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[TREINO] Adapte-se.
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Genin — Konoha
Adapte-se.
— Qual foi sua maior dificuldade no combate?
— Eu era lento demais. Ele se movia, mas eu não o acompanhava. Era como se eu fosse uma pedra, preso ao chão...
— Eu entendo. É nosso maior defeito. — Ele bateu levemente na barriga. — E não é como se eu tivesse uma resposta para isso... Você, simplesmente, vai ter que treinar cada vez mais, e mais, exaurir seu corpo até o extremo, até o ponto em que sua memória muscular seja tão boa que vai ignorar seu peso.
— Entendi, mestre. E quando eu começo a fazer?
— Agora.
[...]
Meu pai me obrigou a repetir um tipo de bloqueio específico um número infinitos de vezes. Era um movimento simples, um erguer de braços e antebraços cruzados, com a base firme por penas bem abertas e flexionadas. Os primeiros movimentos foram rápidos, talvez, com pouca essência, afinal, não havia realmente o que bloquear e, portanto, parecia que pouco era exigido. Bem, ao menos, até meu pai redigir algumas instruções... Com certo desgosto, de fato. — Pensei que você queria treinar sua destreza.
— Eu estou fazendo errado?
— É claro que está. Você precisa simular um movimento concreto, Kuze. Você precisa se imaginar realmente defendendo, você precisa fazer seu corpo entender o risco e reagir a ele até o ponto que você não preciso mais fazê-lo, ele reagirá sozinho.
— Certo.
O movimento seguinte foi mais lento, por incrível que pareça, apesar da proposta de tudo aquilo. Mas se eu precisa de firmamento, precisava também de tempo: Havia contraído mais músculos de maneira impressionante, fazendo um tipo de força descomunal e desnecessária, enfrentando tão somente a mim mesmo ou um inimigo que só existia na minha mente. A medida que o tempo passava, eu conseguia aplicar a mesma intensidade só que de maneira mais rápida, não por nenhum tipo de evolução, mas tão somente por uma lembrança do que tinha que fazer e repetir. E repetir. Até certo ponto, neste mesmo começo, minha energia, força, e vontade faziam aquele movimento sair fluente, o que me fazia suspeitar daquele treinamento. Será que repetir o óbvio e o simples me deixaria mais rápido?
Mas o tempo passou. E, junto dele, algumas centenas de repetições. Eu já sentia meu braço de tanta pressão que empunha nele, e o movimento parecia mais enferrujado do que antes. Ainda assim eu continuava, erguendo os punhos e braços, bloqueando, respirando e voltando. E mais o tempo passava. E mais repetições se seguiam. O que era simples já não parecia mais, e o que era óbvio doía: Meus músculos começavam a reclamar e latejar, apesar de tudo. Por que meu corpo está cansado daquilo? Não havia dificuldade. Respirei fundo e repeti aquilo para mim mesmo algumas vezes, empurrando o movimento mesmo quando esse parecia falhar. Eu não deveria me cansar daquilo. Não havia nada ali, só erguer os braços...
... Mais tempo e mais repetições. A essa altura, o que era reclamação virou impedimento: Os músculos doíam. E, quando eu fiz um movimento rápido demais, meu pai foi incisivo, apesar de longe, comendo. — Não deixe de fazer força. Se tá doendo é porque tá fazendo efeito.
O breve sermão fez eu recobrar parte da minha vontade e voltar a realizar os movimentos mais plausíveis do que os que já estava executando. Concentre-se! É importante! Punho, braço, ombro, bloqueio, respira e volta. Punho, braço, ombro, bloquei respira e volta. Outra vez. E outra. E... Dor. Mais dor. Percebi que meu corpo tinha tanto ácido lático acumulado que movê-lo era como arranhar as fibras — Isso não pode ser tudo, Kuze. Essa é sua vontade? — Aquela indireta me fez gritar, mudo, entre os dentes, avivando minha vontade e liberando adrenalina suficiente para eu bloquear de maneira perfeita, apesar do cansaço crescente. Embora, essa chama recém avivada só tinha durou alguns mais movimentos.
Parecia que isso é tudo. Meu braço já estava tão cansado que não conseguia nem levantar. Músculos e ossos já pesavam demais. Respirara e descansar antes de erguer aquela postura estava demorando quase sete segundos. Depois oito. Depois nove. Fazer aquilo estava simplesmente doloroso demais. — Isso é tudo? — A frase voltou a liberar adrenalina, porém menor, porém incapaz de superar o desgaste, suficiente para mais um bloqueio só e mais nada. Eu arfava, e suava, respirava forte, e exalava longas baforadas.
Eu gritei. Não. Falhe.
O grito abriu meu pulmão, liberou mais espaço para oxigênio, dilatou minhas fibras, forçou minhas juntas, e preparou meu corpo para mais uma movimentação. Mais uma e última. Eu apoiei o joelho no chão e me apoiei no braço... O braço cedeu, é claro, e eu cai por cima do ombro. — Bem, eu acho que isso é tudo. — Disse, entendendo que tinha dado, finalmente, tudo de mim.
— Você tem uma hora para descansar. Não beba e nem coma. Apenas respire... O máximo que conseguir.
[...]
Ele tinha razão naquela última pontuação: Respirar estava difícil. Quando toda e qualquer descarga de adrenalina deu espaço ao cansaço completo, meu pulmão pareceu murchar... E toda respiração ardia. Eu buscava o ar mas ele parecia trazer brasa consigo. Por um longo momento, respirar foi doloroso demais. E sem respirar direito, todo aquele desgaste parecia que não teria fim. Demorou vinte minutos quase para eu recobrar minha compostura e começar a sentir algo como alívio. Um terço do meu tempo de descanso não foi descansando, mas sim sofrendo com outra parte daquele treinamento, talvez subentendida outrora, mas, agora, bastante visível: Além da memória muscular, também havia um importante desafio físico, impondo a mim uma evolução no meu condicionamento.
Após o final daquela hora, meu pai me obrigou a fazer a mesma coisa por mais um período incalculável de tempo, a mesma sequência de movimento, o mesmo tipo de ação, o mesmo bloqueio. Como sempre, no começo, minha intensidade era realmente poderosa, porém, ao longo das repetições, ia caindo. E, dessa vez, exponencialmente, já que meu desgaste de outrora estava acumulado. Eu durei cerca de apenas um quarto do tempo que havia durado na primeira sessão. Mesmo com as frases de incentivo, mesmo com os gritos, mesmo com as baforadas longas minha resistência cedeu. Eu tinha agora apenas trinta minutos para descansar, afinal, a próxima sessão tão logo começaria.
[...]
— Kuze, você precisa se esforçar mais.
Mas era tão difícil. Meu corpo parecia não ter sido criado para aquilo. Bem, meu corpo e minha mente: Eu não gostava de correr. Sabia da importância de se movimentar de maneira mais apropriada, ainda mais para um ninja, mas... Eu não gostava correr, não importava a importância. Na realidade, parte do meu grande esforço em casa era para suprir essa dificuldade: Se eu não conseguisse me esquivar de um golpe, que bloqueasse de maneira precisa. Se eu não conseguisse atacar rápido por várias vezes, que atacasse forte uma única vez. Se eu não fosse capaz de chegar até um ponto rápido demais, que ficasse grande o suficiente para cobrir esse espaço independentemente. Era minha fraqueza, sabia disso, e preferia lidar com ela do que superá-la...
... Mas eu não teria escolha ali na academia. O sensei tinha obrigação de ensinar o básico a todos e, portanto, todo dia ele me colocava para correr um volta a mais do que todo mundo. E, bem, eu já era o último na sessão normal, naquela volta extra eu simplesmente demorava demais. — Se você não se esforçar não vai se graduar como gennin.
— Estou realmente tentando. Não era melhor eu...
— Não, Kuze, não é melhor você substituir esta capacidade. Você precisa, pelo menos, saber o mínimo!
— Tudo bem, sensei, irei me esforçar mais.
Mas, na verdade, eu só me arrastava e arrastava, cumprindo aquela tarefa diária e por todos os dias, sem realmente ver algum avanço. Será que realmente eu não podia substituir aquilo?
[...]
Eu estava a alguns minutos de mais uma corrida. Meu sensei já me olhava com olhos duros, como se me repreendesse antes mesmo de começar. Talvez estivesse certo...
— Por que você não desiste? — Um garoto falou comigo.
— E por que eu faria isso? — Respondi-lhe, com uma dúvida genuína. Eu podia não ser bom na corrida, mas em outras modalidades...
— Sua família é um bando de gordos, vocês não nasceram...
— Nós nascemos para fazer o que quisermos.
Depois que respondi, apenas pisei alguns passos à frente e me distanciei dele. Éramos gordos? Com orgulho. Incapazes? Jamais. Me posicionei na linha de partida e esperei o sinal de partida. Minha essência estava pegando fogo. Eu iria mostrá-lo que podíamos fazer aquilo, e, se não fazíamos, era simplesmente porque não queríamos. A kunei estalou contra a madeira lateral.
Eu iniciei minha corrida. Concentrei toda minha atenção às minhas pernas, que eram extremamente exigidas. Meu começo foi até razoável, porém, com o passar do percursos, vários outros ninjas começaram a me ultrapassar... Eu não tinha nascido para aquilo. Eu estava ficando para trás... Até ver o sorriso daquele mesmo sujeito que tinha falado da minha família. Naquele instante, algum tipo de adrenalina tomou conta do meu corpo e eu comecei a correr mais e mais.
Mas ainda não era o suficiente...
... Eu precisava encontrar minha própria velocidade.
Bem, correr podia ser difícil, mas rolar, nem tanto. Utilizei o jutsu essência do meu clã, que, bastante treinado, permitia eu avançar de maneira mais dinâmica à frente. De repente eu estava tomando algumas posições, apesar de várias hematomas nos meus braços por estar sempre chocando entre algumas árvores.
Eu terminei em sexto. Não era o melhor, mas tinha provado minha competência. Mas será que tinha provado o suficiente? Apesar do meu esforço em melhorar? Afinal, aquele que tinha zombado de mim tinha ficado em quarto. Ele se aproximou.
— Desculpe ter falado da sua família. Foi o sensei que pediu. — Eu olhei para meu sensei e o vir sorrindo. Ele gesticulou um sinal de positivo, apesar da meu desdém por aquela atitude. Seja como for, tinha identificado uma maneira de melhorar minha destreza.
Ou, pelo menos, o suficiente para eu entrar na academia. Eu não gostava de correr. E isso nunca tinha realmente me atrapalhado...
- Considerações:
- HP: Full. MP: Full.
Treino normal para 2PdA em destreza, e um flashback para 1PdA em destreza.
Ficha: Aqui.
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Ragnarok
Mestre
Aprovado. Narração realmente muito boa e flúida. Parabéns.
Recompensa: 3 PdAs em Destreza.
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