[Treinos] Keishiro

Eu sabia que tinha que melhorar a minha relação com as artes ninjas. Tinha controle de chakra e sensibilidade o suficiente para conseguir fazer os ninjutsus básicos de forma excelente, mas ainda tinha alguma dificuldade em utilizar outros tipos de ninjutsus e com o teste final da academia chegando eu precisava treinar mais que nunca. Eu tinha que estar no meu melhor estado para que eu conseguisse ter sucesso no teste e me graduar como ninja.

Esperei que minha mãe fosse para o trabalho e meu pai para a forja. Era um dia de sábado por isso não precisava ir até a academia, por isso decidi ir até o campo de treinamento. Meu objetivo era me tornar mais proficiente em minha habilidade de ninjutsu, afinal em pouco tempo eu iria para missões fora dos portões da vila. E eu tinha que cuidar tanto para a missão ter seu objetivo atingido. Quanto poder me defender e defender meu time contra ameaças que poderíamos encontrar.

Algumas pessoas usavam o campo de treinamento, mas em parte muito separadas. Eu fiz o mesmo, procurei uma parte separada dos outros. Começava com a kage bunshin no jutsu. fazendo um clone com quem eu poderia treinar sem problemas, ele não iria sumir no primeiro golpe que eu desse nele. Era o parceiro de treino perfeito, quem saberia melhor minhas vantagens e defeitos que eu próprio.

Concentrei meu chakra no local a minha frente. sentia a energia vital do meu corpo concentrada na minha barriga, local onde a concentração de chakra é maior no corpo, e saindo para fora do corpo. Concentrava em imaginar o meu corpo, meus músculos, altura, cabelo. Tudo para fazer um clone perfeito. E finalmente fazendo uma cruz com meus dedos eu via em questão de segundos uma cópia perfeita de mim aparecer na minha frente numa nuvem de fumaça.

Ao tocá-lo ele era sólido, real, como eu era. Eu não precisava repassar os detalhes do que eu queria que acontecesse com o meu clone, ele sabia. Uma das vantagens daquela forma de treinamento é que eu conseguiria otimizar meu treinamento. Assim as experiencia que o clone ganhasse eu também ganharia. Começamos o treino. Com um pulo para trás eu me afastava e meu clone fazia o mesmo. Ele fazia uma série de selos de mão e estava disposto a atacar primeiro, ele tinha os mesmo poderes que eu tinha portanto eu sabia qual jutsu ele tentaria. Poderia utilizar o mesmo, e lutaríamos corpo a corpo, mas queria treinar outra parte.

A mão dele brilhava, mostrando que eu estava certo. Ele vinha na minha direção, eu começaria com alguns jutsus básicos, para treinar o básico primeiro chegando num nível mais avançado depois. Ele vinha na minha direção na em alta velocidade. Eu procurava algo para performar a técnica, e via uma pedra grande o suficiente para que me substituir. Mandava meu chakra até ela, a envolvendo com energia enquanto meu próprio corpo também. Assim que meu clone atacava com o bisturi de chakra eu me imaginava no local do objeto e o objeto no meu lugar original. E com uma nuvem de fumaça eu sentia o chão sumir sob os meus pés e depois reaparecendo quando o jutsu de substituição terminava. Olhando para trás via meu clone acertar a pedra fazendo um corte nela.

Ele olhava para mim seguindo com a estratégia, eu não iria utilizar a mesma técnica. Esperei que ele se aproximasse o suficiente enquanto transferia o chakra para os meus braços. Ele então quando estava no range perfeito para o meu ataque, juntei as mãos com as duas palmas e o chakra amassado o lançava na área a minha frente, raios saiam da extensão dos meus braços. Meu clone era pego, levando o choque e caindo no chão. Ele resistiria a aquela técnica e não desapareceria.

Aproveitei para atacá-lo com uma kunai. Afinal o raiton iria deixá-lo paralisado, mas não completava o ataque. Não era o objetivo matá-lo. Quando ele voltou ao normal eu fazia rapidamente os selos de mãos para o bisturi de chakra e fui em sua direção. Utilizava muito mais Chakra do que quando utilizava para fazer incisões, e minha mão era coberta com uma luz característica. Manter o controle do chakra na minha mão para cortar o oponente era a parte mais dificultosa daquela técnica.

Avancei em direção dele com minhas mãos estendidas, com o máximo de velocidade possível. Atacava ele como se minhas mãos fossem kunais, objetos altamente cortantes, e ele sabia que eram. Desviando das minhas mãos como podia. Em um momento ele deu um salto para trás, juntando as mãos, eu sabia o que iria acontecer. Por isso tentei recuar, mas fui pego pela mesma técnica e estratégia que usei. Agora era a minha vez de ficar paralisado por um tempo, mas ele não atacava, apenas esperava o efeito do jutsu passar.

— Isso dói. — Respondia para o clone. Mas havia um bom lado sobre isso eu agora sabia não só como atacar o inimigo, mas também conhecer melhor minhas fraquezas. Ele me ajudava a levantar. Ele me falava que não sabia que aquilo ia doer tanto. Depois de rirmos um pouco voltamos ao treinamento, desta vez com mais afinco. Parecia que minha vontade de tornar aquilo mais real e mais perigoso também se refletia no clone.

Apesar da minha gama pequena de jutsus, eu conseguia criar estratégias para ataque e defesa. Meu clone conseguiu encaixar bons combos em mim me deixando em uma posição desfavorável. Tanto eu quanto o clone ficávamos ensopados de suor, nos movimentando e performando jutsus durante o treino. O treino que de início eu pensei fosse ser tranquilo e simples acabara por se tornar muito complicado. Separando meu chakra em dois com o meu clone eu tinha menos chakra para treinar os ninjutsus.

Me contive no uso exagerado de ninjutsus também, utilizando-os somente quando eu sabia que teriam a melhor eficácia, e não gastando chakra de forma aleatória. E isso me ajudaria também. Afinal num cenário real de batalha nem sempre eu iria usufruir do meu chakra completo. Muitas das vezes seria pego desprevenido, cansado ou ferido. Era uma oportunidade de aprender, mas também era uma situação que eu mesmo tinha me colocado. Coisas que eu teria que prestar atenção.

Quando terminei o treino estava exausto, minha cabeça doía. Manter o clone por tanto tempo era um esforço não só de chakra, mas também mental. Quando deitei no gramado o clone fez o mesmo ao meu lado desaparecendo numa nuvem de fumaça. Respirava fundo enquanto via o céu se tornando mais e mais alaranjado. a tarde estava quase no seu fim, mas eu precisava de um pouco mais de descanso antes de voltar para casa. Continuava deitado ali enquanto as nuvens passavam pelo céu tingidas de rosa, laranja e roxo. A dor de cabeça continuava, mas eu sobreviveria. Pelo visto treinar daquela forma tinha seus contras. Eu apenas levantava e seguia de volta para casa. esperando que a comida aplacasse o cansaço físico e mental que tinha no momento.