aos meus pés, a escuridão ainda tomava a minha mente, o vício saciado parecia ser insuficiente para conter aquele ser, aquela sombra, aquela prisão que parecia estar cada vez mais perto, me encurralando, me consumindo, retirando minhas forças. — Mas que merda é essa... e-esse é mesmo meu fim? Depois de tanto... não, não pode ser. Eu não vou deixar uma merda dessas me parar, isso não é real, eu sou um Aracno, caralho! Eu sou um deus! Eu sou o filho de Anansi. Você pensa que é quem?! — Meu grito ecoava como se estivéssemos em uma sala metálica, ricocheteando infinitas vezes. Ela não sumia, permanecia alertando a criatura, encarando sua existência, aceitando-a. Minha postura se tornava mais ereta, meu manto deslizava por todo o meu corpo, revelando minha nudez, minhas marcas, as tatuagens, as cicatrizes, cada marca uma trilha que havia sido cruzada, uma dificuldade que havia sido superada, uma possível morte que foi evitada. Dos dedos do pé até meu rosto, infinitas escrituras de Anansi, infinitas cicatrizes dos bisturis, das agulhas, das drogas injetadas em meu organismo.

Meus olhos fechados pareciam parar o tempo, minha mente escura tinha um pequeno fio de luz, uma clareza. Aproximada, era como um filme que passava lentamente, em preto e branco, sem cor, sem vida. Uma mesa gelada, metálica, tochas acesas, sangue, laminas, seringas, risadas, escrituras, uma cobaia perfeita para os estudos daqueles homens. Aquele era o início. A descoberta da Deusa que havia me criado. A lucidez matou aqueles homens, me levantou e me tirou dali. Estava na Chuva, vivendo como uma sombra. Acolhido, a Chuva era meu lar, meu País, o palco da criação e do nascimento de uma divindade. Meu rosto marcado, sempre no alto dos prédios, acima de todos para ser lembrado. Eu sou o primeiro, passarei a diante.

Anansi havia moldado meu caminho, colocado pessoas a minha volta, talvez estas que ela julgou digna de receberem a misericórdia, portanto, amigos. Reegs, o ferreiro e agora o mais novo membro que se juntava nos Exames. — O que você está me dizendo, Anansi? Eles? A Chuva? Você está certa, merecem viver, merecem ver nossa ascensão e a morte dos impuros. O que? Eles? Entendo... esse é o significado disso. Estou sozinho, ou eu penso que estou. Humanos me ajudando, chega a ser irônico, não acha Mãe? Obrigado por coloca-los aqui, Anansi. — Sorria entre meus próprios pensamentos, entendendo a solidão sentida, a falsidade daquilo. Não estava sozinho, não havia chego até ali sozinho, não estaria mais preso!

HP: 300/300 | CH: 300/300 | ST: 00/04

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Re: [Dormitório] — Ame II